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quinta-feira, 4 de dezembro de 2014

2746 - a versão completa


           

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 4996                                            Data: 02  de  dezembro de 2014

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RÁDIO MEMÓRIA DIA 30 DE NOVEMBRO

 

-Os ouvintes do Rádio Memória estranharão, certamente, que datas e comentários, que aqui estão publicados, não foram ouvidos na Rádio Roquette Pinto, esclarecemos que o programa é editado, que cortes são feitos devido à premência do tempo, mas, como o Biscoito Molhado não tem esse problema, o leitor lerá também o que não foi ouvido.

-Jonas, em 30 de dezembro de 1016, morria o Rei Edmundo II da Inglaterra, o Animal.

-Ele era um perigo dentro e fora de campo, Sérgio.

-Ainda bem que, em 1016, o automóvel ainda não tinha sido inventado, senão, o estrago seria maior, Jonas.

Prontamente, Jonas Vieira notou que havia algo estranho.

-Vai começar o calendário pelos falecimentos?

-Então, vamos para os eventos históricos.

-Em 1783, os Estados Unidos e a Grã Bretanha assinaram o Tratado de Paris, pondo fim a Guerra Revolucionária norte-americana.

-Escolheram bem o lugar da assinatura do tratado, não acha, Jonas.

-Eles, como os socialistas brasileiros, preferem Paris.

-Em 1803, encerrava-se a administração francesa no território da Louisiana.

-Napoleão vendeu a Louisiana para os Estados Unidos, está dizendo o Peter. - informou o Sérgio Fortes.

-Os Estados Unidos também compraram o Alasca da Rússia. Que negoção! O negócio dos Estados Unidos são os negócios já dizia o presidente Calvin Coolidge.

Jonas Vieira não poderia deixar de fazer a citação acima na língua em que é professor: “The business of the United States is business.”

-Em 1807, o exército francês, comandado por Junot, invadiu Lisboa e ocupou a presidência do conselho de Governo. Então, Dom João VI veio para o Brasil...

-E aí começa o Brasil de fato. -  adicionou o Jonas Vieira.

-Exatamente. - ratificou o Sérgio.

-Em 1838, após a ocupação francesa de Vera Cruz, o México declarou guerra à França. O conflito ficou conhecido com a Guerra dos Pastéis.

Voltou-se para o Jonas Vieira.

-Bem diferente da nossa guerra com os passarinhos, no bar da General Glicério, que querem bicar nossos pastéis.

-Lembra a Guerra da Lagosta, Sérgio?

-Sei... sei... sei...

-Foi no governo do João Goulart, os franceses estavam pescando lagostas nas costas brasileiras... Aquela história de o Brasil não ser um país sério?... Mas não foi o De Gaulle quem disse isso, ele estava preocupado com coisas mais importantes.

-Parece que a frase é do nosso embaixador, na França, Jonas. O Peter está dizendo que é, então, é.

-Adiante: em 1872, houve o primeiro jogo amistoso entre Inglaterra e Escócia. Placar 0 x 0. Jonas, deve ter sido uma pelada...

-Até Jó perdeu a paciência e se retirou das arquibancadas. - pilheriou o titular do programa.

Talvez, eles estejam certos, mas jogo amistoso, nunca. Todas as partidas entre Inglaterra e Escócia terminavam em batalha campal, com a cavalaria distribuindo bordoadas – lembrava sempre o João Saldanha quando se falava em partidas de futebol violentas.

-Em 1913, Charles Chaplin inicia a sua carreira de ator cinematográfico com o filme “Making a Living”, de Mark Sennett. Que bela carreira!

-Gênio, realmente gênio. - vibrou o Jonas.

-Em 1919, pela primeira vez, na França, as mulheres votam para as eleições legislativas.

-Na França, imagine no Brasil. - manifestou-se mais uma vez o parceiro do Homem-Calendário,

Bem, na década de 30, a Chiquinha Gonzaga reclamava do presidente Getúlio Vargas porque, octogenária, nunca votou na vida. Veio o Estado Novo, em 1937 e nem os homens puderam votar, mas ela já havia morrido.

-Em 1930, é inaugurada a primeira linha de voos comerciais entre Brasil e Estados Unidos pela Pan American Airlines. Você voou pela Pan American, Jonas?

-Voei bem, o avião não caiu.

-Eu também voei.

-Em 1935... Olha que coisa maluca, Jonas: na Alemanha, é concedido o direito de divórcio em caso de um dos cônjuges não acreditar nos ideais nazistas.

Todos se abismaram:

-Um país como a Alemanha!... Pior do que a Venezuela.

