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quarta-feira, 16 de outubro de 2013

2490 - telecoteco



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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4290                                          Data: 13 de outubro de 2013
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SABADOIDO COM MAIS MÉDICOS E MAIS DOENTES
PARTE I

-Justificando o programa “Mais Médicos”, a Dilma declarou que não há necessidade de o médico e o paciente falarem a mesma língua, que bastam umas apalpadelas e já se sabe o diagnóstico.
-A Dilma é uma anta. - arpoou a Gina, recebendo um aceno afirmativo de cabeça do Claudio.
-A Dilma desconhece a anamnese.- concluí.
-Ela está com amnésia, Carlão?- entrou no diálogo o Daniel com o seu jeito brejeiro.
-A anamnese é uma técnica, ou um método, em que os médicos, conversando com os pacientes, chegam a um diagnóstico com grande probabilidade de acerto. - expliquei.
-A anamnese, hoje, é um luxo. - bradou a Gina.
-Sei, os médicos da velha guarda, como o doutor Jerônymo e o diretor do São Lucas, recentemente, reclamaram da má qualidade da medicina que é hoje praticada, porque os galenos, como diz a Rosa, não dialogam mais com os doentes.
-Se você quer ficar uma hora com um médico, vai ter de desembolsar mais de 300 reais de consulta. - interveio meu irmão.
-Sei disso; hoje, eles dedicam quinze, no máximo vinte minutos ao enfermo. É o tempo que eles precisam para pedir um exame de sangue ou, então, para examinar o dito cujo. Se o colesterol está alto, receitam estatina, se for a glicose, outro remédio de que não me lembro o nome e assim vai.- manifestei-me.
-É a medicina de alta rotatividade. - atalhou a Gina.
-Muitas vezes, as taxas de colesterol, glicose e outras sobem devido ao estado emocional, mas como o médico não conversa, só se interessa por um papel de laboratório, desconhece esse fator importantíssimo e, assim, prescreve remédios sem necessidade.
-Ganham a indústria farmacêutica e o médico, pois tempo é dinheiro. - aduziu o Claudio.
-E ainda vem a presidente da República homologar essa esculhambação com declarações que apalpadelas resolvem problemas de saúde.  - lamentei.
-Ela quer trazer mais médicos cubanos para o Brasil.- emendei.
-Carlão, não fale isso perto dos meus colegas de trabalho, porque todos são PT e não gostam do Fernando Henrique que quis privatizar a Casa da Moeda. - fingiu o Daniel apreensão ao sussurrar essas palavras.
-Eu queria saber se seus colegas de trabalho gostariam de enviar a parte substancial dos salários deles para o governo, como os médicos cubanos fazem.
-Eu também gostaria. - juntou a Gina suas palavras às minhas.
Logo, o clima se tornou mais descontraído porque o assunto futebol entrou em cena.
-Assisti, ontem, na TV a cabo, a um programa da Inglaterra, que reviveu o futebol na década de 80.
-Carlão, por que você não mudou de canal, pois o Brasil passou em branco nesse período?
-Pois é, Daniel, mas tenho vocação para historiador e, por isso, me interesso até pelas mazelas do passado.
-Nos anos 80, o Fluminense ganhou muitos títulos. - falou o Claudio em tom de protesto.
-Velho, o Carlão se refere ao futebol internacional.
-Nesse programa – fui mais objetivo - eles falam da seleção brasileira de 1982. Estranhei quando o locutor inglês, logo no pontapé inicial, enalteceu exageradamente aquele escrete. Porém, quando mostraram a fatídica partida em que o Paolo Rossi enfiou três gols, o locutor foi mais realista.
-Como assim? - interessou-se a Gina.
-Ele disse que o ataque do Brasil era brilhante, mas a defesa parecia formada por palhaços.
-Falou besteira, pois o Serginho Chulapa, centroavante, não era nenhum craque, enquanto o Leandro, lateral direito, era.
-Sim, Claudio, mas o Leandro, depois do meio de campo, ficava travado, o que não acontecia com ele quando participava dos jogos do Flamengo.
E fui adiante:
-O Josimar, na Copa do Mundo seguinte, avançou e meteu dois gols, ou seja, não deixou o lado direito do campo, no ataque, despovoado.
-Ah, sei: o Telê escalava a seleção brasileira sem ponta direita.
-Sim, Daniel, nessa época, um personagem do Jô Soares popularizou o bordão “Bota ponta, Telê”.
-Era o Zé da Galera. - identificou-o de imediato a Gina.
 -Antes de o Zagalo recuar para formar o 4-3-3, o Telê já fazia isso quando jogava no Fluminense. - registrou o Claudio.
-Alguns profissionais do ramo afirmam que, no Fluminense dirigido pelo Zezé Moreira, surgiu o 4-3-3, uma variação do 4-2-4, com o recuo do Telê.
-Os estudiosos sérios afirmam isso. - acrescentou a Gina também levada pela paixão tricolor.
-O Telê, portanto, conhecia tática de futebol, e foi um grande técnico. -frisou meu irmão.

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