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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

2945 - E o Tio Sam, quem diria?


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O BISCOITO MOLHADO

Edição 5195                                 Data:  21 de setembro de 2015

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CARTAS DOS LEITORES

 

-“Na edição do Biscoito Molhado em que o redator pegou o ônibus errado, ele se referiu a uma questão de teste de inteligência sem pôr a resposta. Recordo-me que isso aconteceu anteriormente quando ele apresentou uma charada em que um motorista para num ponto onde havia um monte de gente, uma explosão genética, segundo o Dieckmann no seu asterisco. Nessa ocasião, ele também não apresentou a solução e quem o fez foi o distribuidor deste periódico. Dessa vez, porém, nem ele se manifestou. Qual é a resposta certa? Ah, sim, eis a questão formulada: “Quando João estava passeando com seu cachorro, encontrou o filho do marido da filha única de sua sogra. Qual o parentesco dele com João?”Mossa

BM: A política editorial deste hebdomadário (não, hebdomadário é semanal e este jornalzinho sai quatro ou cinco vezes por semana, dependendo dos anunciantes)... A nossa política é deixar que o leitor, que consideramos muito inteligente, reflita, mas o Dieckmann estraga tudo, colocando a resposta nos seus asteriscos. No caso citado, ele não se manifestou, ainda bem, pois os nossos leitores exercitaram os neurônios e chegaram à resposta certa: João se encontrou com o filho.

 

´”Quando o Sérgio Fortes apresentou o calendário do dia 13 de setembro, ele omitiu uma personalidade histórica, principalmente nos Estados Unidos, o nascimento de Samuel Wilson em 1766. Estranhei também porque o Jonas Vieira, que é um americanófilo, nada disse.” Isabel

BM: Antes de ser americanófilo, Jonas Vieira é orlandofófilo e, nesse domingo, ele apresentava músicas que foram cantadas por Orlando Silva, o que deixou o Sérgio Fortes com o tempo muito escasso para atuar como Homem-Calendário. Mas como o tempo não é o nosso problema, vamos tentar suprir essa lacuna.

Samuel Wilson, como você escreveu, veio ao mundo em 13 de setembro de 1766, Ele foi um comerciante que, na guerra entre os Estados Unidos e a Inglaterra, conseguiu um contrato de fornecimento de carne para os seus compatriotas americanos. Porque eram propriedades do governo, os barris de Sam Wilson eram identificados com as iniciais “U.S.” (United States) e os soldados brincalhões diziam que “U.S.” significava Uncle Sam. Com o transcorrer do tempo, caiu no gosto popular: tudo que levava “U.S.” era chamado de Uncle Sam.

Em 15 de setembro de 1961, uma resolução do Congresso dos Estados Unidos reconheceu oficialmente Samuel Wilson como o inspirador do “Tio Sam.”

Assim, se você olha uma fotografia de um senhor carrancudo, de barbicha, com uma cartola, apontando em sua direção, com as palavras I Want You For U.S. Army, não tenha dúvidas, é o Samuel Wilson, embora o que ele quisesse mesmo era lucrar com a venda de carne para o exército.

 

-“Eu assisti ao filme de Ettore Scola sobre Fellini, “Que Estranho Chamar-se Frederico” e me lembrei de um Sabadoido. Nesta fita, ele conta a chegada de Fellini, em 1939, a Roma, vindo da cidade de Rimini. Fellini se apresentou, com 19 anos de idade, com um portfólio de desenhos seus na redação do jornal humorístico “Marc’ Aurelio”. Cinco anos depois, era o próprio Ettore Scola que levava os seus desenhos. Fellini começava, então, a despontar no cinema e Ettore Scola continuou a lhe seguir os passos.

  Ah, sim: lembrei-me de um Sabadoido, porque Ettore Scola, ao apresentar seus desenhos pela primeira vez, o diretor do “Marc’ Aurelio” lhe disse que pareciam de Steinberg, e ele respondeu: “Quem me dera!.” Jacqueline

BM: A leitora se refere à sessão do Sabadoido em que meu sobrinho e minha cunhada se preparavam para visitar a exposição de obras de Picasso no Centro Cultural Banco do Brasil. Na ocasião, eu disse que alguns cartunistas do Pasquim, desse hebdomadário (agora, a palavra se encaixou bem) afirmaram que o Saul Steinberg era superior a Picasso.

Após a visita, os dois criticaram tanto as pinturas expostas que eu acredito que eles gostariam mais de uma exposição de Steinberg.

 

-“Eu li, numa dessas edições do BM, que Hitler, ao assistir a “O Grande Ditador”, se divertiu muito com as gagues sobre a baixa estatura do ditador italiano; eu, quando vi o filme, me diverti mais com as cenas em que Napoleoni/Mussolini exigia o tapete vermelho para descer do trem, este andava, e ele se esborrachava no chão com a sua comitiva. Será que o Hitler não se divertiu mais com essas cenas que se repetem, se a memória não me falha, umas três vezes no filme?

Outra coisa: Mussolini também via o Führer com desprezo? Gabi

BM: Creio que Hitler não caiu na gargalhada com as cenas do tapete, porque, como escrevemos, mordia o tapete quando tomado pela ira. Ele era um teppichfresser (mordedor de tapete) segundo os mais íntimos.

Mussolini era o Duce, posava como herdeiro dos imperadores romanos. Trajava um impecável uniforme fascista quando se entrevistou com o ditador austríaco pela primeira vez, na Villa Pisani, na cidade de Stra. Mussolini portava um punhal de cerimônias e calçava esplêndidas botas com esporas prateadas. Hitler, que veio com seus homens da SS, sob o comando de “Sepp” Dietrich, deixou uma péssima impressão no Duce com seu corpo desmedrado, cabelos mal cortados e apresentando-se com calças listradas, sapatos de couro envernizado e uma capa de chuva nada protocolar.

Nesse encontro, Mussolini teve de disfarçar os bocejos, quando ele se pôs a ler trechos do seu livro “Minha Luta”. Encerrada a sessão de tédio, para o líder italiano, ele desabafou com as pessoas mais próximas:

-Hitler é um palhaço ridículo, um autêntico macaco falastrão.

Ao contrário do Pitigrilli, nós preferimos Hynkel e Napoleoni aos originais.

 

-“É verdade que Hitler chegou a ter um guru?” Fofão

BM: Sim, e por incrível que pareça, judeu; chamava-se Hermann Steinschneider, mas usava o pseudônimo Erik Jan Hanussen. Eles se conheceram num evento social no término dos anos 20. Nessa oportunidade, ele insinuou que Hitler poderia aprimorar sua oratória. Como este se mostrou receptivo, o seu futuro guru lhe disse que ele tinha ritmo e dicção, mas precisava apurar a linguagem corporal e gestual de maneira tal que arrebatasse a audiência. O que viria acontecer.

Com o passar dos anos, Erik Jan Hanussen cresceu em prestígio com seus conhecimentos de astrologia e dons premonitórios, aconselhando o Führer até na escolha dos seus assessores.

Antes que se tornasse o Rasputin do Terceiro Reich, foi sequestrado em frente a um teatro e assassinado num bosque nos arredores de Berlim.

No Brasil, tivemos a fonoaudióloga Glorinha Beutenmüller, cujo dom era, apenas, ensinar a emitir a voz. Assim, ensinou Carlos Lacerda a ser o melhor orador da política brasileira, que, por sua vez, tinha ideias e era comedido na gesticulação, não tinha nada do histrionismo do Hitler/Hynkel.

 

 

 

 

 

 

 

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