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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4937 Data: 01 de setembro de 2014
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CALENDÁRIO E MÚSICA NO RÁDIO MEMÓRIA
1ª PARTE
Caramba, o Rádio Memória começou e eu
estou atrapalhado com a gravação. Se ainda fosse com fita cassete, era uma
atenuante para a minha enrolação, mas não, tratava-se de um celular de
tecnologia um tanto avançada.
Não tenho a memória de Mozart que, com
14 anos de idade, ao ouvir o Miserere de Allegri, na Capela Sistina,
onde era proibido fazer anotações da missa, decorou todas as notas e as
reproduziu integralmente. Além disso, o programa não era nada católico, embora
o Simon Khoury lá não estivesse, nem o titular, o Jonas Vieira.
-Creio que é uma espécie de vingança,
porque faltei na semana anterior, então, o Jonas falta nesta.
Essas palavras acima, eu guardei na
retentiva e também as referências ao Peter, cuja voz nunca escutamos.
-No dia 31 de agosto de 1846, foi
descoberto o planeta Netuno.
Demonstrou o seu espanto com essa
descoberta no meado do século XIX e passou, se não me engano, para o primeiro
assassinato cometido por “Jack, o Estripador”, em 1888.
-Peter, “Jack, o Estripador” não teria
sido um personagem de ficção?
Talvez essa dúvida levantada pelo Sérgio
Fortes advenha do fato de o criminoso ficar impune na Inglaterra; caso ele
fosse brasileiro, não haveria anormalidade alguma.
Parece-me que o Homem-Calendário não
citou que, em 1915, na Primeira Guerra Mundial, Alemanha e Áustria dividiram a
Polônia em dois distritos: Varsóvia para os alemães e Kielce para os
austríacos. Nós, do Biscoito Molhado, fazemos esse registro para salientar que
temos mais uma amostra da repetição da história, pois, na Segunda Grande
Guerra, o mesmo aconteceu, apenas saindo os austríacos para entrarem os russos.
-Em 31 de agosto de 1951 - disse o Sérgio
Fortes em tom sonoro – surgia o primeiro long-play, LP, apresentado pela
empresa alemã Deutsche Grammophon.
Por coincidência, nas páginas
“Tecnologia”, da revista Veja, da semana passada, faz-se, ainda que de
passagem, alusão ao LP. Nelas, há duas frases que transcreveremos aqui:
”Qualquer gravação perde qualidade ao
ser transferida para os formatos que permitirão ouvi-la. Só ao vivo se percebem
todas as nuances de uma música, como os ápices e baixos de frequência e a
superposição de um instrumento a outro.”
Então, através de um gráfico cartesiano,
vemos 100% atribuído à fidelidade ao som original, 70% ao disco de vinil, 50%
ao CD, e 99% ao que há, atualmente, de gravador tecnologicamente mais avançado,
o HRA (High Resolution Audio) ou Áudio em Alta Definição.
O
regente romeno Celibidache, que odiava gravações e Herbert von Karajan pela sua
ganância fonográfica, se vivo estivesse, certamente aceitaria ouvir as suas
memoráveis gravações em HRA.
Sérgio Fortes saltou, agora, 18 anos,
para 1969 e assinalava que Costa e Silva caía doente e era afastado da Presidência
da República.
-Graças a Deus! Consegui me entender com
o celular e já posso fazer a gravação.
Intempestivamente, Sérgio Fortes anuncia
a primeira atração musical do Rádio Memória, “As rosas não falam”, de Cartola,
pelo “Choro na Feira” e pede atenção para o violoncelo.
E a música reinou soberana até a última
nota.
-Peter, esse violoncelo arrepiante é do
David Chew. Ele é extraordinário.
Em seguida, nomeou os integrantes do
grupo: Marcelo Bernardes (clarineta, sax soprano, sax tenor); Franklin da
Flauta (flauta em dó e em sol); Ignez Perdigão (cavaquinho); Clarice Magalhães
(pandeiro); Bilinho Teixeira (violão e banjo).
E acresceu:
-Todo
sábado de manhã, o “Choro na Feira” se apresenta na feira da Rua General
Glicério, em Laranjeiras. São músicos transcendentais que costumam aparecer
para dar uma canja.
