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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4088 Data: 13 de
dezembro de 2012
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CARTAS DOS
LEITORES
-”Muita gente boa tem no imaginário
considerar Jaguar uma marca de alta classe, o que não é. Imagine quem nem sabe
distinguir um Fusquinha de um FIAT, aí tal ignorância precisa ser perdoada.
Como visto, heresia alguma do pai do Vagner, e espero que seus consertos fossem
até melhores do que o Jaguar que carregava os aparelhos.” - Dieckmann.
BM: Dieckmann se reporta à última edição das Cartas dos Leitores em que
registramos, entre outras coisas, que ele consideraria uma heresia o pai do
Vagner, o valoroso Seu Geraldo, transportar num Jaguar as televisões que
consertava.
E ele vem dizer que eu não consigo
distinguir um fusquinha de um FIAT, quando eu confessei que o único carro que
consigo diferenciar de outros é o fusca? E ele se encrespa comigo numa hora em
que eu o exalto como praticante de futebol?!... Sim, o Dieckmann tem jogado
peladas nas horas vagas, e já assisti a um vídeo dessas pelejas.
Vejam bem que foram os remetentes das
cartas desse citado Biscoito Molhado nº 2276: Manuel dos Santos (Garrincha),
Valdir Pereira (Didi), Edvaldo (Vavá), Mário Jorge (Zagalo). Ou seja, coloquei
o Dieckmann no ataque da seleção campeã do mundo, em 1958, e no lugar do Édson
Arantes, e ele reage com hostilidade contra mim. (*)
É pura afetação polemista o fato de ele
escrever que não existe heresia alguma em pôr aparelhos de televisão num
Jaguar.
Coloque, caro leitor, uma televisão
escangalhada no Jaguar dele e depois me conte. Se você sobreviver.
-Li num desses Biscoitos alusões a De
Gaulle que me reportaram a um texto do Paulo Francis do Pasquim, se a memória
não me trai. Disse o jornalista, em outras palavras, que ficou encantado com o
estudo de Jean Paul Sartre sobre Flaubert e concluiu que os dois grandes nomes
da França, no século XX, eram Sartre e
De Gaulle. Joel
BM: Meu caro Joel, quando as autoridades francesas
pretenderam prender Jean Paul Sartre, a voz de De Gaulle se elevou com a
seguinte frase: “Não se prende Voltaire”.
Eu concordo inteiramente com o estadista
francês que o intelectual francês deveria ser livre para expor as suas ideias
políticas, concordemos com elas ou não. Quanto a compará-lo com Voltaire... O
filósofo do iluminismo, vale lembrar, passou uma temporada na cadeia da temida
Bastilha. Sartre admirava profundamente Marx, não a Inglaterra. Mas depois de
ser expulso da Alemanha e da França, Marx só conseguiu sossego para trabalhar
nas terras inglesas, onde criticou em milhares de páginas o capitalismo
praticado lá. Sartre também nutriu simpatias pelo stalinismo, caindo em si
quando, em 1956, Nikita Krushov denunciou os crimes que o guia dos povos
praticara durante décadas. Voltaire, por sua vez, foi, durante toda a sua longa
vida, extremamente lúcido.
A comparação do De Gaulle foi infeliz.
-Li e reli o Biscoito Molhado nº 2277,
aquele da História Infantil, e acredito que a menininha Simonete estava errada
quando corrigiu o tio. Dom Pedro partiu da Quinta da Boa Vista para São Paulo,
quando deu o grito do Ipiranga, e não do Palácio Imperial de Santa Cruz, usado
posteriormente para os encontros furtivos dele com a Marquesa de Santos. Moacir
BM: Meu caro Moacir, consultemos os livros da História do
Brasil. No século XVI, os jesuítas instalaram, em Santa Cruz , uma
fazenda; nessa área, que se estendia de
Santa Cruz a Itaguaí, realizaram muitas obras de refinada engenharia,
até o século XVIII.
