O BISCOITO MOLHADO
Edição 5311 FM Data: 11 de julho de 2017
FUNDADOR: CARLOS EDUARDO NASCIMENTO - ANOXXXIV XXXIV
1) AS CEREJEIRAS DO JAPÃO
Eis apenas um pouco, nada mais do que uma introdução do muito que
constitui a história japonesa, sua cultura, seu povo, seu espetacular
desenvolvimento político, econômico e social, a despeito das guerras,
principalmente a que transformou o mundo, com a explosão de duas bombas
atômicas sobre as cidades de Hiroshima – que sofreu entre 90 mil e 160 mil
mortos, e Nagasaki, que teve entre
60 mil e 80 mil, a metade somente no dia do bombardeio, em consequência de queimaduras e de envenenamento devido à radiação atômica. Em dezembro de 2004, o país foi
atingido por um terremoto seguido de tsumani, que causou a morte de mais de 14 mil pessoas e pelo menos
13 mil desaparecidos, levados pelas ondas gigantes que invadiram 40 km terra adentro,
provocando um desastre ecológico de enorme gravidade, ao atingir a usina nuclear de Fukushima, obrigando
a retirada de uma área de 45 mil moradores das cercanias, numa área de 10 km.
Do que se pretende falar, porém, é do elevado grau de modernidade alcançado pelo povo japonês, que
transformou a nação num país altamente desenvolvido. Hoje, suas cidades atraem
milhares de turistas, que se encantam com o que veem, com o carinho com que são
recebidos pelo povo, com a limpeza de suas ruas, sobretudo com a floração das cerejeiras, que
acontece no início da Primavera – um espetáculo
tão belo quanto fugaz, que exerce verdadeiro fascinio sobre o povo japonês,
como encanta os milhares de
turistas, que festejam essa dádiva da natureza, de significado filosófico e
poético, tida como uma celebração da vida.
Após
a última idade do gelo, por volta de 12000 a.C. o rico ecossistema do arquipélago japonês
promoveu o desenvolvimento humano. O aparecimento das primeiras pessoas no
Japão data do Paleolítico, há cerca de 35 000 anos.Por volta de 11000 a.C. estes povos desenvolveram um tipo
de cerâmica designada de Jomon, a qual é considerada das mais antigas do mundo. Posteriormente surgiu
uma cultura conhecida como Yayoi, onde a produção de ferramentas de metal, assim como o cultivo do arroz, foram um importante progresso. Entretanto, o governo central havia
começado a assimilar os costumes próprios da Coreia e da China. Esta rápida imposição de tradições estrangeiras, contudo, produziu uma
certa tensão na sociedade japonesa e, no ano 794, a corte imperial fundou uma nova capital, Heian-kyō (actual Quioto), dando origem a uma cultura aperfeiçoada da aristocracia. Apesar disso, o sistema centralizado fracassou nas províncias e
iniciou-se um processo de privatização de terras, dando origem a um colapso na
administração e ordem públicas. A aristocracia necessitava, então, da ajuda de
guerreiros para proteger suas propriedades - mais tarde denominada a
classe samurai.
O Japão Meiji suprimiu os privilégios
samurais – a classe militar dos guerreiros que, no xoguinato, tinham o direito
exclusivo de portar espadas e recebiam remuneração do Estado, Os chamados
“Senhores da Guerra” perderam seu poder, a servidão camponesa foi abolida, estabeleceram-se
as forças armadas nacionais e estimulou-se acelerada industrialização. O Japão tornou-se a maior potência econômica e militar do Ocidente, depois da II
Guerra Mundial e da catástrofe nuclear.
Com o decorrer da época do pós-guerra, a economia japonesa
começou a crescer, contrariando todas as expectativas, com o chamado milagre
econômico japonês. Rapidamente, o país se comparava ao
Ocidente, tanto no comércio exterior (produto interno bruto, cerca de 40 mil
dólares per capita, 2016), como na qualidade de vida. Seu sistema educacional e de saúde é um dos mais avançados do mundo. O Japão foi influenciado pelo Ocidente, convertendo-se numa nação industrial, mas manteve os laços com a
tradição cultural do país.
A partir da segunda metade do século XX, o Japão passou a ser
reconhecido pela sofisticada tecnologia, registrando crescimento econômico, de
grande significação para o país que, em pouco tempo, passou a ser potência das mais importantes do mundo, com as
exportações com prevalência nas áreas da electrónica, informática, robótica, indústria
automobilística e
bancária.
