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terça-feira, 10 de julho de 2012

2180 - diga-me com quem andas


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O BISCOITO MOLHADO
Edição 3980                                              Data: 03 de julho de 2012
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CARTAS DOS LEITORES

“A Rosa Grieco enviou mais estrofes de seis versos, inspirados no Elio? Sou grande admirador desses versos. Roberto Dieckmann.
BM: Dieckmann, pelos seus bons serviços prestados, aqui vai um poema da Rosa saído do forno.
A sua pulcritude é um espanto,
Por isso pego minha lira e o canto.
Descendente da tribo de Israel
Tudo merece da terra e do céu.
Lembrando-o suspiro  tanto ai,
Que subiria por ele o Sinai. 

“Assisti a final da Eurocopa ora na TV Globo, ora na TV Bandeirantes. No intervalo do 1º para o 2º tempo, eu sintonizava o canal 4, quando o apresentador Escobar perguntou aos especialistas Arnaldo César Coelho, Caio, Casa Grande e Júnior a que velocidade chegou o atacante Jordi Alba, quando recebeu o passe do Xavi, para marcar o segundo gol da Espanha. Nesse momento, faltou luz no meu bairro, e fiquei sem saber a resposta certa. Será que vocês, do Biscoito Molhado, também assistiam a essa cena e podem esclarecer essa dúvida que ficou comigo? Torres
BM: Caro amigo, a luz faltou no seu bairro e na mente do ex-árbitro de futebol, Arnaldo César Coelho, pois ele respondeu 80 km/h. Surpreendido com essa resposta, o Escobar retrucou: “A essa velocidade, Arnaldo, nem The Flash”.
Segundo os estudiosos, a velocidade do voo de um pombo-correio é 70 km/h. Com a média horária concebida pelo Arnaldo César Coelho, um atleta correria a maratona em pouco mais de meia hora.
O espanhol Jordi Alba alcançou, na realidade, a rapidez de 35 km por hora quando alcançou a bola e a chutou para dentro do gol da Itália.
 
“O Biscoito Molhado sabe que o Sérgio Fortes está apresentando um programa na Rádio MEC sobre a Orquestra Sinfônica Brasileira, aos domingos, às dezesseis horas? Luiz Carlos
BM: Claro que sabemos. Ouvimos, na última semana, a Quinta Sinfonia de Dimitri Shostakovitch. O convidado do nosso amigo discorreu sobre muitos fatos da vida do compositor e da situação política da União Soviética, por volta de 1937, que desconhecíamos. Pena que não houve tempo para se assinalar que essa composição realça sobremaneira as cenas do filme “O Encouraçado Potemkim”, que não podemos dissociar o filme da música. “O Encouraçado Potemkim” é considerado, há décadas, um dos dez maiores filmes de todos os tempos.