Em 1759, o marquês de Pombal expulsou os
jesuítas e suas terras foram confiscadas e subdivididas pela Coroa Portuguesa.
O trecho de Santa Cruz até o limite com Itaguaí foi transformada em Fazenda Real e,
posteriormente, em
Fazenda Imperial. Lá , realmente, Dom Pedro I se encontrou,
algumas vezes, com a Domitila de Castro Canto e Melo. Depois, construiu um
palacete para ela, perto da Quinta da Boa Vista, na Rua Nova da Bela Vista
(Avenida Pedro II), que hoje é conhecido como Museu do Primeiro Reinado.
Como a Fazenda Real ficava mais próxima
de Santos do que a Quinta da Boa Vista, não seria surpresa que ele tenha
partido de lá, com sua comitiva, para o riacho do Ipiranga.
-O redator do Biscoito Molhado viu a
foto da inauguração do Teatro Municipal, em 1909, que rola pela internet.
José Altafini
BM: Li, na minha adolescência, o “Rio de Janeiro do meu
tempo”, de Luís Edmundo, em que ele narra, como minúcias, o dia da estreia do
nosso histórico Teatro Municipal. Só faltavam as fotografias, que eu vejo agora
no computador.
Frequentei muito o Teatro Municipal na
década de 80, mas estive ligado a ele desde garoto através das transmissões das
óperas que a Rádio MEC realizava. Falando nessa emissora, sempre fui seu
ouvinte assíduo; vinha do Visconde de Cairu, adolescente, e ouvia amiúde
“Trechos Líricos”, programa de Ida Bocchino, que se iniciava às 14h e 30min e
se encerrava às 15h. Pena que o tempo era curto, mal cabia um dueto de Wagner.
É verdade que, na época, eu só gostava das óperas italianas.
Hoje, ainda sou ouvinte assíduo da Rádio
MEC que, na pobreza operística em que se transformou o Teatro Municipal,
transmite as concorridas récitas do Metropolitan Opera House de Nova York, cuja
temporada se estende de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013.
Escuto também os programas dominicais
das 16 horas do nosso amigo Sérgio Fortes, sobre as audições da Orquestra
Sinfônica Brasileira, que até provocou a mudança de horário dos jogos do
campeonato brasileiro, por parte da TV Globo, com medo de perder a audiência,
segundo o filho do Boni.
Recordo-me que, na inauguração do Teatro
Municipal, Luís Edmundo registrou que alguém, na plateia, gritou uma gracinha.
Paula Ney, que estava no palco (não garanto que era ele) rebateu prontamente:
-Botocudo, largue o arco e a flecha,
Hoje, ele seria criticado por ter
ofendido a nação indígena.
-O redator do Biscoito Molhado viu o
filme “Hemingway e Gellhorn”? Se viu, o que achou? Edvaldo Alves
BM: Há filmes ótimos de se ver para malhar depois,
e Hemingway e Gellhorn” é um deles.
O diretor Philip Kaufman, de “A
insuportável leveza do ser”, não conseguia mais trabalho em Hollywood, até que
recebeu uma proposta da HBO para filmar o relacionamento entre o escritor de
touradas, guerras, pescarias, caças, bebedeiras e outras manifestações de
masculinidade, Ernest Hemingway, com a correspondente de guerra Martha
Gellhorn, que seria sua terceira esposa.
No primeiro contato entre os dois, num
bar, naturalmente, Nicole Kidman, no papel da correspondente de guerra,
aproxima-se dele com as calças arrochadas, que lhe realçavam o traseiro, toda
rebolativa, o que extasiou todos os bêbados presentes. Pra quê, se ela,
posteriormente, se mostra difícil de ser conquistada? Como a ação vai rapidamente para a Guerra
Civil da Espanha, eu desisti de mudar de canal.
Onde havia uma guerra, lá estava ela:
Finlândia, China, Normandia... Soube,
depois, que o orçamento do filme era curtíssimo, 20 milhões de dólares, por
isso, as filmagens foram realizadas em São Francisco , apenas. Os técnicos em computação
gráfica trabalharam sem descanso.
