Total de visualizações de página

terça-feira, 12 de setembro de 2017

3068 - FM o destino do amor argentino



O  BISCOITO  MOLHADO
Edição 5328 FM                           Data: 12 de setembro de 2017

FUNDADOR: CARLOS EDUARDO NASCIMENTO - ANO XXXIV


                              DE AMOR


Por onde anda o amor, perguntam os desamados, sofridos, oprimidos, de olhar perdido, sem saber que pode estar no Universo, solto como astro refletido no chão,  pisado e distraído, como disse o poeta Orestes, ao lhe dar um rumo em versos luminosos. Ou transformado em poeira de estrelas,  como quis Hoagy, o Carmichael, que fala também de corpo e alma, tirando com seus dedos  mágicos notas encantadoras de um piano. Amor, onde andarás, clamam os desiludidos, e a voz do Destino responde, solene com inicial maiúscula que lhe traduz o poder supremo de decisão sobre todos os seres viventes e todas as coisas. Senhor universal, substantivo nem próprio nem comum. Incomum, talvez, formado por substâncias etéreas, nem sólidas nem líquidas, saídas de laboratório misterioso, oculto, impenetrável. Simplesmente Destino, o  orientador! O comandante de todos os seres ou não seres vivos, pois os mortos já terão ido.

Destino. O que ele diz está dito, determinado, incontestado. São os “Caprichos do Destino”, como disse o poeta das valsas, pela voz enternecedora e bela do seresteiro. O Destino manda, os seres incautos obedecem, à espera que passem as tempestades arrasadoras, os raios sejam cortados ao meio e provoquem trovões  aterradores, que as estradas bloqueadas por pedras possam ser alcançadas, que  rios e lagos posam ser atravessados pela Arca.

Quem do Destino sabe? Eu, do alto de minha sapiência inconteste, filosófica, teológica, semiológica, telúrica e teleológica, jamais doutrinária, que transcende o Bem e o  Mal,  respondo: “Não sei!”

Talvez, quem sabe? O sábio da bola de cristal, com a cabeça pensante envolta em turbante de seda, de onde desvenda as manchas reveladoras, possa responder, e responde: “A caminho!”

Consulte-se, então, o Tarô, de figuras  misteriosas. Consulte-se o baralho, onde o sete e o treze, que a Matemática diz que são primos entre si e não divisíveis, possam ter uma resposta que dê alento aos desalentados. Procure-se nas manchas solares, a resposta vem iluminada: “Na Esperança!”

 Enfim, uma solução para o Destino. Esperança, encontrada na Caixa de Pandora, de onde foram libertados todos os males do mundo. Esperança de apenas  dar um tempo,  a última que morre. Aleluia!

Eis, então, uma estrada aberta no Universo por onde andou o Destino, entre a poeira das estrelas, e os astros distraídos, superando tempestades e raios, guiado pela luz que revelará o caminho. Se demorar, é seguir o dizer do poeta: “Só resta tocar um  tango argentino!”


4 comentários:

  1. Fernando,
    Alguém já disse em uma cantiga muito popular "prá que rimar amor e dor".
    Bela e divertida a sua prosa mesmo para quem não navega nos mares da Net faz dias pq sofre daquela dor, não a poética e existencialista de que falam os poetas, mas daquela que ataca muito às velhinhas no inverno e que dá uma vontade danada enorme de gritar "socorro Mãezinha!

    ResponderExcluir
  2. ESSAS DORES SINTO-AS TAMBÉM, SÃO CONSEQUÊNCIA DA IDADE PROVECTA, JÁ PASSEI DOS 90.

    ResponderExcluir
  3. Comecei aos sessenta e para comemorar o meu aniversário no dia 08 passado, 73 anos, o tão cantado Destino me preparou "a festa" no Hospital. Mas o importante, creio, é não perder a vontade de viver apesar os pesares.
    Uma boa noite à família e uma ótima saúde para que todos possam e durante muito tempo usufruir da sua poesia.

    ResponderExcluir
  4. A FAMÍLIA AGRADECE E DESEJA-LHE SAÚDE. FM

    ResponderExcluir