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quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

2288 - quem faltou na seleção de 58?


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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4088                               Data: 13 de dezembro de 2012
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CARTAS DOS  LEITORES

-”Muita gente boa tem no imaginário considerar Jaguar uma marca de alta classe, o que não é. Imagine quem nem sabe distinguir um Fusquinha de um FIAT, aí tal ignorância precisa ser perdoada. Como visto, heresia alguma do pai do Vagner, e espero que seus consertos fossem até melhores do que o Jaguar que carregava os aparelhos.” - Dieckmann.
BM: Dieckmann se reporta à última edição das Cartas dos Leitores em que registramos, entre outras coisas, que ele consideraria uma heresia o pai do Vagner, o valoroso Seu Geraldo, transportar num Jaguar as televisões que consertava.
E ele vem dizer que eu não consigo distinguir um fusquinha de um FIAT, quando eu confessei que o único carro que consigo diferenciar de outros é o fusca? E ele se encrespa comigo numa hora em que eu o exalto como praticante de futebol?!... Sim, o Dieckmann tem jogado peladas nas horas vagas, e já assisti a um vídeo dessas pelejas.
Vejam bem que foram os remetentes das cartas desse citado Biscoito Molhado nº 2276: Manuel dos Santos (Garrincha), Valdir Pereira (Didi), Edvaldo (Vavá), Mário Jorge (Zagalo). Ou seja, coloquei o Dieckmann no ataque da seleção campeã do mundo, em 1958, e no lugar do Édson Arantes, e ele reage com hostilidade contra mim. (*)
É pura afetação polemista o fato de ele escrever que não existe heresia alguma em pôr aparelhos de televisão num Jaguar.
Coloque, caro leitor, uma televisão escangalhada no Jaguar dele e depois me conte. Se você sobreviver.

-Li num desses Biscoitos alusões a De Gaulle que me reportaram a um texto do Paulo Francis do Pasquim, se a memória não me trai. Disse o jornalista, em outras palavras, que ficou encantado com o estudo de Jean Paul Sartre sobre Flaubert e concluiu que os dois grandes nomes da França, no século XX,  eram Sartre e De Gaulle. Joel
BM: Meu caro Joel, quando as autoridades francesas pretenderam prender Jean Paul Sartre, a voz de De Gaulle se elevou com a seguinte frase: “Não se prende Voltaire”.
Eu concordo inteiramente com o estadista francês que o intelectual francês deveria ser livre para expor as suas ideias políticas, concordemos com elas ou não. Quanto a compará-lo com Voltaire... O filósofo do iluminismo, vale lembrar, passou uma temporada na cadeia da temida Bastilha. Sartre admirava profundamente Marx, não a Inglaterra. Mas depois de ser expulso da Alemanha e da França, Marx só conseguiu sossego para trabalhar nas terras inglesas, onde criticou em milhares de páginas o capitalismo praticado lá. Sartre também nutriu simpatias pelo stalinismo, caindo em si quando, em 1956, Nikita Krushov denunciou os crimes que o guia dos povos praticara durante décadas. Voltaire, por sua vez, foi, durante toda a sua longa vida, extremamente lúcido.
A comparação do De Gaulle foi infeliz.

-Li e reli o Biscoito Molhado nº 2277, aquele da História Infantil, e acredito que a menininha Simonete estava errada quando corrigiu o tio. Dom Pedro partiu da Quinta da Boa Vista para São Paulo, quando deu o grito do Ipiranga, e não do Palácio Imperial de Santa Cruz, usado posteriormente para os encontros furtivos dele com a Marquesa de Santos. Moacir
BM: Meu caro Moacir, consultemos os livros da História do Brasil. No século XVI, os jesuítas instalaram, em Santa Cruz, uma fazenda; nessa área, que se estendia de  Santa Cruz a Itaguaí, realizaram muitas obras de refinada engenharia, até o século XVIII.
Em 1759, o marquês de Pombal expulsou os jesuítas e suas terras foram confiscadas e subdivididas pela Coroa Portuguesa. O trecho de Santa Cruz até o limite com Itaguaí foi transformada em Fazenda Real e, posteriormente, em Fazenda Imperial. Lá, realmente, Dom Pedro I se encontrou, algumas vezes, com a Domitila de Castro Canto e Melo. Depois, construiu um palacete para ela, perto da Quinta da Boa Vista, na Rua Nova da Bela Vista (Avenida Pedro II), que hoje é conhecido como Museu do Primeiro Reinado.
Como a Fazenda Real ficava mais próxima de Santos do que a Quinta da Boa Vista, não seria surpresa que ele tenha partido de lá, com sua comitiva, para o riacho do Ipiranga.

