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segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

2089 - cada caso é um caso

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 3889 Data: 25 de janeiro de 2012

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CARTAS DOS LEITORES

-”Estou anexando o recorte (FRANÇA “CAI” e EUROPA FICA NAS MÃOS DA ALEMANHA) para documentar minha admiração pela Margareth Thatcher, que não embarcou a Inglaterra no trem da alegria do Euro garantindo que a Alemanha iria dominar a Europa inteira. Se essa é, de certa forma, uma 3ª Guerra, os alemães perderam as duas primeiras e estão levando essa no bico.

O Sarkozy está metendo o narigão nos lugares errados e os gregos são demais inocentes, pretendem os mármores do Lord Elgin de volta e me parece que no Museu Britânico estão a salvo. E a acrópole só explodiu porque, dominados pelos turcos, deixaram (os gregos) que fizessem um paiol lá dentro.

Não sei o motivo, coloco a Inglaterra num lugar especial no meu armário de respeito e de louvação, sempre cai de pé. A não ser que o futuro Charles II embanane tudo. Tenho muita pena da rainha, sempre em linha reta e rodeada de gente sem equilíbrio.

R

BM: Iniciemos pela parte final da carta da Rosa Grieco.

Para substituir um templo arrasado pelos persas, os gregos construíram, na acrópole, o Partenon – templo da deusa Atena – de 447 a.C a 433 a.C.

Durante muitos séculos ocupada pelos otomanos, a Acrópole ficou desfigurada. Edificaram-se nela mesquitas, minaretes, paióis, etc. Em 1687, os venezianos, liderados por Francesco Morosini, atacaram Atenas e, com um tiro de canhão, acertaram o paiol de pólvora da Acrópole, que explodiu.

Em 1801, o embaixador britânico em Constantinopla, Lord Elgin, obteve permissão do sultão de estudar e, eventualmente, recolher as esculturas que achasse. Lord Elgin, amante das artes, empregou muitos trabalhadores que retirou o que podiam das paredes e do chão. As esculturas pertencentes ao Partenon (a frontaria) foram trasladados para o Museu Britânico e são conhecidas como os “Mármores de Elgin”.

Desde a independência da Grécia, em 1832, o governo grego pede a devolução das esculturas, mas o British Museum não cogita essa possibilidade. Como escreveu a Rosa, elas agora estão a salvo. E, acrescentamos nós, é um perigo fazer negócio com os gregos de hoje, haja vista os problemas com o euro. Assim, passemos para a parte inicial da carta.

Sim, a Margareth Thatcher mostrou a sua lucidez política, quando previu que a ideia repercutida por Jacques Delors de uma moeda única para a Europa seria desastrosa. Eis um trecho de Peter Oborne do Daily Telegraph:

Today, Margaret Thatcher’s autobiography, first published in 1993, reads like a prophecy. It shows how deeply and with what extraordinary wisdom she had examined Delors’ proposals for the single currency. Her overriding objection was not ill-considered or xenophobic, as subsequent critics have repeatedly claimed.

They were economic. Right back in 1990, Mrs Thatcher foresaw with painful clarity the devastation it was bound to cause. Her autobiography records how she warned John Major, her euro-friendly chancellor of the exchequer, that the single currency could not accommodate both industrial powerhouses such as Germany and smaller countries such as Greece. Germany, forecast Thatcher, would be phobic about inflation, while the euro would prove fatal to the poorer countries because it would “devastate their inefficient economies”.”

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A página de cinema do Biscoito Molhado vislumbrou influências do Quentin Tarantino no filme “Mangas Arregaçadas” do Roberto Dieckmann. Onde está esta influência que eu não vi?- FDR.

BM: Se não for o Franklin Delano Roosevelt que está escrevendo para mim (serei grato em recebê-lo na nossa sessão espírita), é o Fernando Dias Ramos. Mas não importa, todos os leitores têm igual importância.

Quentin Tarantino ficou conhecido pela sua verborragia (neste ponto, ele lembra mais o Elio Fischberg do que o Dieckmann), e seu conhecimento enciclopédico de filmes, tanto populares, quanto os considerados “cinema de arte”.

Os roteiros de Quentin Tarantino não são lineares. Aqui há semelhanças com a cinematografia do Dieckmann que, às vezes, começa com a sobremesa para encerrar com o antepasto. Também caracteriza a arte de Quentin Tarantino os diálogos afiados e o uso da violência que, muitas vezes, provoca risos. Quanto a esta última característica, Dieckmann, que ainda não superou a morte da mãe do Bambi, não conseguiu explorar.

Sendo mais objetivo: a cena em que o protagonista de “Mangas Arregaçadas”, Fred Dieckmann, corre o risco de cortar os próprios dedos com um facão que amolara segundos antes, ao picar ingredientes do prato principal, lembra uma cena do cineasta nascido no Tennessee. Trata-se do quarto episódio do fime de 1995, 'Grande Hotel”. A fita é composta de quatro histórias diferentes, ambientadas em Los Angeles, às vésperas do ano novo. Dirigiram Allison Anders, Alexandre Rockwell, Robert Rodriguez e Quentin Tarantino. Coube a ele, a última parte, The man from Hollywood, uma refilmagem de um média metragem de Alfred Hitchcock, estrelado por Steve McQueen.

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-Por que, no Sabadoido, não se falou mais no estupro do Big Brother Brasil? - M

BM: Falou-se, M, mas tudo não foi reproduzido nas páginas deste periódico para não cansar os leitores. Luca, por exemplo, repetiu uma frase de um almoço no Alentejano com o Elio Fischberg: “Não sou voyeur de gente simplória. Eu aproveitei a observação, no Sabadoido, não no restaurante e me reportei ao voyeurismo praticado pelo personagem de James Stewart no filme de Alfred Hitchcock, “Janela Indiscreta”. E acrescentei que essa obra é uma metáfora sobre o cinema. Claro que não estabeleci comparações entre espectadores: o protagonista do “Janela Indiscreta” não apontava a sua luneta para a cama ou o banheiro dos vizinhos.

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-A deslumbrante esposa do jogador do Milan, Boateng, informou, numa entrevista, que ele caiu de produção porque faz sexo com ela dez vezes por semana. O que o Biscoito Molhado tem a dizer? Z

BM: O assunto é complexo, Zorro. Há quem diga que Balzac conseguiu escrever 88 livros, mesmo vivendo apenas 51 anos, porque a sua amada estava na Ucrânia. Bem, o prolífico escritor francês, era gerontófilo: teve casos amorosos com muitas mulheres de 50 a 60 anos (a mulher de 30 foi um artifício dele, sentia atração, mesmo, pelas mais velhas). Por outro lado, George Simenon, que escreveu 200 livros, afirmou que teve mil amantes. Como George Simenon adquiriu fama de mitomaníaco, temos de tomar a sua declaração como bazófia. Mas o caso aqui é esporte.

O lutador Éder Jofre declarou que só perdeu uma luta, quando era amador, porque se masturbou no dia anterior. Jack La Mota, o campeão mundial que derrotou o amante da Edith Piaf, Marcel Cerdan e que se manteve de pé diante do extraordinário Sugar Ray Robinson, despejava uma jarra de água gelada no pênis, quando se sentia excitado antes de um combate – é isso que nos mostra Martin Scorsese no filme “Touro Indomável”.

Garrincha... Bem, Garrincha, quando não aparecia no treino, o técnico João Saldanha mandava alguém buscá-lo na zona. Em campo, ele decidia as partidas. Resumindo com aquele velho truísmo: cada caso é um caso.

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