“Sei cinco ou seis obras do Lawrence além da peritatética correspondência. O livro que lhe remeto me deixou abismada com a ferocidade que demonstra em relação aos americanos e às mulheres urbe et orbe. Tuberculose causa mau humor?   (…) Voltando ao tuberculino: baixou o sarrafo (aprendi há pouco essa expressão) até no pobre Benjamin Franklin devidamente esfolado e assado no espeto. “ R
BM: Rosa se refere ao livro que me deu de aniversário “Literatura Clássica Americana”, de D.H. Lawrwnce.  O escritor inglês, como indica a Rosa, inicia a sua escrita desancando um dos pais da independência americana, Benjamin Franklin. Escreve que ele elaborou uma lista de virtudes para uso próprio, “depois mandou-as trotar em seu cercadinho como um cavalo velho no potreiro.”  O autor de “O Amante de Lady Chatterley”, em seguida, reproduz a mencionada lista e faz as sua considerações. Em certo momento, o escritor se assemelha a um personagem de Dostoievsky e diz: “Eu sou um animal moral. Mas não sou uma máquina moral. Não funciono a partir de um conjuntinho de manivelas e alavancas. O teclado temperança-silêncio-ordem-determinação-frugalidade-industriosidade-sinceridade-justiça-moderação-asseio-tranquilidade-castidade-humildade (itens da lista de virtudes) não vai me botar em movimento. Eu não sou, em absoluto, uma pianola com Benjamin Franklin tirando melodias de mim. Eis o meu credo, antagônico ao de Benjamin. É nisto que acredito.”
Detendo-se ainda nas críticas a Benjamin Franklin e seus ideais, o escritor inglês  delira em certo momento:
“Eis o que aconteceu com Benjamin ao extrair dinheiro da Corte de França. Ele estava dando os primeiros passos no sentido de derrubar a Europa inteira, França inclusive.”
E prossegue:
“Eis sua oportunidade, Europa. Invista com tudo e reconquiste o que é seu, reme sua própria canoa num novo mar, enquanto a esperta América se espoja nos montes de esterco do seu ouro, estrangulada por seu próprio arame farpado de ideais e moralismo baseados em não-deverás. Enquanto ela sai para trabalhar como milhões de esquilos em milhões de gaiolas. Produção! Vá com tudo e recupere o que é seu, Europa!”
D.H. Lawrence morreu em 1930, poucos anos antes da ascensão de Hitler ao poder, não viu, portanto, a América salvar a Europa na Segunda Grande Guerra Mundial.

“Li a visita que o professor Maurício Campos de Medeiros lhe fez e fiquei impressionado com as suas façanhas no campo da Medicina. - Evandro Ecológico
BM: E eu não contei tudo, caro amigo. Eu não disse, por exemplo, que Maurício de Medeiros, na Faculdade de Medicina da Universidade do Brasil, trouxe Danilo Perestrello para dar um curso centrado na Psicanálise, quando o método desenvolvido por Sigmund Freud ainda era pouco conhecido.
Participou também de campanhas educativas anti-alcoolismo, identificando o álcool como um dos principais motivadores da criminalidade.

“Fiquei indignada quando soube que Marco Antônio mandou cortar as mãos de Cícero, depois de assassinado e as pregar na entrada do Senado de Roma. E eu que tanto o admirava depois que assisti Richard Burton vivendo o seu papel no filme Cleópatra... Um monstro!” - Rita
BM:  Indigne-mais, Rita, pois segundo Dão Cássio e não o historiador Plutarco, como muitos pensam, a mulher do Marco Antônio, Fúlvia,  foi também cruel. Irada por causa dos discursos de Cícero contra a perfídia e devassidão do seu consorte, ela pegou a cabeça de Cícero, arrancou-lhe a língua e trespassou-a com seu gancho de cabelo, vingando-se da sua força oratória.

“Uma simples sugestão seria explorar também o relacionamento entre Cícero e Spartacus.” - Elio Fischberg.
BM : Elio se reporta à visita que o grande Cícero da época de César nos fez em Del Castilho.
Como sabem os que viram o filme de Stanley Kubrick, com o roteiro de Dalton Trumbo, que caíra em desgraça com o macartismo nos Estados Unidos, Spartacus comandou uma revolta de 150 mil gladiadores e escravos, no sul da Itália.  Eles venceram os soldados romanos em várias batalhas; desceram mais para o sul e negociaram com os piratas com o objetivo de tomar toda a Sicília.
Não se negocia com piratas; eles fugiram com o dinheiro e a rebelião capitaneada por Spartacus sofreu um duríssimo golpe. O pretor Crasso, enviado por Roma para esmagar os rebeldes, obteve êxito ao encontrar Spartacus e seus combatentes em campo aberto. Porém, Pompeu, que regressava da Espanha, chegou ao teatro da batalha e recebeu a glória de pôr fim às pretensões adversárias.
Cícero, enquanto isso, advogava na Sicília. Tornou-se ídolo popular por expor, com a sua brilhante retórica, a corrupção que o governador Verres cometia contra a população siciliana. Sem apoio, Verres foge para Marselha.


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