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terça-feira, 30 de abril de 2013

2370 - o final, afinal, mês que vem

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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4170                                  Data:  12 de  Abril de 2013
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CARTA DA LEITORA CINÉFILA, QUE SE DIZ CINEMEIRA

O papa foi rezar na Sta Maria Maggiore que tem uma abside deslumbrante e uma capela da família Borghese com direito à Paulina Bonaparte. Talvez conheça a piada, ela foi esculpida pelo Canova, pelada acima da cintura; alguém lhe perguntou se não ficara  vexada: “Claro que não. O aquecimento estava ligado.” Foi-se aos 45 anos, depois de dois casórios.
Já notou que, empolgada com o jesuíta, deixei de lado os ossos do Ricardo III? Sic transit gloria mundi.
Falando em Paulina Borghese, talvez o Carlos, que é nobre cinéfilo, se lembre do filme “A Vênus Imperial” com a Lolobrigida (o papá era fã), que a biografava, claro que uma pachouchada que eu, cinemeira, era compelida a ver.
Sei lá por quê, recordei um filme visto há trezentos anos. Tenho uns folhetos dados pela Ignez (sua sobrinha) sobre artistas e filmes e localizei o dito cujo, em inglês “The awful truth” e em português “Cupido é moleque teimoso”, nada a ver. Pois estrelavam Cary Grant e Irene Dunne, veja que interessante, esta fez a primeira versão de “Anna e o Rei de Sião”, sendo a segunda, “O Rei e Eu”, feita pela Debora Kerr, que atuou em “Tarde demais para esquecer”, segunda versão de “Duas Vidas” feita pela Irene Dunne. Elas eram comboiadas pelo Cary Grant, que fazia de tudo, até um dramalhão com a Ethel Barrymore, “Apenas um coração solitário”, com direito à música homônima.
Vou-me ao leito de Procusto.”
Rosa 
BM: Infelizmente, Rosa Grieco, não assisti o filme, “Vênus Imperial”, falha grave do Seu Mário, dono do Cine Cachambi, que não o colocou em cartaz. Depois de ler a sinopse, encomendei o DVD pela internet que chegará à minha casa Deus sabe quando. (chegou três dias depois).
Na época da fita, 1963, eu sabia da mais famosa das três irmãs do Imperador, pelos “banhos de Paulina Bonaparte”, que volta e meia, o Nélson Rodrigues escrevia nas suas crônicas. Depois, passou-se a falar apenas em “Banhos de Cleópatra”, por causa do filme protagonizado pela Elizabeth Taylor, anos após.
Quis saber da resenha mais detalhada do filme citado pela Rosa, que não será reproduzida aqui integralmente.
Trata-se de uma elaborada coprodução franco-italiana sobre a irmã de Napoleão Bonaparte, que cobre o tempo que vai das lutas na Itália, quando Napoleão era um general pobre de extraordinário talento, até o seu exílio na Ilha de Elba.
Personificada pela Gina Lolobrigida, ela se chamava Paulette, passando a ser apelidada de “Paolina” (nome italianizado) depois que se casou com um príncipe romano.
O filme uniu um elenco internacional de primeira categoria, e investiu menos nos caracteres humanos do que no drama passional, onde se inserem as emoções e as falhas humanas – diz o redator dessa resenha.
O filme se inicia com a família Bonaparte, mãe, irmãos, tios amontoados num apartamento em Marseille, enquanto Napoleão (o ator Raymond Pellegrin) retorna vitorioso da campanha militar na Itália. O futuro imperador encontra a sua família fragmentada por picuinhas e caprichos insatisfeitos, como é típico nas famílias, mormente as numerosas.
Paulina Bonaparte, apesar das incontáveis contrariedades que trouxe ao poderoso irmão, foi, da família, a mais fiel a ele, não o abandonando nem nos momentos sombrios do seu exílio da Ilha de Elba; vendeu bens e o seguiu.
A mãe de Napoleão Bonaparte desaprovava seu casamento com Josefina, este, por sua vez, era contra a ligação da irmã com o homem que ela amava, quando mais jovem, Ferrand. Todos tinham o temperamento forte e as discussões acaloradas  foram inevitáveis. 
Como assinalou a Rosa em sua carta, ela casou duas vezes: a primeira, com o General Leclerc ( ator Massimo Girotti), a segunda, com o Príncipe Borghese de Roma (ator Guilio Bosetti).
Mas Paulina se sentia atraída pelo Coronel Jules de Canouville (personificado por Stephen Boyd), e o General Leclerc, que lhe fora imposto como marido pelo irmão, percebendo, transfere-o para um posto avançado bem distante; quando ele retorna, mais tarde, se transforma definitivamente na paixão da sua vida, apesar da feroz oposição do imperador.
Insatisfeita, como o seu irmão ficaria com a perda de algum país, Paulina se envolve com muitos homens, principalmente militares.
Napoleão Bonaparte enviou, então, o General Leclerc, com a esposa, a São Domingos (independente, chamou-se Haiti), para sufocar uma rebelião.
A história se passa em quinze anos, mostrando as idas e vindas da voluntariosa Paulina e percorre a Europa e o Caribe.
Em São Domingos, ela mostra o seu coração generoso: visita as vítimas da febre amarela, no hospital, conforta os enfermos e os feridos da batalha e ajuda as suas esposas.
O autor da resenha assinala a beleza e voluptuosidade da Gina Lolobrigida (pela carta da Rosa, o Agripppino Grieco concorda plenamente). Mas não é só a plasticidade da atriz, ela vive Paulina Bonaparte com todas as gamas da emoção humana, ao lidar com as pessoas que passaram pela sua vida; e convence a plateia ao demonstrar os sentimentos contraditórios que o irmão lhe inspirava, os momentos de alegria radiante e felicidade quando estava com Canouville, a ternura com os menos favorecidos, e por aí vai.
O filme foi realizado em technicolor, com cenários criados nos Estúdios Cinecitta, em Roma. Os figurinos são fiéis à época, e a música de Angelo Francesco Lavagnino, compositor italiano, melancólica e romântica, se ajusta à aura do filme que espero ver em breve.
Dos filmes com Cary Grant citados pela Rosa, o que só pude assistir, e pela televisão, foi “Apenas um coração solitário”.
Essa película vinha sempre à minha mente, depois disso, quando a Rádio MEC tocava a canção de Tchaikovsky, com o mesmo nome, e que se interpõe por toda a história. Música tão melancólica que evoca o black dog (como  Churchill, temos de buscar uma tarefa para escaparmos da sua mordida).
O filme é de 1945, com 1h 53mim de duração, foi dirigido por Clifford Odets e, além dos artistas apontados pela Rosa, contou com Barry Fitzgerald.
Não obtive, infelizmente, uma resenha, e sim uma sinopse que aqui vai:
A história se passa um pouco antes da 2ª Guerra Mundial, num bairro pobre de Londres. Uma viúva, Ma Mott (Ethel Barrymore), tenta fugir da miséria com uma pequena loja. Seu filho, Ernie (Cary Grant) é um andarilho irresponsável sempre às voltas com a falta de dinheiro. Ele pensa em deixar a cidade, mas muda de ideia quando sabe que a sua mãe estava enferma. Nesse ínterim, se envolve com Ada (June Duprez), que foi casada com um gângster, Jim Mordinoy (George Coulouris). Este contrata Ernie para subjugá-lo, pois quer a ex-mulher de volta. Ela, no entanto, está inteiramente atraída por Ernie.
A sinopse se encerra por aqui e eu já penso em comprar essa fita também, pois já me esqueci do final do filme.




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