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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4996 Data: 02 de dezembro de 2014
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RÁDIO MEMÓRIA DIA 30 DE NOVEMBRO
-Os ouvintes do Rádio Memória
estranharão, certamente, que datas e comentários, que aqui estão publicados,
não foram ouvidos na Rádio Roquette Pinto, esclarecemos que o programa é
editado, que cortes são feitos devido à premência do tempo, mas, como o
Biscoito Molhado não tem esse problema, o leitor lerá também o que não foi
ouvido.
-Jonas, em 30 de dezembro de 1016,
morria o Rei Edmundo II da Inglaterra, o Animal.
-Ele era um perigo dentro e fora de
campo, Sérgio.
-Ainda bem que, em 1016, o automóvel
ainda não tinha sido inventado, senão, o estrago seria maior, Jonas.
Prontamente, Jonas Vieira notou que
havia algo estranho.
-Vai começar o calendário pelos
falecimentos?
-Então, vamos para os eventos
históricos.
-Em 1783, os Estados Unidos e a Grã
Bretanha assinaram o Tratado de Paris, pondo fim a Guerra Revolucionária
norte-americana.
-Escolheram bem o lugar da assinatura
do tratado, não acha, Jonas.
-Eles, como os socialistas brasileiros,
preferem Paris.
-Em 1803, encerrava-se a administração
francesa no território da Louisiana.
-Napoleão vendeu a Louisiana para os
Estados Unidos, está dizendo o Peter. - informou o Sérgio Fortes.
-Os Estados Unidos também compraram o
Alasca da Rússia. Que negoção! O negócio dos Estados Unidos são os negócios já
dizia o presidente Calvin Coolidge.
Jonas Vieira não poderia deixar de
fazer a citação acima na língua em que é professor: “The business of the United
States is business.”
-Em 1807, o exército francês, comandado
por Junot, invadiu Lisboa e ocupou a presidência do conselho de Governo. Então,
Dom João VI veio para o Brasil...
-E aí começa o Brasil de fato. - adicionou o Jonas Vieira.
-Exatamente. - ratificou o Sérgio.
-Em 1838, após a ocupação francesa de
Vera Cruz, o México declarou guerra à França. O conflito ficou conhecido com a
Guerra dos Pastéis.
Voltou-se para o Jonas Vieira.
-Bem diferente da nossa guerra com os
passarinhos, no bar da General Glicério, que querem bicar nossos pastéis.
-Lembra a Guerra da Lagosta, Sérgio?
-Sei... sei... sei...
-Foi no governo do João Goulart, os
franceses estavam pescando lagostas nas costas brasileiras... Aquela história
de o Brasil não ser um país sério?... Mas não foi o De Gaulle quem disse isso,
ele estava preocupado com coisas mais importantes.
-Parece que a frase é do nosso
embaixador, na França, Jonas. O Peter está dizendo que é, então, é.
-Adiante: em 1872, houve o primeiro
jogo amistoso entre Inglaterra e Escócia. Placar 0 x 0. Jonas, deve ter sido
uma pelada...
-Até Jó perdeu a paciência e se retirou
das arquibancadas. - pilheriou o titular do programa.
Talvez, eles estejam certos, mas jogo
amistoso, nunca. Todas as partidas entre Inglaterra e Escócia terminavam em
batalha campal, com a cavalaria distribuindo bordoadas – lembrava sempre o João
Saldanha quando se falava em partidas de futebol violentas.
-Em 1913, Charles Chaplin inicia a sua
carreira de ator cinematográfico com o filme “Making a Living”, de Mark
Sennett. Que bela carreira!
-Gênio, realmente gênio. - vibrou o
Jonas.
-Em 1919, pela primeira vez, na França,
as mulheres votam para as eleições legislativas.
-Na França, imagine no Brasil. -
manifestou-se mais uma vez o parceiro do Homem-Calendário,
Bem, na década de 30, a Chiquinha
Gonzaga reclamava do presidente Getúlio Vargas porque, octogenária, nunca votou
na vida. Veio o Estado Novo, em 1937 e nem os homens puderam votar, mas ela já
havia morrido.
-Em 1930, é inaugurada a primeira linha
de voos comerciais entre Brasil e Estados Unidos pela Pan American Airlines.
Você voou pela Pan American, Jonas?
-Voei bem, o avião não caiu.
-Eu também voei.
-Em 1935... Olha que coisa maluca,
Jonas: na Alemanha, é concedido o direito de divórcio em caso de um dos
cônjuges não acreditar nos ideais nazistas.
Todos se abismaram:
-Um país como a Alemanha!... Pior do
que a Venezuela.