Em menos de três décadas, o
país emergiu dos destroços da guerra, assumindo o segundo posto da economia
mundial. É a décima população maior do mundo, ocupando uma área de 6.852 ilhas,
com aproximadamente 130 milhões de habitantes, 30 milhões dos quais, na
capital, Tóquio.
2) OS ELEMENTOS DA NATUREZA
- Você sabe quais são os elementos da Natureza?
- Os elementos da Natureza..?
- Foi o que perguntei. Não, você não sabe. Isso não
importa, vamos
pesquisar. Vamos tentar aprender o que a Filosofia nos pode ensinar. Antes, vamos
retroceder aos anos 600 a.C, aproximadamente,
quando o homem grego utilizava a mitologia para
explicar a natureza e fundamentar a própria organização sociopolítica grega.
Os
mitos mais antigos de que se têm registros remontam ao período Neolítico, isto
é, aproximadamente 10.000 a.COs mitos, vale ressaltar, não são exclusividade da sociedade grega e
estão presentes em todas as sociedades, sobretudo em suas épocas de formação.
Temos, entre outros, os mitos nórdicos (Ex.: Thor, o deus do trovão) e os mitos
egipcios (Ex.: Osires, o deus da Terra).
O século VI a.C foi marcado pelo
encaminhamento de uma estabilidade sociopolítica entre os gregos, cujas cidades
passaram a ser organizadas em pequenos grupos, denominados polis,
administrados pela aristocracia.
O intercâmbio entre as várias cidades foi intenso e
assim como as cidades jônias da Ásia Menor, entre as quais Mileto e Éfeso, as
colônias gregas da Itália meridional, entre elas Eléia, ganharam grande
destaque pelas iniciativas culturais e políticas. Também o comércio foi bem
desenvolvido por aquelas populações, o que lhes trouxe mais riqueza material.
Foi nesse contexto que a Filosofia surgiu, num ambiente livre e distante do
centro. Somente depois é que chegou à Grécia, propriamente dita,
centralizando-se em Atenas.
A filosofia grega pode ser dividida em três períodos: o primeiro,
naturalista, em que o pensamento filosófico busca uma resposta para as questões
da natureza, isto é, o período pré-socrático; o segundo, que pode ser dito
antropológico metafísico, e abrange, principalmente, as épocas de Sócrates,
Platão e Aristóteles; e o terceiro, o período ético, desde o fim da época
aristotélica – século IV a.C. – até a decadência da sociedade grega, por volta
do século VI após o nascimento de
Cristo.
A ideia dos
quatro Elementos Essenciais provém dos primórdios da Filosofia, ensinada no
período pré-socrático, perdurando até o Renascimento – isso, no conceito do
Ocidente. Quanto ao conceito oriental, foi disseminado na Índia e na China,
encontrando-se na base do Hinduismo e do Budismo, principalmente no conceito exotérico. Hoje, há
quem corresponda os quatro Elementos com o estado da matéria: sólido, líquido,
gasoso e Plasma.
Os
filósofos Parmênides e Heráclito tinham opinião diversa. O primeiro dizia que
nada pode mudar, enquanto o segundo admitia que suas experiências sensoriais
deixavam claro que a natureza está em constante transformação. Comentando o
ponto de vista dos dois filósofos, Empédocles dizia que a discórdia era que,
como ponto de partida, ambos
tinham assumido o fato quase
inquestionável que haveria apenas um elemento básico. Desse modo, o abismo
entre o que a razão nos diz e o que nossos sentidos percebem seria
intransponível. Entendia que devemos acreditar no que vemos, e o que vemos é
justamente o fato de que a natureza está em constante transformação, possuindo
os quatro elementos, que chamava de “raízes”: O Fogo são as pessoas, uma
mistura de substância, conhecido por sua energia, que também pode ser
visto como o Sol; o Ar que
respiramos, que refletirá no oxigênio, sem o qual não existiria vida humana; a
Água ocupa 70% da superfície da Terra e é também essencial para a vida; a Terra, que representa os seres
viventes – pessoas, animais e plantas.
Para os gregos, que seguiam a tradição de Pitágoras e Aristóteles,
haveria um quinto elemento chamado de “Quitessência” - elemento perfeito, que existiria no plano cósmico ou não
terrestre, formados da Lua, do Sol, do Céu e das Estrelas. Geralmente é
correspondido com a ideia do Éter, que representa a negação lógica do vácuo.
