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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4058 Data: 06 de
novembro de 2012
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CARTAS DOS LEITORES
-Você deveria escrever sobre os
malefícios do fumo, quando se referiu à morte do João Saldanha por
enfisema no BM 2250. Elio Fischberg
BM – Ora, meu caro Elio, o Biscoito Molhado não é uma
publicação do Ministério da Saúde.
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-Lendo a edição da visita que o
compositor Verdi lhe fez, fiquei surpresa com o caso extraconjugal dele na
ocasião do projeto de um Réquiem em louvor a Rossini, que foi abortado. Houve
mesmo esse romance? - Poliana.
BM: Houve, Poliana. O maestro Angelo Mariani, que iria reger esse
Réquiem, era amigo de longa data de Giuseppe Verdi. Ele iria se casar com o
soprano Teresa Stolz, mas ela desfez o compromisso. Como a amizade entre o
maestro e o compositor foi rompida, surgiram especulações que os dois tiveram
um romance (*). O curioso é que Wagner, o grande “rival” de Verdi, já casado,
tirou do seu grande amigo, o maestro Hans von Bullow, a esposa Cosima Liszt.
Verdi, casado com Giuseppina Srepponi, não chegou a tanto.
Dois anos depois, Verdi compôs a ópera
Aída para Teresa Stolz ser a protagonista. Ela não participou da première mundial
no Cairo, mas foi a Aída da estreia europeia.
Depois que Giuseppina Strepponi morreu, houve rumores
que Verdi e e Teresa Stolz estreitaram a amizade até a morte.
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-Da próxima vez, pergunte a eles qual
era o nome do professor de violino do Bolinha. E pergunte ao Claudio qual o
nome do frevo que ele colocou para tocar, a fim de que possa tentar dizer quem
é o autor.
E salve o Juraci, que salvou o Luca, que
salvou o judeu que o empregava. Abraços. Elio Fischberg
BM: Elio nos envia mais uma carta, dessa vez ele se
reporta ao Biscoito Molhado referente à discussão sobre o parentesco entre as
bruxas Memeia e Alceia, das histórias que a Luluzinha contava para o Alvinho, e
da sabatina do Claudio com a identificação de compositores de frevos.
No que diz respeito ao professor do
Bolinha, que eu penso se chamar Léo, vou perguntar ao meu irmão Lopo, que
participou desse Sabadoido. Lembro-me, perfeitamente, do horror que o professor
sentia quando o menino gordinho atacava as cordas do violino com o arco. Ele
não tinha vocação alguma para se tornar um Itzhak Perlman.
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-Sou petista de carteirinha e mantenho
na lapela da minha camisa a estrelinha do partido. Devido à minha fidelidade ao
PT, encarregaram-me de uma missão: participar da força-tarefa que impediria o
Maluf de se aproximar do Fernando Haddad no palanque da festa da vitória.
Confesso que não me saí muito bem, se não fossem os outros participantes da
força-tarefa, bem mais altos do que eu, a missão seria um fracasso. SN
BM: SN, eu o vi em dois ou três
almoços no restaurante Jirau, anos atrás e depois, nunca mais. Então, a sua
missão era impedir que o Paulo Maluf posasse de papagaio de pirata do Fernando
Haddad? Ora, você com os demais participantes da força-tarefa, chegaram tarde;
a porcaria já estava feita quando o Lula celebrou aquele acordo na casa do
político procurado pela Interpol. Ali, sim, deveria acontecer a operação
tapa-Maluf.
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Saiu no Biscoito Molhado que o autor era
o Adriano Correia de Oliveira, mas não é o fadista, não. Consegui me lembrar do
Antonio Correia de Oliveira e da poesia completa.
O negócio ´é o seguinte:
Caminhos do vale em monte,
Caminhos do monte em serra,
Como vos sei passo a passo,
Caminhos da minha terra.
Como eu vos amo e conheço
Caminhos dos pinherais,
Onde hão de vir os meus filhos,
Por ondam andaram meus pais.
