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quarta-feira, 15 de agosto de 2012

2203 - a Guerra do Paraguai, a PetrobraX e a Lua


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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4003                                          Data: 10 de agosto de 2012
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CARTA  DO  LEITOR

Para que o leitor não suspeite que este periódico protege a Rosa Grieco, dedicando edições inteiras apenas às suas cartas, hoje, só comentaremos as cartas do Dieckmann; na realidade, são asteriscos transformados em cartas, como aqueles que recebem o Biscoito Molhado através dele logo reconhecerão. Advirto que o Dieckmann, como o Pelé (*), fala de si na terceira pessoa do singular.
Agora, vamos lá.
“Na Petrobras, o nome de FHC era palavrão, fosse por querer privatizar e mudar para PetrobraX (como se fosse do Eike), ou fosse porque muita mordomia foi pelo ralo. Hoje, já se ouve severas (e bem informadas) críticas ao Lula e o que ele fez com a Petrobras, devido à aplicação de política industrial nacional e do controle da inflação da moeda à custa da empresa.” Dieckmann
BM: Tentaremos contextualizar esse caso historicamente.
Tendo como prioridade reordenar o Estado, o presidente Fernando Henrique Cardoso deu largada à série de propostas de emenda à Constituição, começando pela redefinição do conceito de empresa nacional. Como estava formulada na Constituição de 1988, de maneira retrógrada, os investidores podiam julgar que o Brasil prescindia de capital externo e que era hostil a ele. Assim, menos de dois meses após a posse, em fevereiro de 1995, essas propostas de emenda constitucional chegaram ao Congresso. Abria-se a exploração do gás natural aos capitais privados, através de concessões, quebrava-se o monopólio estatal das telecomunicações (lá se ia a ineficiente Telebrás...)  o que possibilitaria a privatização com a ampliação da  telefonia fixa e móvel, sem esquecer  que, com isso, os brasileiros puderam desfrutar livremente o mundo dos computadores  depois do atraso provocado pela estúpida Lei da Informática dos anos 80.
Mas onde o presidente FHC encontrou maiores resistências foi na questão petrolífera. Eis o que escreveu:
“... Propunha-se o que eu chamei de “flexibilização” do monopólio do petróleo, ou seja, sem privatizar a Petrobras, promover a concorrência da estatal com outras empresas, nacionais e estrangeiras, nas atividades de exploração, importação e refino. (...) Eu estava convencido de que a flexibilização traria maiores recursos para acelerar a exploração do petróleo, assegurando dessa maneira mais depressa a autossuficiência. Além do mais, acreditava que ela seria um instrumento para obrigar a Petrobras, até então monopolista, a ser mais transparente, mostrando para a sociedade seus números e procedimentos, obscuros mesmo para o principal acionista, o Tesouro Nacional. Não custa lembrar que, por peculiaridades  das empresas estatais brasileiras, a Petrobras não era de propriedade exclusivamente estatal. Tinha ações negociadas em bolsa e acionistas privados. A presença do ente privado não constituía, portanto, algo tão insólito na vida da empresa como davam a entender os defensores do monopólio.”
Em resumo: com a flexibilização do monopólio aprovada, a produção da Petrobras dobrou em poucos anos.
Quanto à alteração de nome no governo FHC, mudaria o nome comercial (marca) para PetroBrax. A nova designação foi escolhida pela agência paulista de design Und SC Ltda.
Argumentava-se que o nome Petrobras daria a impressão de imperialismo brasileiro para o caso de expansão da empresa nos países da América Latina, além de uma suposta dificuldade fonética dos falantes da língua inglesa e espanhola com a palavra Petrobras. Quanto ao Eike Batista, que tanto gosta de aparecer ligado às empresas com terminação em X (para ele um símbolo multiplicador, mesmo nas palavras), não havia ele ainda aparecido, a não ser como marido da Luma de Oliveira.  O que iria para o Eike da Petrobras? A Lubrax?...
Bem, a Petrobras, que foi feudo do General Geisel, hoje é feudo do PT.
