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segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

2302 - sobre catarinas e dilmas

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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4103                   Data: 01 de janeiro  de 2013
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CARTAS DOS LEITORES

“Carlos, bom texto. E eu, nele, só servi para costurar costureiras, durante toda essa Segunda Guerra Mundial. Magoou.” Elio Fischberg.
BM: Elio se reporta ao conto publicado na edição 2287, Em Paris, na Segunda Guerra Mundial. Não fique magoado, Elio; sei que o Dieckmann tripudiou, anexando ao texto um arquivo com incontáveis fotos da Linha Maginot, lugar em que você deveria estar, defendendo a França, em vez de correr atrás das costureiras. É verdade que, ao caracterizá-lo, eu me inspirei no escritor Medeiros de Albuquerque. Ele, em Paris, aproveitando que as mulheres estavam carentes, pois os homens se encontravam em guerra contra as forças do Kaiser, fornicou com várias delas.
Elio, na nossa próxima viagem pelo tempo, você terá uma atuação heroica. Não fique magoado. (*)

“Impressionante, Carlos. A gente vê fragmentos da história russa ao longo da vida e jamais deixa de se surpreender com a magnificência que acompanhou os czares. As fotos são um impulso para a imaginação e quase pude ver Catarina “farfalhando” suas anáguas pelos salões, salas e corredores (acho que frequentava mais assiduamente esses últimos, segundo a lenda, sem nenhum pudor...). Se não bastassem as ilustrações, temos a música. Um deleite. E que venha 2013, estou com a “muleta” (pano vermelho do toureiro) estendida e as bandoleiras na reserva, sem nenhuma intenção de provocá-lo – mera manifestação de entusiasmo.” Abraço. Branca Euler
BM: a companheira do Dieckmann, nossa amiga Branca, se reporta ao e-mail que lhe enviei com uma miríade de fotos do exuberante Kremlin.
A imperatriz Catarina da Rússia nos induz a erros; eu, por exemplo, a julgava russa e soube, não faz muito tempo, que era alemã. O próprio Millor Fernandes, com toda a sua sapiência e talento, referiu-se a ela, no Pasquim, como “Catarina, a vaca”, como se ela fosse uma Messalina. Ora, a grande imperatriz se correspondeu por cartas com o Voltaire e convidou Diderot a visitá-la na corte.
Esposa do czar Pedro III, um homem fútil, demonstrou incrível habilidade política, Aliou-se à guarda imperial que obrigou o czar a renunciar e afastou do poder seu filho, tornando-se ela absoluta no trono. A czarina tomou medidas no campo da educação e reformou administrativamente o império, dividindo-o em 50 governos. Ela estendeu consideravelmente o império russo, anexando a Crimeia, a Lituânia, a Ucrânia Ocidental, a Bielorrússia. Colocou ainda no trono da Polônia, Estanistau Poniatowski, um antigo namorado subserviente.
Seu reinado de 34 anos, 1762-1796, foi acentuadamente frutífero para a Rússia.
Quanto ao Kremlin, bairro central e antiga fortaleza na margem direita do rio Moscova, rodeado por uma muralha de 2,20 km, foi residência dos príncipes de Moscóvia e, depois, dos czares da Rússia até 1718. Seus principais monumentos, que vemos nas fotos citadas pela Branca, datam do reinado de Ivan III (1462-1505):catedrais da Morte da Virgem (1475), da Anunciação (1484) e de São Miguel Arcanjo (1505), de estilo russo-bizantino; além do Palácio das Facetas (1487), em estilo italiano.  Deve-se ao czar Nicolau I, o Palácio das Armaduras, de 1838.
Residência dos czares até 1718, repetimos, o Kremlin foi sede do governo comunista de 1918 a 1991.
Com quase trinta anos de poder, Stalin, o ex-comissário do povo, desfrutou do luxo e riqueza do Kremlin mais do que ninguém; aliás, políticos que brotam das massas populares sentem irresistível atração pela abastança. Vide o caso atual do Brasil.
Quanto à música que se ouve enquanto se aprecia a opulência do Kremlin, é o andante, segundo movimento do concerto para violino e orquestra de Tchaikovsky. Um deleite, realmente.
Muito boa a metáfora, Branca, aguardaremos 2013 como um toureiro que vai enfrentar um touro.

“Você leu no Ancelmo Góis de 31/12/2012, que o Michel Levy, ex-dirigente do Flamengo, quase saiu no braço com Fernando Sihman, marido da ex-presidente Patrícia Amorim e que a porrada não aconteceu porque o Walter Oaquim, ex-vice de Relações Externas a evitou? E leu, na continuação  da notícia, que uma testemunha afirmou que era a primeira vez que ele assistia a uma briga de judeus apartada por um árabe?” - Daniel Barenboim
BM: Daniel Barenboim... Você é o maestro?...Se for, meus parabéns por integrar judeus e árabes através da música. Vi a agitação que você provocou no seu povo, em Israel, quando regeu a música de Wagner. O compositor alemão, como pensador, era uma coisa (horripilante), e como compositor, outra (magistral).
Quanto à sua carta, acredito que nem o Elio Fischberg já testemunhou uma briga entre judeus separada por um árabe. E depois dizem que há coisas que só acontecem com o Botafogo.


“Não sei se você se lembra de mim, pois sou mais ligado ao seu irmão Claudio, principalmente porque jogamos muito futebol juntos. Vamos ao que interessa: o meu irmão mais velho chegou ao generalato e, com lucrativas aplicações financeiras, fez um ótimo pé de meia. Como ele não pode residir em duas casas na Barra da Tijuca ao mesmo tempo, ofereceu-me uma das casas para eu morar desde que pagasse o condomínio. Mudei-me para lá de mala e cuia, mas, quando soube do valor do condomínio, quase caí estatelado no chão, era maior do que o meu salário. O que o consultor financeiro do Biscoito Molhado tem a dizer?”- Otávio da Tota.
BM; Otávio da Costa, você continua gaguejando?... Procure um fonoaudiólogo competente como o do filme “Discurso do Rei.”
Claro que eu me lembro de você desde a minha infância na Rua Cachambi, quando você sempre procurava cortar, sadicamente, as pipas que eu empinava. Também me recordo do seu irmão, com o uniforme do Colégio Militar, que passava por nós de rosto austero sem querer saber de bola de gude, pipa, bola de futebol, pião com fieira, ou de qualquer brincadeira que nos agregavam.
Ele se tornou, então, um abonado militar e lhe propõe morar na sua casa na Barra com um condomínio escorchante?... Otávio, volte correndo para o Cachambi – é o nosso conselho.


“Você leu que a VEJA, citando as personalidades que morreram em 2012, esqueceu-se do Altamiro Carrilho?” - Maurício Carrilho.
BM: Maurício, desde que me conheço por gente e assistia ao seu tio com a banda, na TV Tupi, que eu julgo o Altamiro Carrilho imortal. O passar de tantos anos consolidou essa impressão em mim. Talvez, a VEJA pense como eu: ele não morreu.

E por hoje, é só.

(*) Será o Elio um astronauta?

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