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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4956 Data: 30 de setembro de 2014
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SIMON KHOURY BRILHA NO RÁDIO MEMÓRIA
1ª PARTE
-Rádio Memória, hoje com um trabalho
extraordinário de um amigo meu, amicíssimo, Simon Khoury...
Jonas Vieira, pelo tom da
voz, falava seriamente, e, assim, prosseguiu:
-Ele está lançando um
disco. Mas vamos cumprimentar o Sérgio Fortes. Está melhor?
-Jonas, foi alarme falso.
Eu não fiquei tanto tempo de molho como previa.
Sérgio, que faltou no
último domingo, demonstrava, assim, que não era da “turma do chinelinho”,
composta, como sabemos, principalmente por jogadores de futebol que se machucam
e ficam semanas e mais semanas sem trabalhar. Simon Khoury, porém, não ficou
convencido e revelou que via o Sérgio Fortes todos os dias na praia,
naturalmente de chinelo.
Depois, tornou-se sério:
-Pisou mesmo num buraco?
-É a idade – conformou-se
– qualquer coisa, hoje, para mim, se constitui num obstáculo.
E continuou:
-Ontem, coisa singular:
meu sapato se decompôs ao longo do dia.
Um parêntese: ele não
calça, certamente, como o candidato Aécio Neves, sapatos da marca Ferragamo,
como informou o jornalista Elio Gaspari.
-Em certo momento, um
sapato ficou com salto e outro não; e tive de andar com um pé no meio-fio para
me equilibrar.
Não deixamos de nos
reportar ao rei Luís XIV que, baixinho, para não ser chamado de pintor de
rodapé pelos invejosos, recorreu ao salto alto, porém elaborado pelos melhores
sapateiros da Europa.
O caso com o Sérgio Fortes
não levou o Jonas Vieira a se recordar do rei Luís XIV, e sim de um grande
compositor e instrumentista da nossa música popular.
-O Benedito Lacerda ficava
ali, no Largo da Carioca de onde tinha de sair para emissoras de rádio,
estúdios de gravação. Nos dias em que o sol estava mandando bala, ele tinha de
esperar, porque o seu sapato era tão fino que derretia.
Simon Khoury, por outro
lado, lembrou-se não de um rei francês, mas de dois:
-Uma senhora entrou numa
sapataria e pediu um sapato com salto Luís XV, como estava apertado, pediu Luís
XVI.
Como vemos, estava
preparado o ambiente para ouvirmos “André de Sapato Novo”, clássico do Choro de
André Victor Correia, mas, como foi assinalado, anteriormente, esse domingo
pertencia, musicalmente, ao Simon Khoury. Antes, o calendário.
-Dia 28 de setembro. -
entrou o Sérgio Fortes em ação.
-Em 1871, passou a vigorar
a Lei do Ventre Livre.
-Em 1885, Jonas, uma lei
que nos interessa, a Lei dos Sexagenários. Estamos libertos.
Não era uma espécie de
Estatuto do Idoso do tempo do escravagismo, mas empolgou o Simon Khoury:
-Eu ainda chego lá.
-Em 1905, era publicada a
Teoria da Relatividade no Analen Der Physic.
Voltou-se para o titular
do programa:
-Você é assinante do Analen
Der Physic, Jonas?
Não, não era, da língua
alemã, o Jonas Vieira só fala, ou melhor, canta, a letra de Lili Marleen (Lili
Marlene), como já ouvimos num Rádio Memória de dois anos atrás.
-Em 1992, a Câmara dos
Deputados aprovava a abertura do processo de impeachment do presidente Collor.
Era o tempo, embora não
tão remoto assim, em que a Câmara dos Deputados cumpria o seu papel, mas isso é
outra história.
-Nascimentos. - bradou o
Homem-Calendário.
-Em 1901, Ed Sullivan,
escritor, ator e comunicador.
E lembrou que ele lançou
os Beatles que, segundo o crítico do Globo, Sylvio Tulio Cardoso, em crítica de
1963, o grupo não sobreviveria seis meses. Como profeta, ele foi um precursor
do Guido Mantega na economia.
-Em 1905, Max Schmeling,
boxeador que andou se atracando com Joe Louis.
Sérgio não se estendeu nos
comentários, por problema de tempo, que não é o nosso caso aqui no Biscoito
Molhado. Na primeira luta entre os dois, em 1936, ele derrotou Joe Louis e a
propaganda nazista tocou todos os clarins e bateu todos os tambores para que o
mundo se convencesse da superioridade da raça ariana. A revanche, dois anos
depois, se constituiu numa autêntica disputa política. Antes da luta, o
presidente Franklin Delano Roosevelt recebeu Joe Louis e lhe disse que os
Estados Unidos precisavam de músculos fortes. A revanche se transformou num
massacre que durou poucos minutos, Max Schmeling revelou que um golpe que
recebera doía 38 anos depois, quando o tempo esfriava. Ele nada tinha de nazista,
casara com uma judia tcheca e fugiu o quanto pôde de ser usado pela máquina de
propaganda de Hitler, mesmo na época em
que era tido como ídolo alemão, e ainda arriscou a própria vida quando
colaborava com refugiados judeus. Tornou-se amigo de Joe Louis, ajudou-o na
época em que o fisco americano depenava seu antigo adversário e até contribuiu
para custear o seu enterro em 1981. Resumindo: Max Schmeling honrou o gênero
humano.
Fechado esse parêntese,
que não podia ser pequeno, retornemos ao calendário.
-Em 1934, nascia uma amiga
do Simon, Brigitte Bardot.
Realmente, Simon Khoury só
não viajou para as festividades dos seus 80 anos, porque está com todo o seu
tempo ocupado com o lançamento do seu CD.
-Em 1987, Adriano.
-Que Adriano?... -
surpreendeu-se o Jonas Vieira.
-O jogador do Flamengo.
Deu-se um fato inusitado:
um tricolor se lembrou de um jogador rubro-negro e um flamenguista esqueceu.
-Jogou a carreira fora. -
comentou o Sérgio Fortes.
Todos concordaram e o
calendário prosseguiu com os falecimentos:
-Em 1895, morria Louis
Pasteur, um benfeitor da humanidade.
Louis Pasteur, mais
conhecido pelo populacho (usando uma expressão do Dieckmann) pelo leite
pasteurizado.
-Em 1978, falecia o Papa
João Paulo I.
Abordado, Jonas Vieira
confirmou a sua lembrança desse acontecimento.
-Ficou só um mês no papado.
- assinalaram.
Há muitas especulações
sobre essa morte, o Banco Ambrosiano, do Vaticano, se envolvera com a máfia e as
operações nas contas não eram nada católicas. Segundo o filme “O Poderoso
Chefão III”, que explorou o caso, o papa é assassinado.
-Em 1991, morria Miles
Davis.
O influente jazzista não
poderia de jeito algum deixar de ser citado.
-28 de setembro, dia de
São Venceslau, padroeiro da Bohemia.
… Mas não dos boêmios. - é
bom frisar.
-Como eu tinha anunciado o
programa de hoje é dedicado às composições do Simon Khoury – voltou a palavra
para o Jonas Vieira.
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