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sexta-feira, 4 de setembro de 2015

2931 - Dorothy Lamour, a história verdadeira


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O BISCOITO MOLHADO

Edição 5181                                    Data:  03  de setembro de 2015

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CARTAS DOS LEITORES

 

-Achei interessante que, no Minidicionário Autobiográfico, o redator tenha dito que estudou inglês lendo “Summer of ‘42”, que redundou no filme “Houve Uma Vez Um Verão”. Interessante porque quase todo o mundo diz que melhorou seu vocabulário lendo Agatha Christie no original, e a pronúncia, ouvindo os discos do Frank Sinatra. Quanto a mim, li o livro, vi o filme e gostei mais dos dois, embora, na leitura do livro, não se ouvisse a música de Michel Legrand.  Você sabia que a história é verdadeira, que o escritor, adolescente em 1942, viveu um caso de amor com mulher que acabara de receber a notícia da morte do marido na guerra? Newton

BM: Meu caro, Newton, soube, poucos dias atrás, que o escritor e roteirista, Herman Hautcher (Hermie) manteve todos os nomes verdadeiros, inclusive o da mulher amada, Dorothy, que, depois de aceita-lo por umas horas de amor, sumiu da sua vida. Quando a história se tornou pública, ele recebeu um contêiner de cartas de mulheres que se diziam a sua Dorothy do verão de 1942. Uma dessas cartas, porém, pela riqueza de detalhes, que só os dois conheciam, não deixou dúvida alguma: era ela. Dorothy disse, então, que se casou outra vez, que era avó e muito feliz. Depois desse contato, ela sumiu como no verão de 1942. Ficaram uma história e uma música, a de Michel Legrand, que fez todos chorarem na filmagem da cena de amor entre Hermie e Dorothy.

 

 -Quando li sobre o exame de madureza nas páginas deste periódico, fui conduzido à minha prova de matemática no supletivo de 1974. Nela havia uma questão de que nunca me esqueci: uma pessoa fuma um cigarro em um dia, outro no segundo dia, um terceiro no dia subsequente e, assim, sucessivamente, até o centésimo dia. A pergunta era esta: quantos cigarros ele fumou nesse período. Deus de céu! Eu esqueci a fórmula do somatório da progressão aritmética e tive de somar tudo, um por um, perdendo meia-hora nessa questão, mas o meu esforço foi recompensado: acertei. Carlos Frederico (*)

BM: Caro leitor, no distante ano de 1785, uma turma de alunos bagunceiros, com menos de 10 anos, irritou tanto o professor que ele, para mantê-los sossegados, ordenou que somassem todos os números de 1 a 100. Qual não foi sua surpresa quando um aluno lhe apresentou, rapidamente, a resposta certa: 5.050. Tratava-se de Carl Friedrich Gauss, que se tornaria o Príncipe da Matemática. Ele descobriu as fórmulas das progressões. No seu caso, igual ao dele, quando garoto, o somatório é Sn= (1+100)/2 x 100, ou seja, a soma do primeiro termo com o  último, dividido por dois multiplicado pelo número de termos da progressão aritmética, ou seja, um cigarro mais 100 divididos por dois; total 5 050 cigarros foram fumados nesse tempo.

Há outras fórmulas mais complicadas de uma Progressão Aritmética, como a que calcula um determinado valor, que não é a soma, mas isso fica para outro exame de Matemática.

 

-Acompanho com interesse o Minidicionário Autobiográfico, sei, portanto, que o memorialista do Biscoito Molhado revelou que, na prova de admissão no Colégio Militar do Rio de Janeiro, em 1960, respondeu que o aumento de incêndio “incendiadez” e que, na prova de geografia no supletivo, errou a questão de geografia que tratava da costa ocidental da Amazônia brasileira que necessita de proteção militar nas fronteiras. No entanto, não aludiu a erro algum na prova de vestibular que lhe provoque arrependimentos até hoje, ou ele não ocorreu? Renê

BM: Ocorreu sim, Renê.  Numa questão da língua portuguesa, depois de titubear, cravei “haja visto” no lugar de “haja vista”.

Ainda hoje, no meu trabalho, quando me pedem para revisar algum texto, até deixo passar alguns pequenos erros, mas “haja visto”, nunca; eu sinto um arrepio, lembro do meu tropeço e corrijo.

 

-O periodista do Biscoito Molhado contou que 10, ou mais, dos primeiros colocados no vestibular que prestou, obtiveram esse êxito de modo fraudulento. Ele poderia dar um exemplo? Renê

BM: Márcia, seu nome ficou na minha retentiva; era mineira, que passou em sexto lugar e o marido, em quinto. Ela estudaria de manhã, na minha sala, enquanto seu marido preferia as aulas noturnas.

Nas primeiras aulas, estranhei o tratamento efusivo entre ela e o professor de matemática, que viria a ser diretor. Com as proximidades das provas do semestre, ela me pediu para lhe tirar umas dúvidas na matéria. Minha nossa senhora! Ela não sabia nem número relativo, que, algumas vezes, menos vale mais, como na letra do Vinícius de Moraes. Como ela conseguiu o diploma do 2º grau? - perguntava-me. Resultado que obteve nessa prova: 10. Quanto à nota que obteve na prova final, não precisa ser um Carl Friedrich Gauss para calcular.

Com o professor de Geografia Econômica, que não era unha e carne com o casal, não quis saber de favorecimentos. Numa aula, em que ele falava da eclusa de Tucuruí, a Márcia interveio para falar das “compotas”. E o professor confirmou, disse-lhe, que lá não havia comportas e sim, compotas, onde os peixes se fartavam de tanto comer doces.

Cala a boca, Márcia!

 

-Vocês regavam o “horto da Dona Rosa”? - Evaristo

BM: Dona Rosa?!... Ah, sim: o amigo se refere à minha professora de Ciências do tempo do ginasial do Visconde de Cairu.  Sim, nós regávamos, pois ele tinha de deslumbrar os visitantes da Feira de Ciências, que eram muitos, pois os pais dos alunos eram presença obrigatória. 

O que eu plantei no “horto da Dona Rosa”? Não me recordo... Pensei em sementes de laranja, limão, goiaba, abiu, mas minhas colegas não deixaram, argumentando que aquilo era um horto, não um pomar. Plantar nabo, podia. Bons tempos de garoto, quando ríamos de qualquer besteira.

 

(*) Carlos Frederico transmitiu uma coisa ao redator e este escreveu outra aqui no seu O BISCOITO MOLHADO. Quem fuma um cigarro por dia, terá fumado 101 cigarros no centésimo dia. Já quem fuma um no primeiro dia, dois no segundo dia e assim por diante, terá morrido antes de completar o 5050º cigarro. Aritmética simples no primeiro caso e medicina, no segundo caso.

 

 

 

 

2 comentários:

  1. A questão do Carlos Frederico foi formulada equivocadamente. Segue a errata:
    "Nela havia uma questão de que nunca me esqueci: uma pessoa fuma um cigarro em um dia, dois no segundo dia, três no terceiro no dia e, assim, sucessivamente, até o centésimo dia. A pergunta era esta: quantos cigarros ele fumou nesse período?"

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  2. Segunda errata: falotou a multiplicação por 100. Eis o correto:
    "....ou seja, 1 cigarro mais 100 divididos por dois, VEZES 100; total 5 050 cigarros foram fumados nesse tempo.

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