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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

2920 - Elvis não morreu


 

 

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 5170                        Data:  17 de agosto de 2015

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RÁDIO MEMÓRIA NO DIA 16 DE AGOSTO

 

-Serginho, o que aconteceu hoje?

-O calendário?... Vamos lá, então.

-Em1097, aconteceu o casamento de Pedro de Aragão com Berta da Itália. A gente não foi convidada, não é, Jonas?

-Não recebemos convites, nada, Sérgio.

-Não fomos chamados, você foi, Peter?

Silêncio sepulcral para os ouvintes, apenas os apresentadores do Rádio Memória captam os decibéis baixíssimos da voz do Peter.

-O Peter não foi, também, convidado.

-Em 1519... Olha que coisa doida, Jonas: Hernan Cortez se desfaz das suas naus e passa a desbravar, com sua tripulação, o território do México.

Ainda abismado com o ato de Cortez, que queimara seus navios, para mostrar aos seus liderados que não havia como recuar, Sérgio Fortes prosseguiu:

-O cara chegou ao México e tomou a seguinte providência: afundar os navios e partir para a aventura. O cara era bem doido.

-Poxa! - exclamou o Jonas Vieira.

-Esta aqui, eu estudei na 2ª série do curso ginasial do Colégio Santo Inácio, História da América. Em 16 de agosto de 1777, os americanos vencem as forças britânicas na batalha de Bennington, em Vermont.

-Se caísse na prova, Sérgio, você pediria cola ao Mário Henrique Simonsen?

-Nessa altura do campeonato, ele já cursava engenharia. Veja só, Jonas: criaram um monumento comemorativo na cidade de Bennington: um obelisco de 306 pés, eu calculo 93 metros. Ele vai afinando enquanto sobe, ou seja, quanto mais perto do chão, mais largo.

-Se o da Cinelândia fosse igual, os revolucionários de 30 não conseguiriam amarrar seus cavalos. - afirmou o titular do Rádio Memória.

-Em 1863, é assinada a Emancipação dos escravos pelo presidente dos Estados Unidos, o grande Abraham Lincoln, porém, os escravos dos Estados Unidos só se tornariam libertos após a Guerra Civil com a aprovação da 13ª Emenda. Jonas, houve necessidade da Guerra da Secessão para que houvesse a abolição da escravatura.

-No Brasil, os escravos ainda levaram lambadas nas cotas por mais 23 anos. – lembrou o Jonas Vieira.

-Era uma vergonha, Jonas, os escravos entrarem nos balanços patrimoniais como bens semoventes, juntos com os cavalos, éguas e outros bichos.

-Em 1888, morre John Pemberton, um farmacêutico. Sabe por que um farmacêutico mereceu essa importância, esse registro?   Porque ele inventou a Coca Cola.

-Olha só! - exclamou o Jonas.

-Em 1888, nasce... Você conhece esse cidadão, Jonas: Thomas Edward Lawrence?... É o Lawrence da Arábia, militar inglês que morreu em 1935.

-É verdade.

-Em 1892, nasce Otto Messmer. Sabe quem é, Jonas?

-Não.

-É o criador do Gato Félix.

Com o miado do Jonas Vieira, veio-me à mente o magistral dueto dos gatos composto por Rossini. Pena que não ocorreu a eles colocaram esse dueto na seleção musical.

-Em 1898, é descoberto ouro no Alasca e irrompe a grande corrida de Klondike.

-Era a Serra Pelada dele com muito gelo e sem o Major Curió. - assinalou o parceiro do Sérgio Fortes.

-Sim, mas muitos bandidos também correram para lá.

-Em 1900, morria Eça de Queirós.

-Grande Eça! - fazemos coro ao Jonas Vieira.

-Em 1906, nasce... sou absolutamente fã dele, Oscarito, Oscar Lorenzo Jacinto de la Imaculada Conception Teresa Diaz. Ele tinha um nome simples. Nasceu em Málaga, na Espanha. Era de família circense. Veio para o Brasil com 1 ano de idade; naturalizou-se em 1949. Era filho de pai alemão e mãe portuguesa.

-Um cidadão do mundo. - resumiu o Jonas Vieira.

Sérgio Fortes continuou a falar do ídolo da nossa infância:

-Ele começou no circo tocando... olha que coisa, Jonas: tocava violino, atuava como palhaço, acrobata  e ator. Possuía talento! Ele estreou no Teatro de Revista, em 1932, com a peça “Calma, Gegê”, evidentemente, alusivo a …

-A Getúlio Vargas. - arrematou o Jonas Vieira.

No filme “Nem Sansão Nem Dalila”, Oscarito faz um discurso imitando Getúlio Vargas: “Trabalhadores de Gaza...”

-Em 1908, nasce o escritor norte-americano William Maxwee, editor da revista New Yorker durante 40 anos (1936-1976). Ele é o autor de “Até Amanhã”. Conhece?