R
BM: Rosa, incidimos em erro porque você abreviou o
primeiro nome, escrevendo A. Correia de Oliveira. Como o fadista goza de mais
popularidade do que o poeta Antonio Correia de Oliveira, surgiram na nossa
pesquisa apenas os feitos do cantor e compositor de fados. Mais tarde, mesmo
sabendo o nome correto ao autor, não encontramos os versos acima por mais que
exigíssimos do Google.
Felizmente a sua portentosa memória a
ajudou, depois de ratear, e nós fomos brindados com essa linda poesia.
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-Os práticos, flanelinhas de navios
mercantes, recebem mais de 100 mil reais por mês. É um absurdo. Z
BM: Meu caro Z, a praticagem é um dos itens do custo
portuário. Na época em que o redator do Biscoito Molhado trabalhava com
reajuste geral de fretes (alguns pasquins foram editados, eram o embrião deste
periódico), tinha acesso à planilha de custos dos armadores das Conferências de
Fretes. Viu-se, então, que o custo portuário ficava por volta de 5% do total.
Como há os subitens das despesas portuárias: rebocadores, praticagem, aluguel
de lancha, farol, podemos concluir que a praticagem participava com mais ou
menos 1% dos gastos totais do armador, refletindo muito pouco no aumento do
frete.
Mas isso foi de 1979 a 1986, quando os
“flanelinhas” de navios mercantes, penso, não ganhavam tanto.
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-O crítico de Artes Plásticas do
Biscoito Molhado já foi ver as obras-primas do Museu d´Orsay, que está em
exposição no Rio de Janeiro? Eliseu Visconti.
BM: Você está me devendo uma visita, Eliseu Visconti.
Quanto ao nosso crítico, ainda não foi ver as obras dos grandes
impressionistas. Ele teme morrer sob o impacto da beleza, como aconteceu com o
escritor Bergotte, personagem do Em Busca do Tempo Perdido, que, numa
exposição de arte holandesa, em Paris, morreu diante de um quadro de Johannes
Vermeer.
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-Aconselho a assistirem ao vídeo que
enviei com a Gina Lollobrigida, Claudia Cardinale e Sofia Loren. São nove
minutos de beleza e bom cinema. Elio Fishberg.
BM: Mais uma carta do Elio, não fosse ele o Causídico Verborrágico.
Eu assistia, nos anos 60, na TV
Excelsior, “Cinema de Arte”, que fechava a programação do dia. Foi, então, que eu vi “A Moça da Valise” com
uma mulher belíssima, Claudia Cardinale.
Ficou na minha memória a paixão que um rapaz sentia por ela, o que o
levava a ouvir a ária de tenor “Celeste Aída”, de Verdi, porque o seu nome era
Aída. Muitos anos depois, soube que o filme era de 1961, que a Aída foi
seduzida por um playboy. O rapaz que se apaixonou pela Aída era irmão desse
sedutor e tinha 16 anos de idade.
Claudia Cardinale também me marcou no
papel de musa no filme Fellini 8 ½; e em outros filmes, como “O Leopardo” de
Visconti, “Era uma vez no oeste” de Sergio Leone e outros.
Recentemente, ela esteve no Brasil e
concedeu uma longa entrevista que justifica a admiração dos seus fãs. Está com
73 anos de idade assumindo as rugas deixadas pelo tempo. Disse a musa: “Eu não
faço lifting porque, de outra forma, você olha para si mesmo no espelho
e não se reconhece mais.”
Em outra ocasião, falarei da Sofia Loren
e da Gina Lollobrigida.
(*) Esse
redator do seu O BISCOITO MOLHADO é terrível. Numa só frase, consegue especular
sobre casos extraconjugais sem declinar se eram do mesmo sexo, ou não. Não há
como combinar 3 nomes, de dois sexos diferentes, com um caso extraconjugal, sem esbarrar na possibilidade homossexual.
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