Sem perda de tempo, passemos para o
final. Hemingway apresenta problemas mentais, sendo tratado com eletrochoques,
e, como machão que era, colocou o cano de uma espingarda na boca e acionou o
gatilho com o dedo do pé. O filme deixa a impressão que ele enlouquece quando Gellhorn,
sua segunda esposa, o abandona. Não foi nada disso: o pai de Hemingway sofreu
de esquizofrenia, doença que ele carregava no código genético. Também parecia
doentia a demonstração de masculinidade exacerbada do escritor americano, que
chegou a revelar que o pênis dele era maior do que o do Scott Fitzgerald que,
para muita gente boa, foi melhor escritor do que ele.
Voltando ao início da minha resposta: é
um ótimo filme para se ver e depois malhar.
(*) Esse
redator é um agente provocador. Agora vem aludir à idade do Distribuidor do seu
O BISCOITO MOLHADO, que tinha 8 anos completos na época da convocação do
mencionado Scratch de Ouro. Ora, se o Pelé com 17 anos já recebeu críticas,
imagine o leitor a repercussão... De mais a mais, a ausência do Distribuidor não
atrapalhou nem a seleção de 58 e nem a de 62. E não adianta me colocar na
defesa que sou atacante convicto.
Para evitar
que o leitor não reconheça outros remetentes de cartas entre os selecionados,
aqui vai a nossa seleção, com os nomes verdadeiros:
Pelé
Nome: Édson Arantes do Nascimento
Posição: Meia-atacante
Nascimento: 23/10/1940
Copas: 1958, 1962, 1966 e 1970
Bellini, Hideraldo Luiz
Posição: Zagueiro Nascimento: 07/06/1930 Copas: 1958, 1962 e 1966
Castilho, Carlos José
Posição: Goleiro Nascimento: 27/11/1927 Morte: 02/05/1987 Copas: 1950, 1954, 1958 e 1962
De Sordi, Newton
Posição: Lateral-direito Nascimento: 14/02/1931 Copa: 1958
Dida (Edivaldo Alves de Santa Rosa)
Posição: Atacante Nascimento: 26/03/1934 Morte: 17/09/2002 Copa: 1958
Didi (Valdir Pereira)
Posição: Meia Nascimento: 08/10/1929 Morte: 12/05/2001 Copas: 1954, 1958 e 1962
Dino Sani
Posição: Volante Nascimento: 23/05/1932 Copa:
Djalma Santos (Djalma Pereira Dias Júnior)
Posição: Lateral-direito Nascimento: 27/02/1929 Copas: 1954, 1958, 1962 e 1966
Garrincha (Manuel Francisco dos Santos)
Posição: Atacante Nascimento: 28/10/1933 Morte: 20/01/1983 Copas: 1958, 1962 e 1966
Gilmar dos Santos Neves
Posição: Goleiro Nascimento: 22/08/1930 Copas: 1958, 1962 e 1966
Joel Antônio Martins
Posição: Atacante Nascimento: 23/11/1934 Copa: 1958
Mauro Ramos de Oliveira
Posição: Zagueiro Nascimento: 30/08/1930 Morte: 18/09/2002 Copas: 1954, 1958 e 1962
Mazzola (José João Altafini)
Posição: Atacante Nascimento: 24/07/1938 Copa: 1958
Moacir Claudino *****
Posição: Meia Nascimento: 18/05/1936 Copa: 1958
Nílton Santos
Posição: Lateral-esquerdo Nascimento: 16/05/1925 Copas: 1950, 1954, 1958 e 1962
Oreco (Valdemar Rodrigues Martins)
Posição: Lateral-esquerdo Nascimento: 13/06/1932 Morte: 03/04/1985 Copa: 1958