O apresentador do Rádio Memória, nessa
comparação, talvez tenha pensado que, em 1935, na Alemanha, havia, pelo menos,
papel higiênico.
-Outro dia, saiu na televisão um balé
em homenagem ao Chaves, tudo homenageando o Chaves...
Esqueceu-se o Sérgio Fortes de dizer
que o seu sucessor, Nicolás Maduro, afirmou ter visto, recentemente, Hugo
Chaves na forma de um passarinho. Seria o caso de perguntar: “Trouxe a minha
atiradeira, Peter?”
-Em 1964, o presidente Castelo Branco
promulga o Estatuto da Terra, uma lei que regula direitos e obrigações
relacionados aos bens rurais imóveis.
-Sérgio, o Presidente Castelo Branco
visava uma reforma agrária nos moldes da americana do Abraham Lincoln. A
“Homestead Act” era o molelo.
-Sei... sei... sei
-O Roberto Campos, que era o ministro
do Planejamento, foi ao Congresso Nacional enfrentar os defensores dos
latifundiários. Muitos dados estatísticos foram apresentados e o ministro
Roberto Campos disse: “A estatística é como o biquini: mostra muito, mas
esconde o essencial.”
-Como a Dona Bela da escolinha do
professor Raimundo: “ele só pensava naquilo...” Por isso, a reforma agrária não
saiu do papel, Jonas.
-Em 1982, Michael Jackson lança o seu
álbum “Thriller”, aquele em que ele dançava para frente, para trás, para os
lados.
Apavorante!
-Um grande sucesso. - constatou o
Jonas.
-Nascimentos. - impostou o Sérgio
Fortes a voz:
-Em 1667, nascia Jonathan Swift,
escritor irlandês de uma importância superlativa.
-Infelizmente, Sérgio Fortes, Swift só
é conhecido hoje pela salsicha.
-Em 1835, Mark Twain.
-Gênio. - adjetivou o Jonas.
-Em
1874, Winston Churchill.
-Outro
gênio.
-Em
1920... coloquei aqui para você me dizer quem foi, Jonas: Virginia Mayo.
-Atriz importante, Sérgio. A minha
preferida.
-Em 1973, Angélica, que, como a Xuxa
também apresentou, na televisão, programas infantis. Jonas, você foi baixinho
da Xuxa?
-Calculo que você foi baixinho da Neide Aparecida, eu fui baixinho da Virgínia
Lane.
-Não foi o Getúlio Vargas?!... Bem,
deixa pra lá.
-Falecimentos. - voltou a impostar a
voz.
-Em 1016... Desse eu já falei, o
monarca Edmundo II, o Animal...
-Passemos para outro, Sérgio.
-Em 1900, Oscar Wilde.
-Esse também é genial, ele e o Charles
Chaplin.
-Em 1935, Fernando Pessoa.
Jonas Vieira se espantou:
-Quantos gênios morreram no dia 30 de
novembro!
-É melhor você colocar as barbas de
molho, Jonas.
-Em 1942, o cowboy Buck Jones.
-Eu não perdia um filme dele e do Tom
Mix, Sérgio, os dois eram rivais como heróis.
Sergio Fortes esclareceu que Buck Jones
e Tom Mix eram uma espécie de Marlene e Emilinha do faroeste americano.
-Em 1979, Zeppo Marx, outro gênio;
entrava mudo e saía calado, fazendo todo o mundo rir.
Entusiasmado com o grande ator, Jonas
Vieira interveio:
-Recordo-me de uma cena em que ele está
encostado num prédio e o guarda pergunta se está vagabundando, ele acena que
não com a cabeça. O guarda, então, diz: “Já sei, está segurando o prédio.” Ele
confirma com a cabeça. “Desencosta, então”. Ele sai, e o prédio cai.
-Em 1980, Cartola.
-Que timaço, Sérgio!
-Em 1986, Cary Grant.
-Grande ator!
-Em 1991, o advogado Sobral Pinto.
-Grande brasileiro!
-Hoje, é o dia da amizade Brasil e
Argentina. Foi você quem inventou este dia, Jonas?
-Não, mas gosto muito da Argentina.
-Eu também gosto muito.
-Gosto da música argentina, da
literatura argentina...
-Do cinema argentino. - acrescentou o
Sérgio Fortes com toda justiça, pois os filmes dos hermanos têm sido os
melhores da América Latina e do mundo.
Conversando sobre um deles, “Relatos
Selvagens”, a função do Homem-Calendário chegou ao fim. (*)
(*) O
Distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO é fãzoco do cinema argentino e julga “Relatos
Selvagens” um marco.
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