O BISCOITO MOLHADO
Edição 5334 FM
Data: 25 de outubro de 2017
FUNDADOR: CARLOS EDUARDO
NASCIMENTO - ANO: XXXV
O MEU FUTURO
Eis algo novo, não sei
por qual motivo, aparece nos meios de informação, sem a devida explicação para
os não ligados à Matemática ou à Informática. Trata-se de um substantivo comum
de difícil definição, pelo menos para mim, cuja ignorância não permite enxergar
um palmo diante do nariz. Fui à pesquisa para saber o que é Algoritmo e logo encontrei o que diz o
computador, que é um conjunto de operações sequenciais, lógicas e não ambíguas
que, aplicadas a um conjunto de dados, permitem encontrar a solução para um
problema em um número finito de passos.
Parei para pensar,
analisando primeiramente meu estado físico, que é não dos piores mas de alguém,
embora razoavelmente saudável, que está em fim de carreira, pela lógica dos
números finitos que são aplicados ao seres humanos, nascidos para viver um
período limitado de tempo. Quando passam dos 90, limitam-se aos cuidados
especiais estabelecidos pelas ciências médicas, com o uso de produtos destinados a evitarem um AVC,
um infarto fulminante ou até mesmo uma gripe malcurada, que podem levar o
indivíduo a outras paragens, rumo ao desconhecido. Desse modo, cuido-me com os
medicamentos prescritos, evito a pressa ao andar pelas ruas esburacadas –
dessas cabem cuidar os prefeitos e seus auxiliares, o que não fazem, por
incompetência administrativa (ou por outros motivos, que os tais alegam para
justificar o não feito). Não sei se o Algoritmo
pode ser aplicado para salvar as vítimas e seus causadores.
Filosofando um pouco, no
silêncio de um dia chuvoso, não creio que possa haver algo depois do fim.
Terminado o período de minha modesta
mas agradável existência, acho que nada mais resta. Admitindo,
entretanto, que meu iluminado e profícuo espirito alcance o infinito e tenha um
retorno, espero que seja em um corpo saudável e razoavelmente apolíneo, QI no
índice mais elevado, quem sabe, de um engenheiro competente e criador, nascido em era de avançada
tecnologia, em que o tal Algoritmo seja aplicado até por
crianças, afeitas aos intrincados meandros dos computadores. Serei eu, em novo
corpo, criando o que imagino o que hoje é sonho de um futuro distante: transportes
individuais movidos a energia solar, que trafeguem levados por um colchão de
ar, em absoluta segurança, com radares que evitem choques ou acidentes
provocados por pilotos irresponsáveis, como os de hoje, que usam telefone
quando dirigem veículos poluidores, quando bebem ou quando estão transtornados
pelos problemas causados por uma
esposa que tenha pespegado um lustroso par de chifres em represália à infidelidade do distinto, como
acontece nos dias atuais (já foi pior, quando reluziram facas afiadas, ou balas fulminantes deram contas do
recado). Meu espírito reencarnado deverá ter, também, a capacidade de
harmonizar os dissidentes, que possa ser um criador de produtos que evitem
doenças, e que prolonguem a vida, pois, como hoje, gosto de viver e gostarei
muito mais, com os alimentos sem agrotóxicos, com roupas descartáveis, sem a
necessidade de criadores de modas, como os de hoje, que são ligados aos
fabricantes de tecidos e adereços embelezadores sofisticados, já que as
belas já nascerão no ponto. E, muito mais, que as comunicações sejam
praticamente sem palavras, que os pensamentos sirvam para entendimentos, embora
um diálogo possa ser necessário, quando os dizeres sejam como suave música para
o encanto das ninfas futuras, tudo como hoje, quando meia dúzia de termos
enternecem e dão um sentido mágico à vida. Mesmo porque, deverá ser muito chato
viver, como na Suécia ou na Dinamarca, onde pouco se
fala, o que torna o dia, já muito
curto, um tanto sem sabor. Enfim, que eu, como engenheiro, médico ou cientista
espacial, possa ser o que não sou, hoje, por culpa da minha incompetência. Não
precisava ser um Beethoven ou um
novo Mozart, apenas músico de jazz, para dedilhar um piano “manero” criando efeitos
que só os puros conseguem, como estando em estreito contato com Deus.
"que os pensamentos sirvam para entendimentos, embora um diálogo possa ser necessário, quando os dizeres sejam como suave música para o encanto das ninfas futuras, tudo como hoje, quando meia dúzia de termos enternecem e dão um sentido mágico à vida."
ResponderExcluirDizeres encantam não só as ninfas mas também às senhorinhas. Como aqui e no presente.