Orlando Peçanha de Carvalho
Posição: Zagueiro Nascimento: 20/09/1935 Copas: 1958 e 1966
Pepe (José Macia)
Posição: Atacante Nascimento: 25/02/1925 Copas: 1958 e 1962
Vavá (Edvaldo Izídio Netto)
Posição: Atacante Nascimento: 12/11/1934 Morte: 19/01/2002 Copas: 1958 e 1962
Zagallo, Mário Jorge Lobo
Posição: Atacante Nascimento: 09/08/1931 Copas: 1958 e 1962
Zito (José Eli de Miranda)
Posição: Volante Nascimento: 08/08/1932 Copas: 1958, 1962 e 1966
Zózimo Alves Calazans
Posição: Zagueiro Nascimento: 19/06/1934 Morte: 01/01/1977 Copas: 1958 e 1962
Nome: Édson Arantes do Nascimento
Posição: Meia-atacante
Nascimento: 23/10/1940
Copas: 1958, 1962, 1966 e 1970
Bellini, Hideraldo Luiz
Posição: Zagueiro Nascimento: 07/06/1930 Copas: 1958, 1962 e 1966
Castilho, Carlos José
Posição: Goleiro Nascimento: 27/11/1927 Morte: 02/05/1987 Copas: 1950, 1954, 1958 e 1962
De Sordi, Newton
Posição: Lateral-direito Nascimento: 14/02/1931 Copa: 1958
Dida (Edivaldo Alves de Santa Rosa)
Posição: Atacante Nascimento: 26/03/1934 Morte: 17/09/2002 Copa: 1958
Didi (Valdir Pereira)
Posição: Meia Nascimento: 08/10/1929 Morte: 12/05/2001 Copas: 1954, 1958 e 1962
Dino Sani
Posição: Volante Nascimento: 23/05/1932 Copa:
Djalma Santos (Djalma Pereira Dias Júnior)
Posição: Lateral-direito Nascimento: 27/02/1929 Copas: 1954, 1958, 1962 e 1966
Garrincha (Manuel Francisco dos Santos)
Posição: Atacante Nascimento: 28/10/1933 Morte: 20/01/1983 Copas: 1958, 1962 e 1966
Gilmar dos Santos Neves
Posição: Goleiro Nascimento: 22/08/1930 Copas: 1958, 1962 e 1966
Joel Antônio Martins
Posição: Atacante Nascimento: 23/11/1934 Copa: 1958
Mauro Ramos de Oliveira
Posição: Zagueiro Nascimento: 30/08/1930 Morte: 18/09/2002 Copas: 1954, 1958 e 1962
Mazzola (José João Altafini)
Posição: Atacante Nascimento: 24/07/1938 Copa: 1958
Moacir Claudino *****
Posição: Meia Nascimento: 18/05/1936 Copa: 1958
Nílton Santos
Posição: Lateral-esquerdo Nascimento: 16/05/1925 Copas: 1950, 1954, 1958 e 1962
Oreco (Valdemar Rodrigues Martins)
Posição: Lateral-esquerdo Nascimento: 13/06/1932 Morte: 03/04/1985 Copa: 1958
Orlando Peçanha de Carvalho
Posição: Zagueiro Nascimento: 20/09/1935 Copas: 1958 e 1966
Pepe (José Macia)
Posição: Atacante Nascimento: 25/02/1925 Copas: 1958 e 1962
Vavá (Edvaldo Izídio Netto)
Posição: Atacante Nascimento: 12/11/1934 Morte: 19/01/2002 Copas: 1958 e 1962
Zagallo, Mário Jorge Lobo
Posição: Atacante Nascimento: 09/08/1931 Copas: 1958 e 1962
Zito (José Eli de Miranda)
Posição: Volante Nascimento: 08/08/1932 Copas: 1958, 1962 e 1966
Zózimo Alves Calazans
Posição: Zagueiro Nascimento: 19/06/1934 Morte: 01/01/1977 Copas: 1958 e 1962
Bolacha
(Roberto Dieckmann, não selecionado)
Posição:
Banheira Molhado (não confundir com Biscoito), nascimento 14/11/1949 Copas, só
com sorvete.
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