Tal teoria foi adotada pela Igreja Católica e começou a sofrer ataques,
principalmente quando Galileu observou a existência de relevo na Lua, o que
provaria a imperfeição cósmica.
Na
concepção mais exotérica há autores que consideram o Quinto Elemento como o
relâmpago, sendo relacionado com a vida. Outros consideram como o metal ou o
aço e alguns admitem que seja o gelo, considerado diferente da água.
Relacionando-se com a Astrologia, cada elemento causa
influência a um grupo de três signos, cuja expressão serve de inspiração par
obras literárias, plástica ou filosófica.
Na Grécia, entre os filósofos pré-socráticos, a origem da
matéria era atribuída a um elemento diferente. Ora o fogo, ora a água. Esse
ponto de vista, do que se presume, teria origem no Oriente. Na China, admite-se
a Teoria dos Cinco Elementos – estados de mutação da
matéria-energia.
Os escritos dos filósofos da Renascença, porém, levam a
supor que o Ocidente também via os elementos como forças sutis que se
manifestariam através de transformações recíprocas. Também na Índia se vê a aplicação desse
conceito de elementos que entram em partes equilibradas na composição da
matéria, quando a medicina hindu tenta equilibrar os três humores: Vento, Fogo,
Terra, os quais formavam a base da medicina de Hipócrates e ainda fazem parte da Psiquiatria, onde se diz
que certas doenças mentais graves, como a esquizofrenia, estão associadas a
certos tipos físicos (como longilíneo, brevilíneo etc.)., indicando-se que de certos
elementos ou humor determina-se o tipo físico da pessoa.
A Astrologia, quando usada para estudar aspectos médicos das
doenças, investigava se a pessoa era do tipo sanguíneo (ar), do tipo fleumático
(água), colérico (fogo) ou bilioso (Terra), também tido como nervoso. A cada
tipo corresponde, de acordo com a medicina antropossófica, o seguinte órgão:
Colérico-coração; fleumático-fígado; sanguíneo-rins; bilioso- pulmões. Cada um
desses tipos teria um órgão indicativo de seu estado de relativa saúde ou doença
e durante destinada estação do ano estaria mais propenso a desequilíbrio.
Os Elementos da Natureza podem ser associados aos estados
físicos da matéria: Terra-sólido; Água-líquido; Ar- gasoso; :Fogo-plasma. Esses
elementos constituem a expressão utilizada para referir-se aos elementos naturais citados, os
quais são essenciais à vida humana. Ao se considerar como tipos de matéria que
formam a Natureza, a expressão está errada, pois fogo não pode ser tido como
matéria natural, de vez que se trata de uma reação química. Também o conceito
de Elemento formado pela Química e a Física modernas. Considera-se como
elemento os diferentes tipos de átomos que formam moléculas, tanto naturais
como artificiais (reações induzidas). A água, por exemplo se constitui em uma
molécula resultante da ligação de dois elementos químicos: o oxigênio e o
hidrogênio.
Japão e Filosofia dois temas apaixonantes.
ResponderExcluirO Japão por ter sobrevivido ao massacre e tornar a sua cultura respeitada no mundo. Povo digno de admiração.
A Filosofia, que no meu pequeno entendimento, tem como maior qualidade a busca pela verdade individual. Questionar sempre.
O massacre dos vietnamitas, o extermínio da população civil, dos cambojanos, dos soldados americanos premiou com o Premio Nobel da Paz, Henry Kissinger.
Isentando a nossa mente da mídia será que paramos para pensar que a população não ariana continua a ser trucidada?
Que a queda das torres gêmeas recebem até hoje maior divulgação do do que o bombardeio de Hiroshima e Nagasaki?
Leio Kant, Agostinho e leio Chomski. A cada um a sua própria verdade e o direito ao respeito. A nós, a nossa verdade.
Eu imagino a dor de Stefan Zweig no país ao qual se referiu como, Brasil, País do Futuro.
No Brasil o Estado determina a vida pessoal dos seus cidadãos. O resultado tem sido péssimo. Nunca tantas mulheres foram mortas e tanto cidadão honesto, trabalhador se transforma em assassino.
Lamentável.
A busca da sua verdade, ensinada pelos antigos, modernos e contemporâneos seria de imenso valor se ensinada na escolas.