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segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

2531 - Durma-se com um barulho desses



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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4331                        Data: 19 de dezembro  de 2013
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PERGUNTAS AOS LEITORES FIÉIS E BISSEXTOS (*)

AO DIECKMANN (**)

-"Minha vida como parlamentar, em Brasília, ensinou-me que, na capital do país, cada indivíduo é um crachá falante, classificado de acordo com sua categoria funcional. Não é uma sociedade de classes. É uma sociedade de crachás. Quem perdeu o crachá, perdeu a alma.”
“De há muito, também, me foi pendurado um crachá – o de direitista – com a definição implícita de conservador antropofágico, advogado da cristalização das injustiças sociais do chamado capitalismo selvagem. Sofri um longo processo de condenação ideológica, com escasso direito de defesa”.
Dieckmann, lembrei-me imediatamente de você quando li esses dois parágrafos acima de um artigo do Roberto Campos, publicado em 12  de fevereiro de 1992. Isso porque você vivia se queixando do crachá que a Petrobras o obrigava a pendurar no pescoço; até pensou num jornalzinho de sátiras que chamaria de CRACHATO.  Infelizmente, o pasquim não apareceu até hoje, como a autonomia do Brasil em petróleo, tão alardeada pelo então Presidente Lula.
Pergunto: você já se acostumou ao crachá da Petrobras?

AO JONAS VIEIRA (***)

Jonas Vieira, mais de uma vez, expressou, no seu programa dominical da Rádio Roquette Pinto, a sua insatisfação com o erro que cometemos, numa edição pretérita do Biscoito Molhado, trocando o seu nome pelo do pastor Jonas Rezende. Confesso que, caso o meu nome fosse trocado pelo de um pastor, eu também ficaria furioso, a não ser que esse pastor fosse o Rin Tin Tin.
Agora, Jonas Vieira, que você chamou o Sergio Fortes de Sérgio Mandela, deve entender mais ainda que o meu equívoco não teve intenções sarcásticas, que isso acontece nas melhores famílias.
Isso posto, eu lhe pergunto: você já me desculpou pelo lamentável engano?

AO SIMON KHOURY (4*)

Em recente crônica, o Arnaldo Jabor escreveu que a Ava Gardner quebrou os móveis e utensílios do quarto em que se hospedara, no Hotel Glória, porque o sujeito que ela levou para a cama, um famoso cantor, broxou. O escritor e cineasta não citou o nome do santo, impotente, diga-se de passagem. Simon, como você conhece como ninguém os bastidores do teatro, rádio e televisão, pergunto: quem foi?

AO RATINHO (5*)

Num programa Rádio Memória, em que estiveram o Jonas Vieira, o Sergio Fortes e o Dieckmann, esses dois últimos se referiram ao seu colega, desde a época infanto-juvenil, Ratinho, que o Dieckmann também chama carinhosamente de Rato Feroz.  Foi dito que ele conhece como ninguém a vida e as composições de Noel Rosa, o que convenceu o Jonas Vieira a abrir as portas para ele, Ratinho ou Rato Feroz, participar de um programa apenas sobre o filósofo do samba.
Posteriormente, numa troca de mensagens eletrônicas com seus colegas, Rato Feroz aludiu ao antológico samba de Noel Rosa, em que o jogador Russinho, que brilhou no Vasco de 1924 a 1934, é mencionado. E, assim, fiquei sabendo pelo Sergio Fortes que o craque dos campos de futebol é pai da soprano de legendárias temporadas líricas no Teatro Municipal, Glória Queiroz.
Voltando ao Ratinho, pergunto: quando você irá brindar os ouvintes do Rádio Memória com Noel Rosa?

AO SERGIO FORTES (6*)

Quando você foi ao Rio Grande do Sul em busca de uma cerveja que o Dieckmann lhe indicou, a crônica do Fernando Milfond sobre a Teoria da Relatividade foi lida pelo José Maurício, no programa em que você participa, . Era inevitável que se fizesse referência à equação de Einstein que redundou no surgimento da bomba atômica: energia é igual à massa multiplicada pela velocidade da luz elevada ao quadrado.
Logo que a crônica foi encerrada, Dieckmann declarou ao público ouvinte que o Sergio Fortes conhecia uma excelente piada sobre a bomba atômica, mas que só ele sabe contá-la.
Isso posto, pergunto: Sérgio, quando você matará a nossa curiosidade contando essa piada da bomba atômica?

À ROSA GRIECO (7*)

Rosa, você é afeita à leitura desde os quatro anos de idade e subia no abieiro do quintal da sua casa-biblioteca, na Rua Aristides Caire 86 - hoje uma padaria - sempre que o seu pai pretendia exibir os seus dotes de leitora aos seus pares do mundo literário.
Passados quase setenta e oito anos, eu lhe pergunto: você já ficou, nesse longo tempo, pelo menos um dia sem ler menos de dez páginas de um livro?

AO ELIO (8*)
Elio, você tem viajado pelo tempo com o redator do Biscoito Molhado fazendo a reportagem de acontecimentos históricos. Assim, você já esteve no grande incêndio de Londres, em 1666; na vinda da corte portuguesa para o Brasil com a chegada da tropa napoleônica; no último baile na Ilha Fiscal, na Revolta da Vacina, na Revolta do Vintém, na Revolução dos Bolcheviques; etc, etc.
Como são incontáveis os acontecimentos dignos de registro na história da humanidade, eu lhe pergunto, Elio: qual deles você gostaria de ir para mais uma reportagem?

