Total de visualizações de página

quinta-feira, 26 de julho de 2012

2191 - e reuniram-se os deuses nórdicos, desceu o Valhala todo a escrever cartas


-----------------------------------------------------------------------------
O BISCOITO MOLHADO
Edição 3991                                      Data: 21 de julho de 2012
------------------------------------------------------------------------------

CARTAS DOS LEITORES

-Li a edição deste periódico sobre os 77 anos da Brigitte Bardot, quando foram transcritas algumas observações de Cícero sobre a velhice. Ora, ele cultivava a tranquilidade dos filósofos. Eu gostaria de conhecer a avaliação sobre a terceira idade daqueles que viveram paixões efervescentes antes dos cabelos embranquecerem, se é que tinham cabelos. Thor
BM: O leitor conhece o senador Bernardo Cabral que, de acordo com os mexeriqueiros, dançou, quando ministro da Justiça do governo Collor, de rosto colado o bolero Besame Mucho com a ministra da Economia Zélia Cardoso de Mello. O leitor também conhece o economista Roberto Campos, que foi esfaqueado por uma amante, fato que ele omitiu da sua formidável biografia “A Lanterna na Popa”. Conta Bernardo Cabral que conversava com Roberto Campos, quando uma atraente mulher passou pelos dois.
-Estou ficando velho. - lamentou Roberto Campos.
Bernardo Cabral narra que pousou a mão sobre o seu ombro e lhe disse:
-A velhice é o armazenamento da juventude.
Então, segundo Bernardo Cabral, Roberto Campos retrucou:
-A velhice mantém o desejo, mas perde a oportunidade.
----------------------------------
-Não nego que vibrei de contentamento quando li a declaração do Delfim Netto sobre o motivo de ele doar a sua biblioteca de mais de 250 mil livros para a Universidade de São Paulo: “A USP vai ficar, eu não”. Odin
BM: Se eu estou com o controle remoto da televisão no meu poder, zapeando os canais, eu paro sempre que aparecem o Fernando Henrique Cardoso e o Delfim Netto, apesar de um ser a antítese do outro.
Delfim Netto, quando se tornou Ministro da Agricultura do governo João Batista Figueiredo, mostrava um apetite descomunal pelo cargo do Mário Henrique Simonsen, o Ministério do Planejamento (“Meu negócio é número” - bordão do Dr. Sardinha, personagem de Jô Soares/ Max Nunes que retratava o Delfim).
Quando o mundo entrou em crise com o segundo choque do petróleo, Simonsen pensou em preparar o país para o enfrentamento com rigidez das dificuldades, mas foi atropelado pelo discurso desenvolvimentista do Delfim Netto. Simonsen saiu e o Dr. Sardinha, aplaudido pelo empresariado da FIESP, assumiu o seu cargo, O lema era: o Brasil é uma ilha de tranquilidade num mar de tormenta.
“Meu negócio é número...” Metade das importações brasileiras era constituída de petróleo. Os juros da dívida externa brasileira chegaram a 21% com a política de Paul Vocker no FED, durante o governo Reagan.
Delfim Neto, que decretara uma maxidesvalorização do cruzeiro diante do dólar em 1979, decretou outra, de igual valor, em 1981, quebrando inúmeras empresas endividadas na moeda americana. Decretou ele que a correção monetária e a inflação seriam de 40 e 45%, a inflação ultrapassou os 100%. Em 1982, o Brasil quebrou, entrando em moratória.
As grandes cidades foram tomadas pelos camelôs que ainda hoje vicejam, desempregados que procuraram sobreviver na informalidade.
Hoje, eu me impressiono com o malabarismo intelectual do Dr. Sardinha para justificar as medidas que tomou no tempo em que foi o czar da economia brasileira.
Delfim Netto, octogenário, caiu nos braços do Lula, mas a sua inteligência falou mais alto, e agora o critica no terreno econômico; recentemente, enaltece o Itamar Franco. A má vontade com o Fernando Henrique Cardoso é pétrea, afinal foi ele que geriu o Plano Real que limou a hiperinflação que tinha recebido um incentivo e tanto do Czar do tempo do Figueiredo... Delfim Netto não o perdoa por ter desfeito muito das suas lambanças.
Outro dia, ouvi o Fernando Henrique Cardoso referir-se a Delfim Netto, quando citou os grupos de acadêmicos da Universidade de São Paulo.
Não sou tão extremado quanto o Odin. Creio que Delfim Netto se redime de muitos pecados quando se propõe a doar os seus mais de 250 mil livros para quem quer estudar.
----------------------------------