-O redator do Biscoito Molhado viu a foto da inauguração do Teatro Municipal, em 1909, que rola pela internet. José Altafini
BM: Li, na minha adolescência, o “Rio de Janeiro do meu tempo”, de Luís Edmundo, em que ele narra, como minúcias, o dia da estreia do nosso histórico Teatro Municipal. Só faltavam as fotografias, que eu vejo agora no computador.
Frequentei muito o Teatro Municipal na década de 80, mas estive ligado a ele desde garoto através das transmissões das óperas que a Rádio MEC realizava. Falando nessa emissora, sempre fui seu ouvinte assíduo; vinha do Visconde de Cairu, adolescente, e ouvia amiúde “Trechos Líricos”, programa de Ida Bocchino, que se iniciava às 14h e 30min e se encerrava às 15h. Pena que o tempo era curto, mal cabia um dueto de Wagner. É verdade que, na época, eu só gostava das óperas italianas.
Hoje, ainda sou ouvinte assíduo da Rádio MEC que, na pobreza operística em que se transformou o Teatro Municipal, transmite as concorridas récitas do Metropolitan Opera House de Nova York, cuja temporada se estende de dezembro de 2012 a fevereiro de 2013.
Escuto também os programas dominicais das 16 horas do nosso amigo Sérgio Fortes, sobre as audições da Orquestra Sinfônica Brasileira, que até provocou a mudança de horário dos jogos do campeonato brasileiro, por parte da TV Globo, com medo de perder a audiência, segundo o filho do Boni.
Recordo-me que, na inauguração do Teatro Municipal, Luís Edmundo registrou que alguém, na plateia, gritou uma gracinha. Paula Ney, que estava no palco (não garanto que era ele) rebateu prontamente:
-Botocudo, largue o arco e a flecha,
Hoje, ele seria criticado por ter ofendido a nação indígena.

-O redator do Biscoito Molhado viu o filme “Hemingway e Gellhorn”? Se viu, o que achou? Edvaldo Alves
BM: Há filmes ótimos de se ver para malhar depois, e Hemingway e Gellhorn” é um deles.
O diretor Philip Kaufman, de “A insuportável leveza do ser”, não conseguia mais trabalho em Hollywood, até que recebeu uma proposta da HBO para filmar o relacionamento entre o escritor de touradas, guerras, pescarias, caças, bebedeiras e outras manifestações de masculinidade, Ernest Hemingway, com a correspondente de guerra Martha Gellhorn, que seria sua terceira esposa.
No primeiro contato entre os dois, num bar, naturalmente, Nicole Kidman, no papel da correspondente de guerra, aproxima-se dele com as calças arrochadas, que lhe realçavam o traseiro, toda rebolativa, o que extasiou todos os bêbados presentes. Pra quê, se ela, posteriormente, se mostra difícil de ser conquistada?  Como a ação vai rapidamente para a Guerra Civil da Espanha, eu desisti de mudar de canal.
Onde havia uma guerra, lá estava ela: Finlândia, China, Normandia...  Soube, depois, que o orçamento do filme era curtíssimo, 20 milhões de dólares, por isso, as filmagens foram realizadas em São Francisco, apenas. Os técnicos em computação gráfica trabalharam sem descanso.
Sem perda de tempo, passemos para o final. Hemingway apresenta problemas mentais, sendo tratado com eletrochoques, e, como machão que era, colocou o cano de uma espingarda na boca e acionou o gatilho com o dedo do pé. O filme deixa a impressão que ele enlouquece quando Gellhorn, sua segunda esposa, o abandona. Não foi nada disso: o pai de Hemingway sofreu de esquizofrenia, doença que ele carregava no código genético. Também parecia doentia a demonstração de masculinidade exacerbada do escritor americano, que chegou a revelar que o pênis dele era maior do que o do Scott Fitzgerald que, para muita gente boa, foi melhor escritor do que ele.
Voltando ao início da minha resposta: é um ótimo filme para se ver e depois malhar.

