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terça-feira, 16 de dezembro de 2014

2752 - O Cavaleiro Solitário na Roquete 2


           

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 5002                                            Data: 13  de  dezembro de 2014

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RÁDIO MEMÓRIA A CARGO DO SÉRGIO

PARTE II

 

-Vamos aos nascimentos, Jonas?

Nenhuma resposta à pergunta do Homem-Calendário. Jonas Vieira ainda degustava o uísque que ganhara de Natal do Fernando Milfont.

-Nascimentos. - soou grandiloquente a voz do Homem-Calendário.

-Em 1915, o ator norte-americano Eli Wallach. Ele trabalhou naquele western-spaghetti “O Bom, o Mau e o Feio”. Eu não sei, até hoje, Peter, se ele era o Mau ou o Feio. Era as duas coisas, Peter? Sim, mas o Bom, o Cint Eastwood, também era mau. O quê, Peter?... A confusão foi tamanha que resolveram mudar o nome do filme para “Três Homens em Conflito”?... Ficou melhor assim, mais politicamente correto. A ministra Maria do Rosário aplaudiu certamente.

-Em 1924, Mário Soares, político português muito importante.

Um parêntese: com 90 anos de idade, ele está mais lúcido do que muitos jovens, constatamos ao vê-lo numa entrevista concedida ao Roberto D'Ávila. Sua grande paixão eram as viagens. Segundo a estatística dos opositores, os seus passeios com o dinheiro público correspondiam, em milhagem, a vinte e duas vezes a volta à Terra. Já os gozadores portugueses diziam que Deus, ao criar o mundo, encontrou o Mário Soares em todos os lugares.

-Em 1925, nascia Hermano da Silva Ramos. Alguém vai perguntar: “Quem é?” Foi o terceiro piloto brasileiro de Fórmula 1.

Era da sua enfermaria e da do Dieckmann também, Sérgio Fortes não poderia deixar de citar esse aniversário. E prosseguiu:

-Ele tem muito pouco de brasileiro, digamos que é 99,9% de francês, pois nasceu na França; fui colega do filho dele, Edgar,  na Faculdade Nacional de Economia. O Hermano passou boa parte da sua vida aqui, outra, na França; fala um português mal alinhavado, mas fala.

-Em 1956, Larry Bird, ex-jogador de basquete norte-americano. Como jogava bem! Se estudasse mais, ele e o futebolista Iniesta, do Barcelona, seriam físicos nucleares, de tão inteligentes que eram nos seus ofícios.

-Em 1964, Roberta Close, atriz brasileira. Há uma história interessante envolvendo ela ou ele. Não, Peter, nada tem a ver com a canção do Erasmo Carlos que, nesse caso, não chamou o Roberto Carlos para ser seu parceiro.  Causos assim são com o Simon Khoury, meus causos não são proibidos para menores de 18 anos. A história é a seguinte: O professor Mário Henrique Simonsen descansava na rede da sua casa, em Búzios, quando vislumbrou um mulherão passando. Saudou-a: “Olá, Roberta Close”; era a Luiza Brunet. Ela não se aborreceu, pelo contrário, tornou-se grande amiga do professor até a sua morte prematura, com 61 anos de idade. Luiza Brunet compareceu ao seu enterro. Ele foi o mais destacado aluno da história do Colégio Santo Inácio, a pessoa mais inteligente que conheci.

Sem pausas, foi adiante:

-Falecimentos. Em 43 a.C. Cícero, político e orador romano que foi executado por ordem de Marco Antônio.

Nós, do Biscoito Molhado fazemos aqui um adendo para aludir à mensagem eletrônica de um professor universitário, que nos foi repassada pelo Sérgio Fortes, em que a ganância do falecido advogado de bandidos de alto coturno, Márcio Thomas Bastos, era comparada com a de Cícero e, não contente, o tal professor desejava que esse advogado tivesse a mesma morte do romano, a degola em vez de uma prosaica doença pulmonar. Bem, passados mais de 20 séculos, estamos, aqui, falando de Cícero, uma das mentes mais brilhantes da Roma Antiga, que compaginou a filosofia grega com a romana. Quanto ao Márcio Thomas Bastos, só se será lembrado na companhia dos maiores assaltantes dos cofres públicos no Brasil durante 15 anos no máximo. Isso porque, como dizia Ivan Lessa: “De 15 em 15 anos, o brasileiro esquece o que aconteceu há 15 anos.”

-Em 1975, falecia Plínio Salgado, uma figuraça da política brasileira. Se você for escrever sobre Plínio Salgado, serão precisos dez, quinze livros.

E uma paciência de Jó. - acrescentamos nós, em pianíssimo, para não sermos ouvidos pelo Sérgio Fortes, que prosseguiu com o líder do integralismo, o qual estava baseado numa política tradicionalista ultra-conservadora.

-Anauê, os integralistas se saudavam com esse brado dos índios Tupi. Para os seguidores de Plínio Salgado, anauê também significava “você é meu irmão”. Isso me lembra da Revolução Francesa, Peter. Não é só o Plano Real que tem tripé; o dos revolucionários era “Liberdade, Fraternidade e Igualdade.” Metternich, político austríaco de humor refinado, ao ver a matança entre os franceses, disse em Paris: “Reinando a fraternidade que aqui se usa, se eu tivesse irmãos, tratá-los-ia de primos.”

-Essa frase, Peter, foi citada por Ruy Barbosa no Dircurso pronunciado na colação do grau de bacharel em ciências e letras no Colégio Anchieta, de Friburgo, em 1903. Texto que constava na “Nova Antologia Brasileira”, do professor Clóvis Monteiro, que estudamos no Santo Inácio. Voltando ao integralismo, Peter, essa história de anauê - “você é meu irmão”... sei não. .. Seria melhor que todos fossem tratados de primos.

Silêncio que logo foi quebrado:

-Hoje, é o Dia do Oficial de Justiça. Houve uma pendenga judicial da mãe da Maria Callas contra a filha. Quando ela foi cantar nos Estados Unidos jogaram uma notificação, que ele recusava receber, nas suas costas. Ele ficou uma fera, os paparazzi aproveitaram... Eu conto esta história em outro dia.

E continuou:

-7 de dezembro também é o Dia Internacional da Aviação Civil.

Será que o aniversário do Mário Soares teve influência nessa escolha?- perguntamos nós.

 

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