O apresentador do Rádio Memória, nessa comparação, talvez tenha pensado que, em 1935, na Alemanha, havia, pelo menos, papel higiênico.

-Outro dia, saiu na televisão um balé em homenagem ao Chaves, tudo homenageando o Chaves...

Esqueceu-se o Sérgio Fortes de dizer que o seu sucessor, Nicolás Maduro, afirmou ter visto, recentemente, Hugo Chaves na forma de um passarinho. Seria o caso de perguntar: “Trouxe a minha atiradeira, Peter?”

-Em 1964, o presidente Castelo Branco promulga o Estatuto da Terra, uma lei que regula direitos e obrigações relacionados aos bens rurais imóveis.

-Sérgio, o Presidente Castelo Branco visava uma reforma agrária nos moldes da americana do Abraham Lincoln. A “Homestead Act” era o molelo.

-Sei... sei... sei

-O Roberto Campos, que era o ministro do Planejamento, foi ao Congresso Nacional enfrentar os defensores dos latifundiários. Muitos dados estatísticos foram apresentados e o ministro Roberto Campos disse: “A estatística é como o biquini: mostra muito, mas esconde o essencial.”

-Como a Dona Bela da escolinha do professor Raimundo: “ele só pensava naquilo...” Por isso, a reforma agrária não saiu do papel, Jonas.

-Em 1982, Michael Jackson lança o seu álbum “Thriller”, aquele em que ele dançava para frente, para trás, para os lados.

Apavorante!

-Um grande sucesso. - constatou o Jonas.

-Nascimentos. - impostou o Sérgio Fortes a voz:

-Em 1667, nascia Jonathan Swift, escritor irlandês de uma importância superlativa.

-Infelizmente, Sérgio Fortes, Swift só é conhecido hoje pela salsicha.

-Em 1835, Mark Twain.

-Gênio. - adjetivou o Jonas.

-Em 1874, Winston Churchill.

-Outro gênio.

 -Em 1920... coloquei aqui para você me dizer quem foi, Jonas: Virginia Mayo.

-Atriz importante, Sérgio. A minha preferida.

-Em 1973, Angélica, que, como a Xuxa também apresentou, na televisão, programas infantis. Jonas, você foi baixinho da Xuxa?

-Calculo que você foi baixinho da  Neide Aparecida, eu fui baixinho da Virgínia Lane.

-Não foi o Getúlio Vargas?!... Bem, deixa pra lá.

-Falecimentos. - voltou a impostar a voz.

-Em 1016... Desse eu já falei, o monarca Edmundo II, o Animal...

-Passemos para outro, Sérgio.

-Em 1900, Oscar Wilde.

-Esse também é genial, ele e o Charles Chaplin.

-Em 1935, Fernando Pessoa.

Jonas Vieira se espantou:

-Quantos gênios morreram no dia 30 de novembro!

-É melhor você colocar as barbas de molho, Jonas.

-Em 1942, o cowboy Buck Jones.

-Eu não perdia um filme dele e do Tom Mix, Sérgio, os dois eram rivais como heróis.

Sergio Fortes esclareceu que Buck Jones e Tom Mix eram uma espécie de Marlene e Emilinha do faroeste americano.

-Em 1979, Zeppo Marx, outro gênio; entrava mudo e saía calado, fazendo todo o mundo rir.

Entusiasmado com o grande ator, Jonas Vieira interveio:

-Recordo-me de uma cena em que ele está encostado num prédio e o guarda pergunta se está vagabundando, ele acena que não com a cabeça. O guarda, então, diz: “Já sei, está segurando o prédio.” Ele confirma com a cabeça. “Desencosta, então”. Ele sai, e o prédio cai.

-Em 1980, Cartola.

-Que timaço, Sérgio!

-Em 1986, Cary Grant.

-Grande ator!

-Em 1991, o advogado Sobral Pinto.

-Grande brasileiro!

-Hoje, é o dia da amizade Brasil e Argentina. Foi você quem inventou este dia, Jonas?

-Não, mas gosto muito da Argentina.

-Eu também gosto muito.

-Gosto da música argentina, da literatura argentina...

-Do cinema argentino. - acrescentou o Sérgio Fortes com toda justiça, pois os filmes dos hermanos têm sido os melhores da América Latina e do mundo.

Conversando sobre um deles, “Relatos Selvagens”, a função do Homem-Calendário chegou ao fim. (*)

 

(*) O Distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO é fãzoco do cinema argentino e julga “Relatos Selvagens” um marco.

 

 

 

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