O BISCOITO MOLHADO
Edição 5328 FM
Data: 12 de setembro de 2017
FUNDADOR: CARLOS EDUARDO
NASCIMENTO - ANO XXXIV
DE AMOR
Por onde anda o amor, perguntam os desamados, sofridos, oprimidos, de olhar perdido, sem
saber que pode estar no Universo, solto como astro refletido no chão, pisado e distraído,
como disse o poeta Orestes, ao lhe dar um rumo em versos luminosos. Ou
transformado em poeira de estrelas,
como quis Hoagy, o
Carmichael, que fala também de corpo e alma, tirando com seus dedos mágicos notas encantadoras de um piano.
Amor, onde andarás, clamam os desiludidos, e a voz do Destino responde, solene
com inicial maiúscula que lhe traduz o poder supremo de decisão sobre todos os
seres viventes e todas as coisas. Senhor universal, substantivo nem próprio nem
comum. Incomum, talvez, formado por substâncias etéreas, nem sólidas nem
líquidas, saídas de laboratório misterioso, oculto, impenetrável. Simplesmente
Destino, o orientador! O
comandante de todos os seres ou não seres vivos, pois os mortos já terão ido.
Destino. O que ele diz está dito,
determinado, incontestado. São os “Caprichos do Destino”, como disse o poeta
das valsas, pela voz enternecedora e bela do seresteiro. O Destino manda, os
seres incautos obedecem, à espera que passem as tempestades arrasadoras, os raios
sejam cortados ao meio e provoquem trovões aterradores, que as estradas bloqueadas por pedras possam
ser alcançadas, que rios e lagos
posam ser atravessados pela Arca.
Quem do Destino sabe? Eu, do alto de
minha sapiência inconteste, filosófica, teológica, semiológica, telúrica e
teleológica, jamais doutrinária, que transcende o Bem e o Mal, respondo: “Não sei!”
Talvez, quem sabe? O sábio da bola de
cristal, com a cabeça pensante envolta em turbante de seda, de onde desvenda as
manchas reveladoras, possa responder, e responde: “A caminho!”
Consulte-se, então, o Tarô, de
figuras misteriosas. Consulte-se o
baralho, onde o sete e o treze, que a Matemática diz que são primos entre si e
não divisíveis, possam ter uma resposta que dê alento aos desalentados.
Procure-se nas manchas solares, a resposta vem iluminada: “Na Esperança!”
Enfim, uma solução para o Destino. Esperança, encontrada na
Caixa de Pandora, de onde foram libertados todos os males do mundo. Esperança de
apenas dar um tempo, a última
que morre. Aleluia!
Eis, então, uma estrada aberta no
Universo por onde andou o Destino, entre a poeira das estrelas, e os astros
distraídos, superando tempestades e raios, guiado pela luz que revelará o
caminho. Se demorar, é seguir o dizer do poeta: “Só resta tocar um tango argentino!”
Fernando,
ResponderExcluirAlguém já disse em uma cantiga muito popular "prá que rimar amor e dor".
Bela e divertida a sua prosa mesmo para quem não navega nos mares da Net faz dias pq sofre daquela dor, não a poética e existencialista de que falam os poetas, mas daquela que ataca muito às velhinhas no inverno e que dá uma vontade danada enorme de gritar "socorro Mãezinha!
ESSAS DORES SINTO-AS TAMBÉM, SÃO CONSEQUÊNCIA DA IDADE PROVECTA, JÁ PASSEI DOS 90.
ResponderExcluirComecei aos sessenta e para comemorar o meu aniversário no dia 08 passado, 73 anos, o tão cantado Destino me preparou "a festa" no Hospital. Mas o importante, creio, é não perder a vontade de viver apesar os pesares.
ResponderExcluirUma boa noite à família e uma ótima saúde para que todos possam e durante muito tempo usufruir da sua poesia.
A FAMÍLIA AGRADECE E DESEJA-LHE SAÚDE. FM
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