-Conheço... “Até manhã/ se Deus quiser/Se não chover/ eu volto para te ver/ ó mulher”. Além do samba de Noel, também conheço “A demain”, do Ibrahim Sued.

-Em 1920, nasce o escritor norte-americano de origem alemã Charles Bukowski, autor de “Mulheres”. Jonas, se Freud disse que nunca se sabe o que uma mulher está pensando, é muita pretensão do Charles Bukowsky escrever um livro sobre elas.

-Concordo, Sérgio, por isso, eu não li e não gostei, como dizia Oswald de Andrade.

-Em 1923, nascia um gênio, gênio, gênio: Millôr Fernandes.

“Desconfio das pessoas que lucram com a sua ideologia”. Esta frase do Millôr Fernandes está, infelizmente, mais atual do que nunca na conjuntura brasileira.

-Em 1924, nascia... lembra-se dele, Jonas: um cantor português chamado Francisco José?

-Claro.

-Ele aparecia demais na TV Tupi. Tinha uma bela voz.

O filme “Teus Olhos Castanhos”, baseado na popularíssima canção, com ele atuando como cantor e ator, causou comoções no bairro, em 1961, quando entrou em cartaz no Cine Cachambi.

-Em 1925, estreia em Nova York “Em Busca do Ouro”, o primeiro longa-metragem do Charles Chaplin.

-Em 1928, nascia Eydie Gourmé, uma cantora muito boa.

Nasceu desacompanhada do Trio Los Panchos.

-Em 1930, nascia a atriz Glauce Rocha.

-Em 1942... Aquele tema que você acha meio duvidoso, Jonas: um submarino alemão torpedeia os navios brasileiros Aníbal de Mendonça e Aníbal Benévolo.

-É o que se fala, Sérgio. São os comentários...

-Eu diria, Jonas, que não sobrou nenhum Aníbal; foram o de Mendonça e o Benévolo. No dia seguinte, ele teria atingido o Araxá e o Itagiba... Também, um navio chamado Itagiba merece...

-Com isso, o Brasil entrou no conflito. - concluiu o Jonas Vieira.

Um adendo nosso: o navio Itagiba operava na navegação de cabotagem e nele nasceu o futuro presidente do Brasil Itamar Franco. Ele pertencia a Companhia Nacional de Navegação Costeira, de Henrique Lages, que se casou com a lendária cantora lírica Gabriela Besanzoni, professora de canto do pai do Sérgio Fortes.

-Em 1949, um terremoto matou 3 mil pessoas no Equador.

-Em1956, morria Bela Lugosi, ator húngaro.

-Em 1968. O ditador português Oliveira Salazar procede à última remodelação do governo, antes de partir de férias, no forte de Santo Antônio, no Estoril.

-Portugal só começou a renascer quando entrou para a comunidade europeia, Sérgio.

-Mas uma pesquisa recente do canal do Estado RTP, deu como resultado que o maior português de todos os tempos é Oliveira Salazar.

-Prefiro Camões.

-Camões e Eça de Queirós.

-Em 1977, morria Elvis Presley.

-Em1992, acontece uma grande manifestação de gente que sai às ruas pedindo o afastamento de Fernando Collor de Mello. Até hoje não conseguiram, Jonas...

-No Brasil, o bandido é o herói. - afirmou o Jonas Vieira.

-Não deu certo a manifestação.

-Em 1998, o Solidariedade aprova a resolução que funda a coligação governamental polaca não comunista. É o primeiro governo liberal num país do bloco do Leste. Jonas, lá, um sindicalista no poder deu certo.

Lech Walesa e o Papa João Paulo II deram uma grande contribuição para a derrocada do comunismo soviético.

-Veja esta, Jonas: em 1995, um avião Concorde da Air France bate o recorde de circum-navegação aérea em 3h 27m49s.

-Que saudades do Concorde, Sérgio!

-O Peter almoçava no Rio de Janeiro e comia a sobremesa em Paris no tempo do Concorde. 

-Em 2003, morria Idi Amin. Jonas, ele teria lugar no Congresso Nacional, não teria?

-Com certeza, Sérgio.

-Ele teria um papel a cumprir.

-Em 2005, morria o grande ator Cláudio Corrêa e Castro.

-2006, morre Alfredo Stroessner, ditador paraguaio.

Após 35 anos de ditadura, Stroessner viveu exilado no Brasil, desde 1989, pacificamente, tornando-se fã dos programadas infantis da Xuxa, até morrer aos 93 anos de idade.

-Em 2008, César Cielo ganha a primeira medalha de ouro olímpica na natação em Pequim.

 -Ainda em 2008, falece o nosso Dorival Caymmi.

-O grande Caymmi. - acentuou o Jonas Vieira.

-Hoje é o Dia de São Estêvão da Hungria. Acho que o nome mais comum, na Hungria, é Estêvão, que lá é “István” (pronúncia paroxítona, apesar do acento). Eu conheci um monte de “István”.

Depois de uma curta pausa, concluiu:

-É isso aí; está registrado o calendário.

 

 

 

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