E voltou ao David Chew.
-Ele é tricolor e toca na OSB distante
do rubro-negro Luzer, que é violinista, mas ao lado do violoncelista Luís Carlos
Hack, flamenguista fanático, que ensaia com a camisa do Flamengo. Há que
aturá-lo.
De novo, o Homem-Calendário:
-Em 1990, foi assinado em Berlim o
tratado que reunificou as duas Alemanhas, uma notícia que não foi boa para o
Brasil, pois eles ficaram mais fortes e deram uma lavada de 7 a 1 na gente.
E foi adiante:
-Em 1997, morria Diana, a princesa de
Gales, num acidente inexplicável. Essa história está mal contada, Peter.
Aparentemente, o motorista bebeu desesperadamente.
Embora seja afeito aos carros, juntamente
com o Dieckmann, CAT e outros, Sérgio Fortes não se referiu ao piloto de
Fórmula 1, Jean-Pierre Beltoise, que, a
pedido de uma rede de TV francesa, refez o trajeto do Mercedes da princesa no túnel
de L´Alma, local da tragédia, e declarou que só um piloto profissional,
conhecedor da pista, poderia sair ileso com a velocidade que foi imprimida pelo
motorista bebum – quase 200 quilômetros por hora.
De novo, o parceiro e substituto do
Jonas Vieira.
-Agora, um cantor em início de carreira,
com futuro bastante promissor: Frank Sinatra. A canção: Young at heart,
de Michael Buble.
Depois da música, teceu comentários
sobre a longevidade da carreira do Frank Sinatra, que durou mais de 50 anos.
-Ela não durou tanto quanto a do Tony
Bennett que, com 80 e muitos anos, ainda canta.
E com a Lady Gaga – pensei cá comigo –
um pedaço de mau caminho, como se dizia no tempo em que o Frank Sinatra
namorava a Ava Gardner.
-Hoje, o calendário será em pílulas para
deixar o redator do Biscoito Molhado tonto. - avisou um tanto tardiamente.
Tudo bem, Sérgio, você inova daí que eu
inovo daqui, as mudanças são bem vindas, principalmente nesta hora em que vamos
eleger o presidente da República.
-Em 161, da Era Cristã, nascia o
imperador Cômodo.
Sérgio passou batido pelo nascimento, em
12 d.C, do imperador Calígula, isso
deixará, certamente, a Rosa Grieco amuada, pois ela batizou um dos seus gatos
mais queridos com esse nome.
-O irmão dele devia ser o “Acomodado”.
Mark Twain escreveu que a pior forma de
humor é o trocadilho, mas quem resiste a um?... Nem mesmo Shakespeare resistia.
E continuou com as datas significativas:
-Em 1834, nascia Amilcare Ponchielli,
autor da belíssima ópera “Gioconda”, com um balé exuberante, “A Dança das
Horas”. Ponchielli é um daqueles compositores, que produziu apenas um grande
sucesso; passaram 30, 40 anos e eles não conseguiram reeditar outro êxito.
Sérgio Fortes lembrou, então, dois
conhecidos casos: Mascagni, que compôs “Cavaleria Rusticana”, na casa dos 20
anos, e nunca conseguiu triunfo igual, e Leoncavallo, que ficou conhecido
apenas pelo sucesso de “Os Palhaços”. Não foi lembrado Arrigo Boito, autor do
“Mefistófeles” (“Nerone” caiu no ostracismo), talvez porque Sérgio Fortes
considerasse os dois magistrais libretos que ele escreveu para Verdi compor
duas obras-primas: “Otello” e “Falstaff”.
-De novo, a agenda musical: Lucho
Gatica. A sua voz é sensacional, não sei se ele já passou dos 100 anos de
idade... Lucho Gatica canta uma música que eu adoro: “A Barca”, de Roberto
Camporal. Ouvi umas 50 versões, mas nenhuma supera a dele.
Sérgio Fortes não nos surpreendeu, pois
no seu programa “As Melhores Vozes do Mundo”, colocou a “Barca” do Lucho Gatica
para navegar incontáveis vezes.
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