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terça-feira, 6 de março de 2012

2107 - os sete de Esparta

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 3907 Data: 23 de fevereiro de 2012

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INTERAÇÕES INTERNÉTICAS

Enviam-me notícias, através da internet, que a crise na Grécia provocou sérios problemas, como os que se seguem:

-Hércules teve de largar os doze trabalhos porque ficou desempregado;

-Afrodite foi rodar bolsinha na esquina;

-Acrópole é vendida e em seu lugar é inaugurada uma Igreja Universal do Reino de Zeus.

Apesar da ajuda dos países mais estáveis da Europa, o problema grego recrudesceu e novas notícias alarmantes chegam ao meu endereço eletrônico:

-A espada com que Alexandre, o Grande, cortou o nó górdio foi colocada no prego;

-Zenão de Eleia, por causa da falta de abastecimento, transformou a tartaruga que não foi ultrapassada por Aquiles, no seu sofisma, em sopa.

-Arquimedes larga os experimentos científicos e se torna estilista de moda, lançando a sua coleção “Todo o mundo nu” para as quatro estações do ano. (*)

-Pitágoras se viu obrigado a esquecer os teoremas e agora se dedica a calcular quantos salários faltam para terminar o mês;

-Ártemis, a deusa Diana dos latinos, entrou no Brasil clandestinamente e, hoje, caça cotia no Campo de Santana;

-As nove musas passaram a cobrar uma taxa em euro a cada invocação dos artistas. Sobre algumas delas, sabemos como estão enfrentando essa terrível crise econômico-financeira:

Terpsícore, a musa da dança, arranjou um emprego numa gafieira da Praça Tiradentes;

-Mnemósine, a musa da memória, atende os artistas jovens por 50 euros e os mais idosos por 200 euros. Sempre cobra adiantado para não correr o risco de seu cliente se esquecer de pagar a conta;

-Tália, a musa que faz brotar flores, conseguiu um emprego de jardineira na casa de campo de uma emergente da Barra da Tijuca.

E assim vai a vida dura dos gregos.

-Prometeu tenta se empregar numa fábrica de fósforos;

-Menelau, marido de Helena de Troia, vende capacete de viking para os torcedores noruegueses e dinamarqueses nas portas dos estádios;

-Alcebíades, amante de Sócrates, abriu uma sauna num subúrbio de São Paulo;

-Diógenes vendeu o barril, a lanterna e, com o dinheiro, alimentou os cães que o acompanhavam.

Bem, por enquanto é isso; vamos aguardar os desdobramentos dessa autêntica tragédia grega.

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Um amigo virtual, ou seja, que eu ainda não conheço em carne e osso, envia-me a resenha de uma biografia do Victor Hugo de Alain Decaux. Nela, há referências ao “trato erótico-senil” do autor de “Os Miseráveis”. Ele afirma que o grande escritor, já velhinho, em Guernesey, gratificava as criadas com dinheiro para elas lhe mostrarem o pé, as coxas e (pagando quantias maiores) as mamas. Vivesse Victor Hugo os dias de hoje e veria tudo o que viu, e muito mais, sem pagar um tostão.

A nudez está na mídia.

Lembro-me de ter visto um documentário, na TV a cabo, que mostrava o ensaio do “Mandarim Miraculoso” de Béla Bartok, que é considerado um dos mais destacados compositores do século XX. Em determinada passagem, o maestro exige que cada membro da orquestra tentasse tirar do seu instrumento o máximo de sensualidade. Como os músicos não conseguiam o erotismo que ele desejava, contou para eles um caso.

Quando prefeito da cidade de Colônia, em 1917, Konrad Adenauer, ao ouvir trechos do “Mandarim Miraculoso”, considerou-os indecentes para a plateia alemã.

-O sexo não estava ainda na moda. - comentou o maestro maliciosamente, arrancando gargalhadas dos músicos da orquestra.

Mais tarde, em 1949, Konrad Adenauer se tornou Chanceler da Alemanha, cargo que exerceu até os 87 anos de idade, quando renunciou. Entrou para a história como um dos maiores estadistas que existiram. Quando deixou a chancelaria em 1963, a revolução sexual estava a caminho, e o “Mandarim Miraculoso” já não o escandalizava tanto.

Victor Hugo octogenário, como sabemos, ainda sentia o rescaldo de uma agitada vida sexual.

Houve quem criticasse o biógrafo Alain Decaux, que se interessou por bisbilhotices, como o poeta e tradutor Ivo Barroso, que escreveu:

-”O intuito – louvável – de Decaux foi o de apresentar um Hugo de carne e osso, com todas as virtudes e defeitos de um indivíduo comum, não obstante a auréola de mito de Homem-Oceano, que oficialmente o acompanha. Mas se investigações dessa natureza são apreciadas pelos fã-clubes de vária natureza, paira uma dúvida quanto à necessidade (e, mais ainda, quanto à utilidade) desse tipo de levantamento, desse escrutínio minidetalhista em relação a um autor cuja obra em si já lhe garante a perenidade sonhada pelos gênios.

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Encontro entre as minhas mensagens eletrônicas uma bastante elucidativa: “Os 10 primeiros da internet”. Como o cacoete com o uso de aparelhos antigos me faz tropeçar com a parafernália de hoje em dia, talvez decorando alguns desses dez nomes, com seus respectivos feitos, me ajudem a mostrar algum brilho nas conversas com os jovens.

1- A primeira imagem da rede.

Em 1992, Tim Berners-Lee pediu fotos ao seu colega Silvanno de Genaro com o objetivo de publicá-las na rede de informações que ele havia criado. Tratava-se, nada mais, nada menos, do W.W.W. (World Wide Web). Foi enviada a foto de quatro mulheres que formavam a banda “Les Horribles Cernettes”, amigas de trabalho da Organização Europeia de Pesquisas Nucleares.

2- O primeiro e-mail (mensagem eletrônica).

O e-mail brotou da criatividade de Ray Tomlinson, em 1971.

Nos primeiros anos, os e-mails só eram remetidos para os computadores conectados à mesma rede. Ray Tomlinson teve, então, outra ideia que simplificou tudo: com a inclusão do símbolo @ (arroba) no endereço do internauta, ele separou a máquina do usuário e conseguiu fazer com que sua mensagem fosse enviada para qualquer pessoa de qualquer computador.

3- O primeiro spam (e-mail não desejado).

Bem, os nossos leitores são extremamente cultos e sabem que spam é a abreviatura inglesa de spiced ham (presunto condimentado). Foi um alimento bastante difundido na grande depressão que grassou nos Estados Unidos da América.

O primeiro spam da era da informática foi enviado e 1978, por Gary Thuerk, um gerente de marketing da Digital Equipment. Inevitavelmente, um anunciante é sempre o primeiro a abrir a porta da chatice.

No fim dos anos 70, os modens eram uma lesma e a espera por um download, um exercício de paciência; portanto, os spans foram a causa de muita neurastenia ente os internautas.

Faltam ainda 7, mas tenho de parar por aqui, pois caiu a minha conexão com a internet.

(*) famoso filme de muitos anos atrás: Os Escudos Gregos

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