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“A experiência foi relatada sucintamente e perguntamos ao próprio Dieckmann qual era a sua lembrança do fato. O Distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO primeiramente alegou falta de memória, mas, em seguida, convencido pelos holofotes que iluminaram o seu nome a partir de uma história decente nos disse: “O exercício era para mostrar a funcionalidade do trabalho em grupo. E, no caso, tratou-se não de autoritarismo puro e simples, mas da capacidade excepcional da colega em questão em colocar seus pontos de vista. Com perspicácia e argumentação de primeira linha, retirou as opiniões do Mc Gyver e as substituiu por idiotices soberbas. Foi o único caso no DMM em que a nota do grupo foi inferior à média das notas individuais. O SEBRAE comentou pouco depois que foi um dos poucos casos em que esta situação ocorreu e que seria um caso de forte liderança negativa.” Em seguida, o Dieckmann disparou: “Pode-se considerar  o episódio uma história decente?” Claro que pode – retrucamos.” Carta  do Dieckmann sobre a funcionária que não ouvia os técnicos. Caso dos grupos perdidos na lua.
BM: A personalidade em questão, psicóloga, volto a lembrar, era capaz de defender a fidelidade de Messalina ao marido, o imperador romano Cláudio e muitos se deixariam levar pela sua oratória bem articulada, e acreditariam. O pior de tudo era que ela cria no que falava. Anos depois desse teste em que ela deixou seus liderados inteiramente perdidos na lua, tornou-se chefe de fato, pois aquele que fora nomeado para esse cargo, levado pela sua verbosidade, limitava-se apenas a assinar as papeladas que ela redigia.
Então, chegaram os concursados que ficaram sob o seu comando. A psicóloga discutiu a funcionalidade dos navios gaseiros com um deles, um engenheiro que trabalhara na Transpetro e foi tratada com deboche. Discutiu tributos de certidões de empresas de navegação com um concursado que trabalhara na Receita Federal e ouviu palavras rudes sobre a sua ignorância. Ela apressou, então, a sua aposentadoria, e hoje verbaliza as suas “idiotices soberbas” em outra freguesia. (**)
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“A Batalha do Curupaiti foi travada entre as forças aliadas e paraguaias durante a Guerra da Tríplice Aliança em 22 de setembro de 1866. Durante os combates por Curuzu e negociações diplomáticas posteriores, Curupaiti teve as suas defesas reforçadas com um entrincheiramento de cerca de dois quilômetros de extensão, complementado por um fosso de dois metros de profundidade por quatro de largura. A terra retirada do fosso foi apiloada em parapeitos defensivos de dois metros de altura, atrás do qual se distribuíam noventa canhões, cobrindo o lado do rio e o lado de terra, bem como cinco mil soldados paraguaios.”
“O desastre aliado em Curupaiti imobilizou a campanha e teve importantes repercussões sobre os seus rumos. O general Venâncio Flores retirou-se para Montevidéu após a derrota, e as forças Argentinas passam a ter uma participação menor. A partir de Curupaiti, coube sobretudo ao Império do Brasil continuar a luta do lado aliado, com pequena participação Argentina e apenas simbólica de forças Uruguaias. A derrota também causou repercussões na opinião pública brasileira, o que levou à nomeação do marechal de campo Luís Alves de Lima e Silva (1803-1880), então Marquês de Caxias, como comandante em chefe do Exército brasileiro no Paraguai (10 de outubro de 1866).”
“Caxias adotou uma estratégia de cerco, isolando o entrincheiramento. Isso levou à sua evacuação pelos paraguaios e permitiu aos aliados ocupar posições. Após dois anos impedindo o progresso das forças aliadas, estas, finalmente, entraram no entrincheiramento no dia 23 de março de 1868.” Dieckmann
BM: Os leitores do Biscoito Molhado na Guerra do Paraguai estranharam quando eu escrevi que a cor do Elio era branca como a do leite das vacas holandesas. Agora que o Dieckmann reproduziu com maiores detalhamentos a Batalha de Curupaiti, todos agora devem entender o que foi escrito. O medo embranqueceu o nosso amigo. (***)

(*) Corre a lenda, no Clube Federal, que o Dieckmann seja o Pelé, rejuvenescido e embranquecido, tipo Michael Jackson. Vida longa aos dois.

(**) Nem tanto. Trata-se de uma pessoa de excepcional capacidade para o trabalho e tem um bem desenvolvido método de análise. Foi minha funcionária e seus pareceres eram os únicos com pé e cabeça no setor em que trabalhava. Dificilmente teria sucesso chefiando quaisquer concursados que são julgados como intratáveis por todos os funcionários antigos e pode ter lhe faltado um pouco de perspicácia nos casos mencionados. Entretanto, confirmo, não entendia nada de Lua, é verdade.

(***) Quem diria, o rei das costureiras da Rua Taylor, amarelando na Guerra do Paraguai? Tomás Coelho, se sabedor do fato, ter-lhe-ia barrado ao portão, ele mesmo, se dispusesse desse pó-de-pirlimpimpim.


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