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sexta-feira, 19 de dezembro de 2014

2755 - 14 de dezembro ainda não é rua


           

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 5005                                      Data: 17  de  dezembro de 2014

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RÁDIO MEMÓRIA CHEGANDO AO FIM DO ANO

 

-Muitíssimo bom-dia.

Como esta expressão já foi patenteada pelo Jonas Vieira e ninguém quer correr o risco de lhe pagar direitos autorais, não há necessidade de identificarmos quem fez essa saudação.

-Podemos afirmar que o ano acabou. - disse o Sérgio Fortes.

-Desde fevereiro que estamos dizendo que o ano acabou; agora, não tem mais jeito.

Ouvi os dois, mas não iludi os cachorros da vizinhança, que têm uma audição cinco vezes maior do que a nossa, nem os gatos e as pessoas de gosto refinado; o tenebroso foguetório do reveillon ainda vem por aí. Por muito menor estrondo, o filósofo Schopenhauer, do século XIX, cunhou a seguinte frase: “A soma de barulho que uma pessoa pode suportar está na razão inversa de sua capacidade mental.”

-Jonas, vamos ao calendário.

-Vamos lá.

-Dia 14 de dezembro. Em 1939, a União Soviética é expulsa da Liga Das Nações pela sua agressão à Finlândia.

-Voltou-se para o Jonas Vieira.

-A História se repete.

-O tempo todo. -concordou.

-É um ciclo.

Com o pensamento na Ucrânia, de hoje, acrescentou:

-Vou usar uma expressão moderníssima: a União Soviética é useira e vezeira em agressões.

 -Um povo tão inteligente... A literatura russa, a música, os enxadristas... abismou-se o Jonas Vieira.

-De vez em quando surge lá um Putin. - citou o seu companheiro de apresentação de programa esse nome dissonante.

E seguiu com o calendário:

-Em 1911, o Polo Sul é alcançado pela primeira vez pelo explorador Roald Amundsen. Jonas, ele não parou com as estripulias e, em 1928, saiu em busca do dirigível Itália e desapareceu também.

-Igual ao Ulysses.

Apesar de o Ulysses dado a aventuras mil seja o de Homero, o Jonas Vieira se referia, certamente, ao político, pois aquele não andava de aeronave e Penélope não o esperou por anos e anos o seu retorno em vão.

-Em 1998, houve o referendo no qual os habitantes de Porto Rico decidiram manter o estatuto de Estado Livre Associado dos Estados Unidos.

-”I like to be in America.”

-Nós sabemos, Jonas.

-Falo da música de Leonard Bernstein que os porto-riquenhos cantam no “West Side Story”.

-Jonas, é o musical preferido do Carlos do Biscoito Molhado.

-O meu também.

- Nascimentos. Jonas. Em 1503, nascia uma figura a que você é ligado: Nostradamus, astrólogo e matemático francês. Chamava-se Michel de Nostradame.

-Sérgio, esse cara vaticinou muita coisa certa. Em uma das suas centúrias, ele fala que este é o último papa.

-É mesmo?!...

-E que vai haver uma série de colisões de astros contra a terra. O fim do mundo.

Fui conduzido, por essas palavras, à minha escola primária, agosto de 1958, quando, na hora do recreio, correu o boato que, às 3 horas da tarde, o mundo iria acabar. Na verdade, estávamos ainda assustados com as explosões nos paióis do Exército, em Deodoro, que ecoaram por dezenas e dezenas de quilômetros.

Sérgio Fortes trouxe de volta a costumeira descontração do Rádio Memória com um pergunta:

-Será que Nostradamus previu que a Unimed deixaria o Fluminense?

-Um terror. - entrou logo o titular do Rádio Memória no clima de descontração usual do programa.

Jonas Vieira, justiça seja feita pelo Biscoito Molhado, não é daqueles místicos fanáticos, tem bom coração: perdoou o Dieckmann, por ter escolhido uma gravação de Lady Gaga, convidando-o para outros Rádio Memória, e a nós que, por erro de imprensa, o chamamos de Jonas Rezende. Mas voltemos ao Homem-Calendário.

-Em 1895, nascia o Rei George VI, aquele que tinha problema de gagueira. O pai da Rainha Elizabeth e da Princesa Margareth.

Se citasse o filme “O Discurso do Rei”, talvez todos identificassem George VI, que assumiu o trono porque  seu irmão, Eduardo VIII, enrabichado por uma americana divorciada, renunciou.

-Em 1933, a grande atriz Eva Wilma.

-A minha preferida. - afirmou o Jonas Vieira.

-Em 1947...

O Homem-Calendário titubeou nesse momento.

-Acho que vou pular essa, Jonas?

-Quem nasceu? - despertou a curiosidade do parceiro.

-Dilma Rousseff.

-É melhor pular mesmo, Sérgio.

-Em 1952, Pedro Collor de Mello, também conhecido como “O Cunhado”. Ele arranjou muita confusão.

Aqui, o subconsciente do nosso amigo veio à tona, ele falou no irmão do ex-presidente do Brasil, com a cabeça na Thereza Collor de Mello, “a cunhada”. Mas quem não pensaria nela, de estonteante beleza, na época das delações que derrubaram o Fernando Collor de Mello do poder?... Parodiando o Jonas Vieira, a minha cunhada preferida.

-Falecimentos. - virou a página do calendário.

-Em 1799, uma figuraça, George Washington, o primeiro presidente dos Estados Unidos da América.

Uma grande figura histórica, de fato; tinha o Exército nas mãos, mas, em vez de se tornar o ditador que Napoleão viria ser, lutou pele consolidação da democracia depois de ela sumir, dois mil anos atrás, na Atenas de Péricles.

-Em 1861, Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, marido da Rainha Vitória, príncipe consorte do Reino Unido.

Os dois apresentadores do Rádio Memória não resistiram ao trocadilho consorte sem sorte. Com a cabeça ainda na Thereza Collor de Mello, Sérgio Fortes arrasou com a beleza de Sua Majestade. Dos 21 até os 42  anos de idade, quando o príncipe consorte faleceu, a Rainha Vitória não era feia, o problema veio na terceira idade.

 -Em 1966, morria Rubem Bertha, o primeiro funcionário e presidente da Varig. Imagine, Jonas, se ele tivesse testemunhado esta derrocada da VARIG.

-Há uma coisa, foi a VARIG que pressionou para acabar com a Panair do Brasil. -registrou o Jonas Vieira.

 Um adendo: a Panair do Brasil era um dos maiores orgulhos dos brasileiros, e a sua cassação, em 1965, foi uma das medidas mais violentas da ditadura militar.

-Em 2006, falecia Sivuca, grande músico.

-Em 2013, falecia o ator irlandês Peter O' Toole.

Chegava, agora, a parte final do calendário,

-14 de dezembro é o Dia de São João da Cruz. Dia do Ministério Público.

-A turma do Ministério Público está com a corda toda. - comentou o Jonas Vieira.

-Todo o mundo que pintou e bordou o Ministério Público está pegando.

-Estou vendo em que país eu me exilo. - divertiu-se o Jonas Vieira.

-Alguma nós fizemos...

-Usaram o meu nome em vão.

Com a corrupção que afunda o nosso país, só restou mesmo às pessoas honestas o humor.

 

 

 

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