A propósito do BM que tratou da origem dos táxis, Dieckmann escreveu um asterisco que aqui transcrevemos uma parte em forma de carta.
Os riquixás surgiram no Japão por volta de 1868, no início da Restauração Meiji. Eles logo se tornaram um meio de transporte popular, pelo fato de serem mais rápidos que as liteiras utilizadas anteriormente (e o trabalho humano era consideravelmente mais barato do que a utilização de cavalos).
A identidade do inventor (se houve um) permanece incerta. Algumas fontes citam o ferreiro estadunidense Albert Tolman, a quem é atribuída a invenção do riquixá por volta do ano de 1848 em Worcester (Massachusetts) para um missionário. Outros afirmam que Jonathan Scobie (ou W. Goble), um estadunidense missionário para o Japão, inventou riquixás por volta de 1869 para transportar sua esposa inválida pelas estradas de Yokohama.
Outros ainda dizem que o riquixá foi projetado por um pastor evangélico americano em 1888.  Essa hipótese certamente está incorreta, pois um artigo de 1877 de um correspondente do The New York Times declarava que o "jin-riki-sha, ou carruagem de tração humana" estava sendo popularmente utilizado, e tinha sido inventado provavelmente por um americano em 1869 ou 1870.” Dieckmann.
BM:  Meu caro Dieckmann, não quero desconsiderar a sua fonte, mas muitos “inventos”  já existiam na China e foram conhecidos por nós alguns séculos depois, talvez o riquixá seja um deles. Eis o que eu colhi em outra fonte:
“Um meio de transporte  característico da China é o riquixá, riquexó ou rickshaw que é de tração humana, em que uma carroça de duas rodas onde se acomodam uma ou duas pessoas, normalmente usada como “táxi”.
Quanto ao carrinho de mão, não resta dúvida, quase mil anos antes de os europeus o conhecerem já existia na China. Atribui-se ao general Jugo Liang , que viveu na dinastia Han, o invento.
O carrinho de mão chinês era, evidentemente, utilizado nas guerras.
------------------------------------

-Como terminou a expedição de Pedro Álvares Cabral depois de descobrir o Brasil e guerrar em Calecute? Jord
BM: Cabral se aproveitou da rivalidade entre os governantes de Cochim, onde desembarcou em 24 de dezembro de 1500 e Calecute, e fez ótimos negócios. Com as embarcações carregadas de especiarias, rumou de volta para o leste da África, onde um dos navios encalhou num banco de areia.  Como não havia mais espaço para carga em outras embarcações, a nau foi incendiada por ordem de Cabral.
 A frota fez uma parada em Moçambique, para enfrentar dias depois, a passagem pelo Cabo da Boa Esperança. A mais veloz caravela da frota partiu na frente para levar ao rei as alvíssaras da viagem, comandava-o Nicolau Coelho.  Em 22 de maio, em Bezeguiche, que se chamaria Dakar, encontraram-se com a nau de Diogo Dias, desaparecida há um ano, quando houve uma tenebrosa tempestade. Nela se encontravam apenas sete homens esfarrapados, um deles morreu de emoção ao ver os companheiros.
A nau capitânia, que partiu em 9 de março de 1500,  chegou a Portugal em 21 de julho de 1501; Nicolau Coelho desembarcara em 23 de junho desse ano.  Ao todo, dois navios voltaram vazios, cinco estavam plenamente carregados e seis foram perdidos.
Após as especiarias serem vendidas, as receitas cobriram os custos de equipamento e dos navios perdidos. A frota gerou lucros de até 800% para a Coroa Portuguesa.



Nenhum comentário:

Postar um comentário