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quinta-feira, 29 de agosto de 2013

2455 - Síndrome da Empatia Compulsiva



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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4255                               Data:  22 de  agosto de 2013
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CARTAS DOS LEITORES

-Você e o Elio tiveram o privilégio de testemunharem os acontecimentos que redundaram na ascensão do comunismo na Rússia, em 1917 e procuraram ver Tolstoi e Rasputin... Ora, ora, por que não a Anastácia?...   Poderiam elucidar, de uma vez por toda, se ela sobreviveu ou não à chacina. Vocês dois não assistiram, certamente, ao filme em que a formosa Ingrid Bergman fez o papel da única sobrevivente da dinastia Romanov, senão, não perderiam essa oportunidade..  Dieckmann.
BM: Meu caro Dieckmann, o Cinema Cachambi, dos velhos tempos, colocava em cartaz os últimos lançamentos, por isso, eu assisti “Anastácia,a Princesa Esquecida” com menos de dez anos de idade, mas não me esqueci da calva do Yul Brynner e da beleza da sueca. Elio, certamente, viu também essa película.
A família Romanov, depois da queda, passou de prisão a prisão em cidades diferentes. Foi em Ecaterimburgo, na madrugada de 16 para 17 de julho que os bolcheviques executaram da maneira mais cruel a dinastia Romanov, ou seja, nessa data, eu e Elio já tínhamos viajado para país e século distantes.
Quanto à carnificina, além do czar, da czarina, do filho e das filhas deles, também foram supliciados o médico da família imperial, um servo, a camareira e o cozinheiro. Se esses últimos não escaparam, o que dizer da princesa Anastácia?... Só mesmo Hollywood para tornar charmosa toda essa tragédia.

 -Como nos tempos em que eu já estava no Departamento de Marinha Mercante às 8 horas da manhã, acordei cedo, no domingo e ouvi, com bastante atenção, o Rádio Memória em que o Jonas Vieira homenageou os grandes artistas da música popular falecidos em agosto e o Sérgio Fortes os da chamada música clássica.  Fiquei maravilhado com o trecho da Turandot que foi tocado, é a minha ópera de Puccini preferida. Dieckmann.
BM: Meu caro, Dieckmann, essa também é a ópera pucciniana de que mais gosto. Confesso que já fui volúvel nas minhas predileções. Cheguei a considerar “Madame Butterfly” a melhor, hoje, fujo dela porque fico deprimido com a carga emocional que Puccini colocou nas notas musicais. Nessa questão, até pareço você, que evita a arte depressiva.
Prosseguindo, já considerei que “La Boheme” levava a dianteira sobre todas as outras, a obra que mereceu elogios até de Bernard Shaw, que, como crítico musical, descia a ripa em tudo, até no “Fausto”, de Gounod. Mas continuo gostando dela, como da Manon Lescault, porém, desde muitos anos, “Turandot” se tornou, para mim, a ópera das óperas do Puccini.
Falando desse programa do Rádio Memória, Sérgio Fortes pediu Non Pingere, Liù, que, apesar da pequena intervenção do soprano, é uma ária. Ele homenageou o tenor Eugenio Fernandi, que morrera em 8 de agosto de 1991. O soprano, como dissemos, participa, vocalmente, pouco nesse trecho, mas como se tratava da legendária Elizabeth Schwarzkopf, Sérgio Fortes lhe dedicou um longo comentário. Ele, na verdade, com uma única gravação, homenageou dois artistas que se foram, pois Elizabeth Schwarzkopf morreu em 3 de agosto de 2002.

-O Biscoito Molhado fala do Gelol que o Sérgio Fortes passou no corpo, cita um personagem do Jerry Lewis que sofria do mesmo mal: Síndrome da Empatia Compulsiva, mas não diz de que filme se trata?...Assim, muitos assinantes que desejarem assistir a ele em DVD não poderão fazê-lo.  Aqui vai a crítica construtiva, pois, embora eu seja engenheiro, só construo navios. Dieckmann.
BM: Esse filme, de 1964, recebeu, no Brasil, um título tão bizarro que nós poupamos os leitores, mas como você insiste, aqui vai: “O Bagunceiro Arrumadinho”. O nome original, meio surrealista, é “The Disordely Ordely”.
Jerry Lewis encarna um personagem que não consegue estudar Medicina porque sente os sintomas de que sofrem os pacientes, no hospital onde trabalha de enfermeiro.
Jerry Lewis reclamava que, no único filme em que ele não teve trabalho algum, pois não dirigiu nada e ainda representou a si próprio, “O Rei da Comédia”, de Martin Scorcese, foi premiado pelos americanos. Nas fitas em que trabalhou duramente como ator e diretor, a ponto de ficar numa tenda de oxigênio por causa de um desses filmes, os cinemeiros da sua nacionalidade não lhe reconheceram o valor. Ao contrário dos franceses, que sempre o enalteceram.  Jean-Luc Godard o considerou um comediante superior a Charles Chaplin.
Ah,sim, o filme em que o Jerry Lewis baixou hospital, ficando numa tenda de oxigênio, foi “Cinderelo Sem Sapato.”  Subiu em poucos segundos dezenas de degrau de uma escadaria e caiu desacordado.

-Biscoito, você conversou com o Gaguinho em duas corridas de táxi sobre o final de basquete masculino do Pan Americano de 1987 e não disse o resultado da partida. Quanto foi? Dieckmann.
BM: O épico jogo de basquete do Pan americano de 1987 terminou 120 a 115 para o Brasil. No término do primeiro tempo, os Estados Unidos venciam por 68 a 54, mas no segundo tempo, fizemos 66 pontos e eles, 47. Ou seja, o Oscar, com 45 pontos na partida fez quase o mesmo número de todo o time americano na segunda metade do jogo.
O grande trunfo do Brasil foi a cesta de 3 pontos, que existia nas disputas da NBA, mas que só foi implantado no esporte amador 5 anos atrás.
Com essa derrota, a primeira dos americanos dentro de casa, em Indianópolis, eles passaram a disputar as olimpíadas com os profissionais, o Dream Team. O mais famoso deles foi o das Olimpíadas de Barcelona, em 1992,  com Magic Johnson, Larry Bird, Charles Barkley, Karl Malone, David Robinson e Michael Jordan.
Nas Olimpíadas de 2004, em Atenas, os hermanos conseguiram um êxito ainda mais épico do que o nosso: derrotaram o “Dream Team” daquela época por 89 a 81.
 O jeito, para o Brasil, foi trazer para cá o técnico argentino campeão olímpico, Rubén Magnano, para trabalhar nossos jogadores de basquetebol.

-Biscoito, no seu passeio com o Elio pela Rússia no meio da revolução de 1917, você escreveu que os bolcheviques prometiam à plebe retirar o país da Primeira Guerra Mundial e que, por isso, a Alemanha permitiu que Lênin, exilado na Suíça, passasse por lá num trem especial até a estação Finlândia em Petrogrado. No poder, os comunistas cumpriram a promessa? Dieckmann.
BM: Sim, através do Tratado Brest-Litovski, assinado com a Alemanha em março de 1918, a Rússia saiu da guerra, abrindo mão do poder que exercia sobre a Finlândia, a Estônia, a Letônia, a Lituânia, a Polônia, a Ucrânia e a Georgia. Com a derrota da Alemanha na Guerra, os bolcheviques abocanharam de volta quase todos esses territórios.
Resumindo: com o czarismo e com o comunismo, a Rússia continuou imperialista.


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