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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018

3094 - FM Valsa de Uma Cidade

O  BISCOITO  MOLHADO
Edição 5354 FM                           Data: 1 de março de 2018

FUNDADOR: CARLOS EDUARDO NASCIMENTO - ANO: XXXV


RIO, MAIS UM ANO!

É hora de esquecer as mazelas que tumultuam a vida da cidade – os assaltos nas ruas, as balas perdidas, os bandidos do tráfico de drogas, o povo amedrontado, os assaltantes da coisa pública para tornarem-se ricos da noite para o dia, os tais que envergonham a cidadania com as trapaças da Operação Lava-Jato, pois hoje é dia de festa,  quando se deve celebrar o aniversário desta cidade espetacular, com uma epifania  em homenagem  ao Rio de Janeiro,  que merece todos os mais festivos cantos.
  
“Rio de Janeiro
                            Gosto de você...” 
    
   É ler cantando, que a cidade é um encanto, louvada em canto pelos poetas, prosadores, seresteiros, cantadores e boêmios, encantados pela magia que confunde, transforma, extasia, é só alegria, dia e noite, em todos os meses, o ano todo. E agora, mais ainda, que tudo é festa, para comemorar honrosos 453 anos de fundação, desde que aqui chegou o capitão-mor Estácio de Sá com seus 150 expedicionários, vindos de Portugal para recuperar a baía, tomada 10 anos antes por 500 franceses e 20 mil índios, seus aliados, no dia primeiro de março de 1565. Ele desembarcou no istmo entre o Morro Cara de Cão e o Pão de Açúcar, logo ali, diante das praias do Flamengo e de Botafogo. De uma paliçada defensiva armada, o fundador enfrentou os franceses, liderados por Nicola Durand de Villegagnon, que se haviam estabelecido com a pretensão de fundar a França Antártica, uma colônia, e a cidade de Henriville. Aliaram-se aos Tamoios, conhecidos como Tupinambás, expulsaram os Temiminós, que fugiram para outras plagas e baixaram em terras do vizinho (hoje Espírito Santo), território sob domínio português, com os quais fizeram  uma aliança,  que culminou na derrota dos atrevidos e enxeridos franceses.

 Daí, surgia na baía da Guanabara a Cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro. Um pouco mais da história conta que antes, lá pelo ano 1000, a maior parte do litoral do Rio de Janeiro foi invadida pelos povos de língua Tupi, vindos das lonjuras da Amazônia. Chegaram, terão gostado do clima, expulsaram os Tapuias. Para esclarecer sobre as tribos, é bom dizer que, no início do século XVI, o território do Rio de Janeiro era dominado, em sua maior parte, pela tribo dos Tupinambás, também, chamados de Tamoios, que ocupavam a aldeia carioca. Os Tupinambás eram maioria, apareceram de surpresa detrás de Paquetá, liderados por Guaixará, principal de uma aldeia de Cabo Frio, formavam uma tropa que ocupava entre 80 e 180 canoas. Cercaram os portugueses, que eram minoria e logo viram que iriam ser derrotados e mortos, caso não recebessem socorro. Conta a lenda que, em 13 de junho de 1566, São Sebastião teria visitado o Rio de Janeiro, poucos o viram, senão alguns índios Tupinambás, durante a chamada Batalha das Canoas. O Rio era ainda a vila velha, uma paliçada incrustada entre o Pão de Açúcar e o Morro de São João, onde havia um casebre que fazia as vezes de Igreja de São Sebastião. De lá saiu uma canoa pela baía, levada por Francisco Velho, responsável pelo casebre, que logo foi cercado, a luta entre índios e portugueses se desenrolava. De uma das canoas explodiu um barril de pólvora. A explosão aterrorizou a mulher de Guaixará, que soltou um grito, todos fugiram, foi um verdadeiro milagre, a batalha chegara ao fim.  Depois, quando os portugueses já haviam vencido, alguns perguntaram quem teria sido aquele soldado ataviado em uma armadura, que saltava de canoa em canoa, lutando ao lado dos portugueses. Entre as poucas testemunhas, uma delas conhecida: Martim Afonso de Souza, o Arariboia.

Tenha ou não sido apenas lenda, no dia 20 de janeiro, o santo foi  transformado em Padroeiro da cidade. Durante o século XVII, a cidade passou por desenvolvimento urbano, que contava com uma modesta rede de ruelas, as quais davam às igrejas, ligando-as ao Paço Imperial e ao Mercado de Peixes, à beira do cais, na hoje Praça XV.  Dali, aos poucos, foram surgindo novas ruas, o número de habitantes aumentava, chegando a 30 mil, na metade do século. Hoje, segundo o Ibge, são 6,5 milhões. Com o desenvolvimento da economia, mormente devido à indústria do açúcar, a cidade passou a ser a mais populosa do país, ganhando importância fundamental para o domínio colonial, mais ainda com a chegada da Corte Portuguesa, com d. João VI, em 1808.
 


2 comentários:

  1. "Palavras agradáveis são como favo de mel,
    doces para a alma,
    e medicina para o corpo."
    Provérbios 16 versículo 24.
    O sol em todo o seu esplendor consegue deixar mais anil o meu céu.
    Folhas da aroeira brilham e se mostram vivas, trêmulas que estão pelo suave toque da aragem.
    O bougainville cresce e ultrapassa o muro em direção a outros horizontes que não o meu.
    Os pássaros, pardais e rolinhas bicam o chão protestando pela primeira refeição do dia.
    Não é protesto não, alcançam os últimos grãos, um ou outro sobras de ontem. rs
    Preocupação para hoje:
    - O mamão de ontem foi rejeitado pelo sabiá. Possível vítima do temporal ou de um gavião?
    Vida que segue apesar da contaminação da minha casa, perdas e o imenso trabalho na sua recuperação.
    Mas...
    "Minha alma canta
    Vejo o Rio de Janeiro
    Estou morrendo de saudade
    Rio teu mar, praias sem fim
    Rio você foi feito pra mim".
    É, palavras doces, agradáveis para a alma...
    Mesmo invertendo continuam bálsamos.
    Sua crônica mais poderosa que ansiolíticos que insisto em não tomar.
    Agradável para a alma.

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  2. Mais uma Aula Magna proferida pelo Mestre Fernando Milfont !

    Merecedora, sem dúvida, do entusiasmo de Elvira. O Rio de

    Janeiro merece novas chances. Crivella e Pezão não são para

    sempre !

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