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segunda-feira, 10 de outubro de 2011

2027 - ponderações sobre o imponderável

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 3857 Data: 01 de outubro de 2011

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PREMIAÇÕES INUSITADAS

Eu conhecia a paródia do Oscar, “A Framboesa de Ouro”, que premia os piores artistas do ano com a citada fruta de plástico estilizada sobre um filme Super 8 pintado de tinta dourada, com valor aproximado de US$ 4,97. Agora, tomo conhecimento de uma paródia do Prêmio Nobel, trata-se do IG Nobel.

O Ig Nobel de 2011 de Medicina foi para os entomologistas Darryl Gwynne e David Rentz pelos estudos que realizaram sobre os efeitos nocivos no organismo por segurar o xixi.

No último ano em que brinquei carnaval – 1970, no salão do Vasco da Gama, em São Cristóvão – fui alertado a 100 metros de distância pelo meu olfato que os banheiros de lá estavam bastante fedegosos, contive, então, a minha urina na bexiga de uma da manhã até às quatro. Mesmo não tendo bebido cerveja, na ocasião, eu seria uma boa cobaia para esses dois entomologistas. No carnaval deste ano de 2011, o prefeito Eduardo Paes ordenou a prisão dos mijões que evitavam os banheiros químicos. Minha Nossa, os banheiros químicos cheiram tão mal quanto a consciência do José Sarney!... Nos dias subsequentes ao carnaval, apareceu a reação dos foliões na internet:

-”Deixem-me mijar em Paes.”

Li, certa vez, uma entrevista do Nélson Piquet em que ele revela que, tomado por uma necessidade sobre-humana de urinar, no meio de uma corrida de Fórmula 1, não titubeou: liberou a urina sem tirar o pé do acelerador, voltando à época em que engatinhava pela casa com as fraldas molhadas.

O Ig Nobel de Química foi para o japonês que criou um alarme a partir do tempero de wasabi. Trata-se de uma invenção tão bizarra que eu não tenho comentários a fazer, além disso, os meus conhecimentos da culinária japonesa não vão além do sushi e do sashimi.

Pesquisas que esclarecem porque os arremessadores de discos nas olimpíadas ficam sonsos e os de martelo não, resultaram no Ig Nobel de Física de 2011. Pena que os nomes dos pesquisadores não tenham sido informados. Foram Bouvard e Pécouchet?... Não, eles morreram há muito tempo. Informam que a universidade onde ocorreram tais estudos é conceituada, mas o seu nome não é revelado também. De qualquer maneira, eu entendo, agora, porque o ex-presidente Lula tem recebido tantos títulos honoris causa no exterior.

O vencedor do Ig Nobel de Psicologia de 2011 foi Karl Halvor Teigen. Este cientista realizou acuradas observações na tentativa de desvendar o porquê de as pessoas suspirarem. Em 2012, ele deve chegar a uma conclusão e, com toda certeza, faturará o prêmio pela segunda vez.

Eu, particularmente, tenho uma colega de trabalho, terceirizada, que vive bufando. Certa vez, perguntaram-lhe se os elevadores enguiçaram, e ela subiu a pé os onze andares de escada. A tal colega não precisava de psicólogos, com prêmios ou não, para diagnosticar a razão de bufar tanto: atraso no pagamento do salário.

Os cientistas que previram o fim do mundo foram brindados com o Ig Nobel de Matemática de 2011. Ora, o fim do mundo é assunto para profissionais, ou seja, cartomantes, jogadores de búzios, leitores de Nostradamus e não amadores, como os matemáticos. Todos os espectadores do History Channel sabem que o mundo acabou há muito tempo.

Pertenceu ao prefeito de Vilnius, capital da Lituânia, Arturas Zuokas, o Ig Nobel da Paz de 2011 por ter conseguido resolver o problema dos carros estacionados em lugar proibido: ele ordenou que tanques de guerra passassem sobre eles.

Desde aquele político que resolveu o problema da mendicância, segundo a oposição, jogando os mendigos no rio, alguém não tinha um lampejo tão genial.

O 1º prêmio de um concurso bizarro foi para os pesquisadores de uma universidade canadense que registraram a tentativa de sexo entre um besouro e uma garrafa. Os besouros desafiam as leis da aerodinâmica e voam, eis que, agora, apareceu um que queria desafiar a natureza sexual. De tanto tentar convencer a garrafa a arriar a tampinha, o besouro morreu, segundo os pesquisadores, ou “voyeurs”, dessa universidade do Canadá.

Os leitores do Biscoito Molhado que, como eu, não possuem memória seletiva, lembram-se, certamente, de uma notícia jornalística no fim dos anos 80: um adolescente, com a testosterona em ebulição nas veias, numa piscina, introduziu a sua anatomia mais íntima num orifício do concreto. Não conseguiu retirá-la e os bombeiros foram convocados. Ele não morreu, como o besouro, mas não informaram se essa experiência deixou sequelas.

Sem mais informações sobre a paródia do Prêmio Nobel, retornemos ao “Framboesa de Ouro”.

Nós registramos no início desta edição, que os artistas de cinema são anualmente consagrados com o “Framboesa de Ouro”, mas houve exceções; a Sofia Copolla, por exemplo, foi considerada a pior atriz do século pela sua atuação em “O Poderoso Chefão III”.

-A melhor coisa d' “O Poderoso Chefão III” foi a morte da Sofia Copolla, pois, assim, estamos livres dela n' “O Poderoso Chefão IV” - disse-me o Labruna, um colega de trabalho do fim dos anos 80 e início dos anos 90.

Poucos anos depois, foi descoberto em que área das artes se encontrava o seu talento e Sofia Copolla se destacou como grande diretora.

O “Framboesa de Ouro” comete, de uma maneira geral, menos injustiças do que o badalado “Oscar” da Academia de Hollywood. Sylvester Stallone, neste caso, recebeu 20 indicações e foi obsequiado com 10 prêmios de pior ator principal e coadjuvante. Como a Sofia Coppola, foi considerado o pior ator do século e também da década de 80.

Outros atores lembrados: Burt Reynolds com 9 indicações e 1 prêmio, Arnold Schwarzenegger com 8 indicações, enfim, a disputa entre os piores atores é acirradíssima.

Na categoria atriz principal, Madonna reina absoluta: 12 indicações e 8 prêmios. Já lhe dedicaram a “Framboesa de Ouro” de atriz principal, de atriz coadjuvante, e também de pior atriz do século. (Creio que do século XXI, pois a filhota do Francis Ford Coppola foi a pior do século XX.

Angelina Jolie já recebeu 7 indicações de pior entre as piores, mas não a brindaram, porém, com o prêmio. Uma injustiça, pois no “Alexandre” de Oliver Stone, ela fez por merecer. Há uma cena de caras e bocas em que ela contracena com o filho, exibindo seus lábios carnudos, em que está imbatível.

Quanto aos piores filmes, lá estão “Rambo”, “A Saga Crepúsculo”, “Showgirl”, “Striptease”, mas se esqueceram de muitos outros.

Se houvesse uma “Framboesa de Ouro” para o pior filme estrangeiro, certamente “Lula, o filho do Brasil” seria imbatível, nem os lulistas que eu conheço foram assistir.

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