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domingo, 16 de julho de 2017

3053 - FM Bastou uma bala...


           
O  BISCOITO  MOLHADO
Edição 5313 FM                           Data: 16 de julho de 2017

FUNDADOR: CARLOS EDUARDO NASCIMENTO - ANO: XXXIV


A HISTÓRIA DE UMA BELA E FASCINANTE MULHER

Eis a história de Mata Hari, uma personalidade famosa, que muita gente desconhece e, de minha parte, confesso saber que havia sido espiã, durante a Primeira Guerra Mundial. É muito pouco. Assim, de curioso que sou, fui às naturais pesquisas.
Mulher de beleza exótica e estonteante, pseudônimo de Margaretha Gertruide Zelle, nascida em Leewarden, na Holanda, a 7 de agosto de 1876, morreu em outubro de 1917, acusada de espionagem. Foi fuzilada em Paris. Aos 25 anos tentou, sem êxito, ser professora. Depois de um longo tempo, em diferentes ocasiões, sua vida tornou-se alvo da curiosidade de biógrafos, romancistas e cineastas, o que a teria transformado  em uma espécie de símbolo da ousadia feminina. Morreu aos 41 anos, em 1917.
Era filha do empresário indonésio Adan Zelle, e mãe holandesa. Tinha 14 anos quando a mãe morreu, o pai casou-se novamente. Mandou a filha e três filhos para viverem com familiares. Quando tinha 16 anos, envolveu-se com um dos diretores do colégio onde estudava, foi expulsa, decidiu fugir de casa, indo morar em Haia, com um tio. Aos 19 anos, anos, casou-se em 1895 com Rudolf John Mac Leod, de 39 anos, um  capitão do exército das Índias Orientais Holandesas, então colônia dos Países Baixos, desde o século XVII até o começo do século XX (hoje, Indonésia). Fora atraída pelo anúncio amoroso publicado em jornal. Divorciou-se sete anos depois, acusando o marido de infidelidade conjugal e maus tratos. A separação oficial somente se deu com a morte do militar, dois anos depois. Tiveram dois filhos, Norman-John e Jeanne-Louise, que adoeceram, o menino morreu aos dois anos, de sífilis, doença congênita  dos pais. Na época, os pais disseram que os filhos haviam sido envenenados por inimigos do militar. Com a separação, Margaretha perdeu a guarda da filha. Sem meios  financeiros para lutar nos tribunais indonésios, mudou-se para a França, em 1903. 
No início, viveu com grandes dificuldades financeiras, tendo conseguido trabalho como modelo, posando para artistas, nua, até se prostituido.  Conseguiu emprego em um circo, onde começou sua carreira de dançarina burlesca, com o nome de Mata Hari  (significa Sol,  literalmente “Olho do dia”, em malaio e indonésio)), que passou a usar quando foi morar em Java, a maior ilha do arquipélago indonésio. Rapidamente tornou-se famosa nos palcos de toda a Europa. Dizia ser princesa hindu, filha de um rajá. O sucesso ocorreu somente depois de se apresentar no Musée Guinet, em Paris, dedicado à cultura asiática. Um jornalista a descreveu como “felina, extremamente feminina, majestosamente trágica.”  Outro a viu como “magra, alta, com a graça flexível de um animal selvagem, e cabelos negro-azulados.”
Em 1912, depois da fama, sua carreira começou a entrar em declínio. No início da guerra passou a circular entre políticos importantes, militares e homens influentes em vários países. Mudou-se para a capital alemã, depois para Amsterdã, fez diversas viagens a Londres, surgindo daí as especulações de que seria espiã, trabalhando para a França e a Alemanha. Circulava com habilidade entre oficiais franceses e alemães, dormindo com uns e com outros como uma cortesã usando seu poder de sedução, tornando-se “um peão  da intriga internacional”, quando teria passado  a atuar na perigosa atividade da espionagem - pelo menos para os historiadores que se ocuparam de sua vida, embora não se tenha afirmado, com exatidão,  ser espiã. Afirmava-se que quebrara o código secreto alemão, o que permitiu aos franceses encontrar  documento que comprovava ser ela uma agente alemã infiltrada entre os franceses. 
Em janeiro de 1917, os franceses interceptaram  mensagem de um oficial  alemão, sediado na Espanha, em que fazia referências a atividades  de um espião identificado como H-21, atribuindo-se essa identificação a Mata Hari. Acredita-se que a mensagem teria sido uma armação alemã contra ela, que havia sido dispensada de seus serviços, considerados ineficientes. Foi quando ocorreu a prisão. A acusação era de que Mata Hari revelara aos alemães detalhes sobre a nova arma dos Aliados – um tanque de guerra, o que teria resultado na morte de dezenas de milhares de soldados. Além disso, os franceses teriam encontrado tinta invisível em seu poder, com que escrevia mensagens aos inimigos. Mata Hari disse que a tinta era para maquiagem artística. Outra acusação, que negou, foi a de haver recebido dinheiro de um cônsul alemão, para atividade secreta. O dinheiro, disse, teria sido usado para pagar casacos de pele e roupas, confiscados numa de suas viagens.
Sobre sua execução, em Paris, surgiram várias especulações, uma das mais fantasiosas, foi sobre a vedação dos olhos, que recusou, diante do pelotão de fuzilamento. Também se disse que que a dançarina havia atirado beijos para os soldados, encantados com o seu chame. Outro detalhe, o mais excitante, diz que a dançarina tirara suas vestes, com a ordem de “fogo.
Embora a acusação de mulher fatal sedutora e perigosa, Mata Hari foi apenas uma vítima das circunstâncias. Na realidade, não houve provas que a comprometessem e a levassem a ser fuzilada. Tudo a seu tempo, os documentos sobre o julgamento da famosa dançarina exótica, que se desnudava nos palcos, serão revelados pelo governo francês ainda este ano de 2017. Será a verdade sobre uma fascinante e bela mulher.


2 comentários:

  1. Bom dia,
    Apenas a história de uma mulher solitária, sem família, sem recursos em uma época em que difícil era sobreviver.
    Não acredito em verdade absoluta. A "verdade" costuma ser aquela que interessa ao Capital à época em que rende mais.
    Lula já foi "Lulinha Paz e Amor...
    Mas espero que a conclusão seja a da inocência o que também seria terrível pois mais uma atrocidade em nome da "Paz" e não do seu verdadeiro nome, guerra, capital, poder.
    Espero que um dia uma mulher possa exercer sua beleza, seu fascínio, sem assédio, mesmo na mais total pobreza. O que hoje ainda é raro.

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  2. Fiquei feliz em saber que uma decisão pode ser aguardada. Estarei atenta.
    Aqui é um bom lugar, obrigada.

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