Total de visualizações de página

quarta-feira, 27 de maio de 2015

2861 - esfregão matemático


 

 

                                                                                                                                                                              -----------------------------------------------------

O BISCOITO MOLHADO

Edição 5111                                 Data:  20 de maio de 2015

----------------------------------------------------------

 

SABADOIDO DA MATEMÁTICA À CHUVEIRADA

 

Quando o Claudio abriu o portão para mim, disse-lhe que, a cada sábado, ficava mais difícil de chegar a casa dele por causa dos tapumes das obras da Prefeitura.

-Agora, deixaram essa passarela do meu portão até o meio-fio. - disse-me ele.

-Deviam colocar um tapete vermelho. - brinquei.

 Na cozinha, o Daniel se juntou a nós.

-E, então, Carlão?

-Meu resfriado voltou; ontem, eu tossi mais do que a vaca da Dilma.

-Pelo menos, você não tossiu no brejo, porque a vaca da Dilma está lá. - comentou meu irmão.

-Tossi muito no meu trabalho; lá, não limpam o sistema de ar condicionado. Soube que ainda há fuligem do incêndio que ocorreu lá uns três anos atrás na aparelhagem do ar condicionado.

-O ministro Serjão do governo FHC morreu por causa da má conservação do ar condicionado do escritório dele.

-Sim, Cláudio, mas ele sofria de uma doença pulmonar que baixou a imunidade dele.

Daniel quase atropelou as minhas palavras:

-Carlão, e as combinações possíveis das senhas.

-Daniel, eu deveria me concentrar alguns dias no livro de Matemática do Ary Quintella nas páginas que tratam de Análise Combinatória, Permutação e Arranjo.

-Na Loteria Esportiva, havia treze jogos com três resultados possíveis, coluna 1, coluna do meio e coluna 2, quantas combinações são possíveis?

-Eu já calculei isso antes, é 3 (as opções) elevado à potência 13 (o número de jogos).

Peguei a maquininha de calcular que se achava sobre a mesa e lhe disse o resultado.

-São 1.594.323 combinações possíveis.

-Nem tudo é matemática nisso, Carlinhos; há os times favoritos, as zebras. - interveio o meu irmão.

Enquanto eu concordava com a cabeça, ele prosseguia:

-Lembra-se daquela vez que o Seu Renato acertou os treze jogos da loteria esportiva e já se julgava um milionário, futuro dono de uma Ferrari? Milhares de pessoas também acertaram todos os jogos e ratearam uma merreca para cada um?

-Claro que me recordo. Creio que, depois dessa ilusão dos apostadores, surgiu o matemático Oswald de Souza, na TV Globo, prevendo o número de acertadores considerando o grau de favoritismo dos clubes nas partidas. E ele, como os matemáticos que surgiram depois, não chegava a um número certo e sim a uma margem de possibilidades. A coisa era complexa.

-No caso do Seu Renato, antes, o Dudu da Loteca ficou milionário, e a partir de então todo o mundo pensou que também ficaria se acertasse os 13 jogos, não pensaram que o Dudu da Loteca acertou várias zebras e ganhou sozinho. - fez o meu irmão esse adendo.

E prosseguiu:

-Em 2009, os matemáticos deram 98% de chances de o Fluminense cair para a segunda divisão, o Fluminense não caiu e, no ano seguinte, foi campeão brasileiro. Portanto, isso de matemática...

-Certo, velho, nesses casos ela não reina absoluta, mas nos casos das senhas, por exemplo, não entram fatores extracampos. Se você tem, por exemplo, uma senha de 5 caracteres só de letras, as combinações possíveis são 26 vezes 26 vezes 26, vezes 26, vezes 26 e fim de papo. - manifestou-se o Daniel com veemência.

Com a maquininha na mão, fiz o cálculo.

-Daniel, são 11 milhões, 881 mil, 376 combinações possíveis.

-Nas senhas, é pura matemática; clonagem de cartões à parte. - manifestou-se meu sobrinho.

-Daniel, depois de topar com senhas criptografadas que não me deixavam abrir arquivos, busquei o significado de criptografia e soube que é uma técnica de transformar uma informação original em outra ilegível de forma que só o destinatário possa conhecê-la, e, para tanto, tem de saber a “chave secreta”. Também soube que há utilização de números primos...

-Carlão, o que é um número primo?- interrompeu-me com o seu costumeiro jeito folgazão.

-Número primo é aquele que só é divisível por ele próprio e por um; exemplos: dois, três, cinco, sete, nove...

-Carlão, já que você não tem mais o livro de matemática... de quem mesmo?

-Do Ary Quintella, Daniel.

-Já que você está sem o Ary Quintella, eu vou lhe ensinar. Pra você saber se um número é primo, você, em primeiro lugar, calcula a raiz quadrada dele, em seguida, passa à fatoração com números menores do que o resultado encontrado. 

Sem tomar fôlego, jogou-me a questão?

-O número 8 quintilhões 333 bilhões 413 é primo?...

-Daniel, nesta maquininha só cabem 12 dígitos.

 -Então, passemos para outro. 12 milhões 767 mil e 143 é primo?

-A raiz quadrada é 3 mil 573 vírgula alguma coisa.- respondi.

-Você tem de fatorar com números abaixo desse para saber se é primo.

-Para mim, seria uma trabalheira, mas os computadores descobririam os números primos.

-Nem os mais potentes, Carlão, porque os números são infinitos como o universo.

-Einstein dizia que o universo e a estupidez humana são infinitos, mas, quanto ao universo, ele tinha dúvidas. - manifestei-me.

-É isso aí, Carlão.

-Eu assisti ao discurso da bonitinha, a Gleisi Hoffmann, no Senado...

-A Narizinho. - cortou-me o Claudio rindo.

-Ela defendia a política econômica da Dilma e do Guido Mantega mesmo com toda essa lambança que se vê, enquanto comparava o governo do Paraná com o do Brasil, comparação esdrúxula. Então, eu constatei a veracidade da frase do Einstein.

-No caso da Gleisi Hoffmann, ela ganha em defender o PT, haja vista os 2 milhões da Petrobras que foram para a sua conta. Estupidez infinita mesmo é dos petistas que acreditam no Lula, na Dilma, etc, sem nada ganhar com isso.

-Tem toda razão, Claudio. - reconheci.  

-Como vai, Carlinhos? - era a Gina que entrava na cozinha.

-Hoje, tossindo menos.

-Há um andaço de resfriado por aí. - disse-me ela.

-Vou tomar banho. - informou o Daniel caminhando para dentro da casa.

-Falando em banho, eu assisti a um programa no Canal Viva, com duas médicas, que confirmou o que eu li no Globo quando eu estava com uns 15 anos de idade.

-O que você leu? - indagou o Claudio sem mostrar muito interesse.

-Naquela época, imprimiam artigos de médicos da Clínica Mayo, e, num deles, eu li que se deve tomar só um banho por dia e sem muita esfregação para não se perder a proteção natural da pele.

-E o que essas duas médicas falaram? - interessou-se a Gina.

-Disseram que o banho, um só por dia, não deve passar de 5 minutos de duração.

-E no calorão, como vai ser?

-Chuveiradas, apenas chuveiradas, recomendaram elas.

-Essa gente não sabe de nada. - bateu a Gina o martelo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário