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sexta-feira, 8 de agosto de 2014

2669 - Pragas antigas e atuais




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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4919                                   Data:  05 de  agosto de 2014
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CARTAS DOS LEITORES

   “No Concerto da Juventude de 8 de junho, a Orquestra Sinfônica Brasileira também interpretou “Ínguesu”, obra do compositor mexicano Enrico Chapela. Esta obra foi comissionada em 2003 pelo Sistema Nacional de Fomento Musical para ser interpretada pela Orquestra Sinfônica Carlos Chaves. Seu tema central é uma partida de futebol: a vitória do México sobre o Brasil na Copa das Confederações de 1999. O maestro Marcos Arakaki conduz a Orquestra Sinfônica Brasileira.” Sérgio Fortes
BM: Meu caro Sérgio, será que algum argentino compôs alguma obra celebrando uma vitória da Argentina sobre o Brasil? Se compôs, deve ser uma cacofonia dos diabos com o coro esgoelando que “Maradona és más grande que Pelé”.
O jogo que inspirou o Chapela me deixou curioso e fui, então, consultar os alfarrábios, digo, o Google. Tratava-se da final dessa Copa das Confederações registrada por você, disputada no estádio Asteca, com um público de 110 mil torcedores, em que os mexicanos nos derrotaram por 4 a 3. Quanto ao significado de “Ínguesu”, não houve Google que desvendasse esse mistério; até cogitei em perguntar ao João, mas o “Pergunte ao João” já não existe mais, não é citado nem no Rádio Memória e no programa Almanaque da Rádio Roquette Pinto.
Ouvindo a música do Enrico Chapela... Se os componentes da Orquestra Sinfônica Brasileira tiveram a desportividade de executá-la e você de apresentá-la, por que eu não iria ouvi-la? Como eu dizia, ouvindo a música do Enrique Chapela, impressionou-me a quantidade de apitos. Deve ter havido muitas faltas nessa partida; foi, provavelmente, um jogo “escamado”, como os comentaristas de futebol dizem.  Não sei qual foi o músico da OSB encarregado de apitar, mas se saiu bem, o Mário Vianna (com dois enes) não o chamaria de soprador de apito.
Quando se fala em decisão futebolística, logo me vem à mente o clássico chorinho “1 a 0”, que Pixinguinha compôs com pouco mais de 20 anos de idade. A seleção brasileira existia há apenas cinco anos, quando disputou a finalíssima do Sul-Americano de 1919, no estádio do Fluminense, contra o Uruguai. Foram necessárias duas prorrogações de 30 minutos para que saísse o celebrado gol do Friedenreich, jogador que ganhou o apelido de “El Tigre” dos seus adversários.
O grande Pixinguinha tinha de imortalizar esse feito épico o que fez magistralmente. Não há apitos, nem barulho de torcedores e sim um buliçoso ritmo que nos faz lembrar os dribles dos jogadores dessa final Brasil 1  x Uruguai 0.
Espero, Sérgio, e você deve esperar também, que nenhum compositor alemão tenha ficado inspirado com o jogo Brasil e Alemanha da Copa do Mundo de 2014.

-”Homenagem a Lamartine (não – Babo), não é poeta da minha predileção, é muito choroso, mas acertou ao dizer: “Un seul être vous manque et tout est dépeuplé”.
Estou recebendo os jornais com atraso. Lamento.” Rosa Grieco

BM: Minha, cara Rosa, primeiramente, vamos traduzir esse verso do grande poeta do romantismo francês, Lamartine, ou, pelo menos, dar uma ideia do seu significado:
“Basta a falta de uma só pessoa para tudo ficar despovoado.”
Como ainda estou com a cabeça no futebol por culpa das músicas que o Sérgio Fortes coloca no seu programa da Rádio MEC, reportei-me logo ao jogo em que a Alemanha derrotou o Brasil por 7 a 1. Faltou o Thiago Silva e a defesa brasileira parecia despovoada. Não quero dizer com isso que, se ele estivesse em campo, escaparíamos da humilhante derrota, mas, acredito, o primeiro gol, originado de uma batida de escanteio, não aconteceria. Perderíamos de apenas 6 a 1.
Quanto ao “choroso” poeta Lamartine, ele chegou a ser membro do governo provisório e ministro do Exterior em 1848, o que prova que, também na França, quem não chora não mama.
Como nunca esquecemos a música, assinalamos que “Os Prelúdios”, de Franz Liszt, cujo motivo de fanfarra da marcha final era tocada pelos alemães para anunciarem suas vitórias nas batalhas da Segunda Guerra, foram inspirados num poema de Lamartine.
Quanto ao fato de você receber os jornais com atraso, Rosa, a culpa, dessa vez, não é do Dieckmann.

-”O Distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO teve sua memória acionada com esses registros numéricos ligados ao Egito. Lembrou-se, espanando muita poeira, do filme 5 Covas no Egito. Um filme de guerra no deserto (óbvio, em se tratando do Egito) em que alimentos, sobressalentes e combustíveis foram armazenados antes da guerra, para a eventualidade de serem necessários. O local das covas era a posição de cada uma das letras de “EGYPT” Em um mapa conhecido.” Dieckmann
BM: Nosso amigo Dieckmann alude ao exemplar do nosso periódico em que a Sinfonia nº 1 de Rachmaninoff foi comparada pelos críticos mordazes às “Sete Pragas do  Egito”.
Como ele escreveu “esses registros numéricos ligados ao Egito” acionaram a sua memória, lembrou-se do filme “Cinco Covas no Egito.” Dieckmann, por sua vez, acionou a nossa memória, pois assistimos a esse filme alguns anos atrás. Na verdade, só conseguimos retirar da nossa cabeça que se tratava de um filme dirigido pelo Billy Wilder, no meio da Segunda Guerra Mundial e que o General Rommel era um personagem de destaque.  Não nos lembrávamos mais do significado de cada uma das letras “Egypt”, de elas  representarem, num mapa, as cinco covas em que se achavam bens necessários para um confronto bélico, aliás, não nos recordávamos nem do mapa.
Filmes de Billy Wilder, quando se esconde no porão da nossa memória, têm de ser revistos e é o que faremos com “Cinco Covas no Egito”, logo que surgir a oportunidade.
Quanto a “As Sete Pragas do Egipo”, reporta-nos a outra fita de cinema, “Os Dez Mandamentos”, de Cecil B. DeMille.  Tantos foram os acontecimentos relacionados a essa película que ela ficou na nossa retentiva, a começar com o dia em que assistimos a ela: Cine Mascote, no Méier, superlotado. Eu, com meus irmãos, levado pela minha mãe, obrigado, antes, a ver “Absolutamente Certo”, porque o presidente Jânio Quadros obrigava que, a cada filme estrangeiro, fosse à tela um filme nacional. Mais de cinco horas dentro de um cinema lotado, não dá para esquecer. A expressão iluminada do Charlton Heston depois de falar com Deus me impressiona até hoje. Outra coisa: a careca do Yul Brynner sempre foi para mim uma referência mnemônica. Algumas vezes, no meio da garotada, nós comentávamos mais aquela careca do que os próprios filmes em que ele atuava.
Para encerrar, aqui vão as Sete Pragas do Egito: Sangue, Rãs, Piolhos, Moscas, Peste no rebanho, Tumores em seres vivos e Chuva de pedra.
Quanto às pragas que assolam o Brasil, são em muito maior quantidade, mas não vamos arrolá-las aqui, pois não queremos ser injustos, esquecendo algumas delas.

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