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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4958 Data: 03 de outubro de 2014
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SIMON KHOURY BRILHA NO RÁDIO MEMÓRIA
3ª PARTE
Abordado pelo Jonas Vieira
para anunciar a próxima atração a ser ouvida, Simon Khoury contou inicialmente
como ela foi concebida. Num encontro com um amigo, um grande ator (não era o
Carlão nem o Paulo Autran) lembrou-se de uma valsa que estava inacabada e
pôs-se a cantá-la para ele. Apesar da sua voz roufenha e do sol helênico que,
às vezes, emite, seu amigo encheu-o de louvores. Incentivado, Simon Khoury,
pôs-se a caminhar e toda a segunda parte lhe ocorreu, ela estava, agora,
completa. Quando a apresentou ao arranjador Vittor Santos, opinou que ficaria
muito bonita com determinado instrumento.
-Vittor Santos foi além;
colocou corne inglês, oboé, pistom com surdina e o piano tocado por um menino
maravilhoso. Há um momento em que o piano sola, e as cordas abençoam... Ficou
tudo aveludado, um som lindo. Eu vou mostrar.
-Como se chama?
-Dândi. - respondeu o
Simon Khoury ao Jonas Vieira.
Depois da deleitação
unânime, sobressaiu-se a voz do Sérgio Fortes.
-Deu tudo certo. Você
juntou músicos exponenciais. O arranjo é deslumbrante.
Estivesse o nosso amigo
Dieckmann lá diria que o arranjo é inarrebatável.
-Vou fazer uma música para
você que chamarei “Filho de Paulo”. - prometeu-lhe o astro daquele domingo.
-É puxa-saco mesmo.-
espetou o Jonas Vieira.
-A sua música se chamará
“Cascavel” ou “Crotalus Sistrurus”.- devolveu.
E voltou-se para o
operador de áudio:
-A sua música se chamara
“Peter, Bombom Crocante”.
Contagiado, talvez, pelo
clima de campanha eleitoral, Simom Khoury só não fez mais promessas porque foi
aparteado pelo titular do programa.
-O Paulo Marquez encerra
agora uma série de shows no Parque Madureira. Paulo Marquez está cantando o fino.
Ele esteve aqui, domingo passado, e mostrou que está em grande forma.
-Eu sei; ele cantou à
capela várias canções. - acrescentou o Sérgio Fortes.
-E agora, Simon.
Jonas Vieira, como todos
nós, queria mais músicas, mas Simon Khoury sempre pretendia narrar o parto das
mesmas antes de vir à luz. Antes, assinalou que faz músicas para quem ele
gosta.
-Depois, eu mostro uma
valsa que fiz para a Fernanda Montenegro. - mais uma promessa dele.
E prosseguiu:
-Eu tive o privilégio de a
Fernanda Montenegro ter escrito o prefácio.
-Eu vi... Eu vi...
-aparteou o Sérgio Fortes.
Então, o compositor
voltou-se para a sua criação a ir ao ar, embora, às suas primeiras palavras,
pensássemos que fosse só divagação.
-O Ary é uma pessoa linda.
Talvez o artista mais rico do Brasil.
-O Ary Toledo. -
identificou-o o Jonas Vieira para o ouvinte, pois o Simon Khoury estava
empolgado demais para fazê-lo.
-Ele é bom, é humano. Pode
haver vinte pessoas, que ele paga tudo... um ser humano que não nega nada a
ninguém. É generoso. Ele conta as piadas e quem mais ri são as mulheres. Eu
bolei um show para ele, com Gracindo Júnior, chamado “Vinde a mim as
criancinhas.”
Foi interrompido pelos
risos maldosos do Sérgio, que, pensando no currículo de irreverência dos dois,
Ary e Simon, imaginou piadas nada cristãs.
Sem se deter sobre os
risos, Simon Khoury informou que está escrevendo um livro sobre o Ary Toledo e
emendou essa informação com duas piadas dele. Sem se importar se as criancinhas
e as criançonas estivessem acordadas às 8h 30mim da manhã daquele domingo,
passou a contar as anedotas.
-E a música, Simon? -
lemos o pensamento do Jonas Vieira.
-Eu fiz um maxixe para o
Ary Toledo.chamado “Irresistível Obsceno”.
Por que Irresistível
Obsceno? O autor explicou.
-A mamãe era pudica, mas
isso não impedia o Ary Toledo contar aquelas piadas para ela. Minha mãe ria e
lhe dizia: “Você é um obsceno irresistível.
Essas palavras foram o
“abra-te sésamo” para o Peter acionar as carrapetas e soarem, finalmente, os
instrumentos que tocaram o maxixe.
-Que delícia! -
encantou-se o Jonas Vieira.
Sérgio Fortes tomou a
palavra:
-Estou lendo, na
contracapa, no encarte do CD, nomes respeitáveis. Não sei como o Simon juntou
tanta gente boa.
-Simon é muito bem
relacionado, tem muitos conhecimentos, conhece grandes artistas. - frisou o seu
amigo de décadas.
Modesto e reconhecido, o
astro desse Rádio Memória enalteceu um dos artistas mais importantes para tal
êxito.
-Sabe de uma coisa?... O
Vittor Santos é uma pessoa extraordinária, é grande. Ele foi confundido pelo João
Máximo com Alexandre Desplat.
E continuou no seu reconhecimento:
-A maneira como Vittor
Santos usa as cordas... Ele é de uma sensibilidade... capta tudo. A música que
fiz para a Suely Franco, para as mulheres...
-Fica para a segunda parte
do programa.
Mas o Simon Khoury estava
nas nuvens, parecia um nefelibata para
escutar as palavras do titular do programa.
-Suely Franco, Nicette Bruno, Maria Della
Costa, Fernanda Montenegro não estrelas, são mulheres. A profissão delas é
atriz, mas, acima de tudo, são mulheres. Mulheres atenciosas, delicadas. A
Suely Franco, sempre muito alegre, é uma mulher linda. Eu compus para ela “Uma
triste Canção Para Uma Dama Alegre”.
-Vamos, agora, para os
“Mistérios do Universo”. - impôs-se o Jonas Vieira.
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