AO FERNANDO HENRIQUE CARDOSO (9*)
Presidente, apesar de eu achar que o Roberto Campos sempre esteve certo quando vocês dois, senadores, polemizavam, tornei-me seu admirador depois que, Ministro da Fazenda e chefe da nação, você juntou uma equipe de notáveis (Pérsio Arida, André Lara Rezende, Pedro Malan, Armínio Fraga, e outros) e conseguiu dar um fim à hiperinflação e preparar o país para crescer.
Na Presidência da República, você confessou que era “amarrete”, explicando que era uma palavra que aprendeu no Chile, no seu autoexílio, que significa sovina, avarento, pão duro.
Recentemente, desenterraram o presidente João Goulart, sob a alegação que fora envenenado, com tal pompa e circunstância, em Brasília, que uniu todos os que presidiram o Brasil junto à Dilma. Você não foi e eu aplaudi.
Pouco depois, são convocados de novo, pela Dilma ,todos os ex-presidentes para o funeral do Nélson Mandela na África do Sul. Na França, o presidente François Hollande  chamou o seu antecessor Nicolas Sarkozy, para o mesmo evento, no avião presidencial, mas ele declinou o convite e preferiu viajar para a África do Sul num avião comercial.
Fernando Henrique Cardoso, eu lhe pergunto: você foi ao funeral do Mandela no avião da Dilma, com ela, Sarney e Collor, por que é “amarrete”?

AO TINOCO (10*)
Tinoco, você continua sendo o fã nº 1 do playboy Porfírio Rubirosa?

(*) O Distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO acionou todos os perguntados e divulga aqui a resposta de cada um:

(**) Dieckmann: o crachá surgiu na Petrobras, nos anos 80. Antes, qualquer cidadão podia entrar e sair das dependências da empresa, o que, sem dúvida, dava margem a hordas de vendedores pululando pelos andares do prédio da Avenida Chile, como faziam, também, em tudo quanto é prédio da cidade. Como era o tempo dos militares, eles baixaram o AI 5 na Petrobras e impuseram o crachá, obrigando a pessoa ser entrevistada por um centro de triagem, na recepção. Isso, obviamente, é uma agressão à livre circulação das pessoas e, como é comum no Brasil, muitos pagam pelo abuso de uns poucos. Claro que seria possível imaginar uma solução mais civilizada; no Uruguay (com y) qualquer pessoa entra em qualquer lugar, basta perguntar onde é a sala. Bom, o Uruguay é civilizado.

(***) Prezado Farináceo (foi o Dieckmann que me avisou que você gosta desse vocativo):
Eu já ia me desculpando (fora do ar) com o Sérgio Franco, mas ele me impediu, já que o Mandela teve uma vida sexual exemplar e que ele, Sergio Godinho, quer dizer, gordinho, tudo faria para imitá-lo. Foi uma troca bem avaliada.

(4*) Nem que a vaca tossisse eu revelaria que quem protagonizou a tocante cena não foi cantor coisa nenhuma e sim, o tradutor dela, cujo nome não me lembro, mas sei que tem um programa de rádio aos domingos na Roquette Pinto.

(5*) Biscoito, já marquei a passagem para o próximo inverno aqui de Porto Alegre. Como muitos sabem, eu sofro horrores com frio dos pampas, que só é agradável para aqueles machos gaúchos. Vou para o Rio e me hospedarei durante todo o inverno na casa do Comendattore Elio – nem pensar em passar na porta da Triumpho 30, onde mora aquele troglodita, aliás, ô Farinha, tu sabes que o apelido do Dieckmann é Troglô? e onde faz tanto frio quanto no Rio Grande, e isso seria trocar 6 por meia dúzia. Ou seria o contrário?

(6*) Claro que conto, Biscoito; isso remonta aos tempos de faculdade, quando um colega nosso, pouco conhecido pelos dotes de coragem, respondeu que eu só poderei contar a piada na próxima edição do Radio Memória, o que farei com prazer.

(7*) Jamais pensei em participar de uma enquete em que a insolência prevalecesse sobre a diplomacia, afinal iniciar uma pergunta revelando as décadas passadas por uma interlocutora é crime de lesa-amizade eterna. Ademais, ler, ou não ler 10 páginas é uma informação tão irrelevante, que seus leitores com certeza prejulgar-me-ão tão provecta e presunçosa quanto a Revista do Radio. Por favor, outra pergunta.

(8*) Fácil, colega de voo, eu gostaria de estar na pele de Adão com um tacape na mão, no momento em que a Eva fosse pegar a maçã. Isso sim, seria uma pequena tacapada e um grande passo para a Humanidade, mais importante que andar na Lua.

(9*) Meu amigo das bolachas, eu o chamo assim, porque recebi a sua pergunta das mãos da Carolina Dieckmann, aquela deusa que é vizinha de meu filho, em São Conrado. Só isso já me faria eterno devedor de seu importante pasquim, que passarei a seguir pelo blog implantado pelo Sr. Divulgador, que é como se proclama o progenitor da Carolina; diga-se, de passagem, a Carolina é meu único elo de concordância com o Jorge Moreno, do Nhém-nhén-nhén e isso nos traz momentos de muita alegria. Quanto à sua pergunta, meu caro jornalista, eu digo que os acontecimentos é que merecem a minha presença e não os circunvizinhantes. Nada tenho contra as pessoas que presidiram o Brasil, antes ou depois de mim, apenas não quis compartilhar do antifuneral do Jango, que, não foi envenenado com pompa e circunstância, aliás, nem envenenado foi. Tratava-se da exploração política de um fato talvez policial e eu achei que não deveria emprestar qualquer simpatia a esse episódio. Continue perguntando, caro amigo, o prazer é meu em desfrutar da companhia de seus leitores.

(10*) Claro, tento me comparar a ele sempre, embora no espelho eu verifique que jamais chegarei a tanto.


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