(*) Esse redator é um agente provocador. Agora vem aludir à idade do Distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO, que tinha 8 anos completos na época da convocação do mencionado Scratch de Ouro. Ora, se o Pelé com 17 anos já recebeu críticas, imagine o leitor a repercussão... De mais a mais, a ausência do Distribuidor não atrapalhou nem a seleção de 58 e nem a de 62. E não adianta me colocar na defesa que sou atacante convicto.
Para evitar que o leitor não reconheça outros remetentes de cartas entre os selecionados, aqui vai a nossa seleção, com os nomes verdadeiros:
Pelé
Nome: Édson Arantes do Nascimento
Posição: Meia-atacante
Nascimento: 23/10/1940
Copas: 1958, 1962, 1966 e 1970

Bellini, Hideraldo Luiz
Posição: Zagueiro Nascimento: 07/06/1930 Copas: 1958, 1962 e 1966

Castilho, Carlos José
Posição: Goleiro Nascimento: 27/11/1927 Morte: 02/05/1987 Copas: 1950, 1954, 1958 e 1962

De Sordi, Newton
Posição: Lateral-direito Nascimento: 14/02/1931 Copa: 1958

Dida (Edivaldo Alves de Santa Rosa)
Posição: Atacante Nascimento: 26/03/1934 Morte: 17/09/2002 Copa: 1958

Didi (Valdir Pereira)
Posição: Meia Nascimento: 08/10/1929 Morte: 12/05/2001 Copas: 1954, 1958 e 1962

Dino Sani
Posição: Volante Nascimento: 23/05/1932 Copa:

Djalma Santos (Djalma Pereira Dias Júnior)
Posição: Lateral-direito Nascimento: 27/02/1929 Copas: 1954, 1958, 1962 e 1966

Garrincha (Manuel Francisco dos Santos)
Posição: Atacante Nascimento: 28/10/1933 Morte: 20/01/1983 Copas: 1958, 1962 e 1966

Gilmar dos Santos Neves
Posição: Goleiro Nascimento: 22/08/1930 Copas: 1958, 1962 e 1966

Joel Antônio Martins
Posição: Atacante Nascimento: 23/11/1934 Copa: 1958

Mauro Ramos de Oliveira
Posição: Zagueiro Nascimento: 30/08/1930 Morte: 18/09/2002 Copas: 1954, 1958 e 1962

Mazzola (José João Altafini)
Posição: Atacante Nascimento: 24/07/1938 Copa: 1958

Moacir Claudino *****
Posição: Meia Nascimento: 18/05/1936 Copa: 1958

Nílton Santos
Posição: Lateral-esquerdo Nascimento: 16/05/1925 Copas: 1950, 1954, 1958 e 1962

Oreco (Valdemar Rodrigues Martins)
Posição: Lateral-esquerdo Nascimento: 13/06/1932 Morte: 03/04/1985 Copa: 1958

Orlando Peçanha de Carvalho
Posição: Zagueiro Nascimento: 20/09/1935 Copas: 1958 e 1966

Pepe (José Macia)
Posição: Atacante Nascimento: 25/02/1925 Copas: 1958 e 1962

Vavá (Edvaldo Izídio Netto)
Posição: Atacante Nascimento: 12/11/1934 Morte: 19/01/2002 Copas: 1958 e 1962

Zagallo, Mário Jorge Lobo
Posição: Atacante Nascimento: 09/08/1931 Copas: 1958 e 1962

Zito (José Eli de Miranda)
Posição: Volante Nascimento: 08/08/1932 Copas: 1958, 1962 e 1966

Zózimo Alves Calazans
Posição: Zagueiro Nascimento: 19/06/1934 Morte: 01/01/1977 Copas: 1958 e 1962

Bolacha (Roberto Dieckmann, não selecionado)
Posição: Banheira Molhado (não confundir com Biscoito), nascimento 14/11/1949 Copas, só com sorvete.

 








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