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O BISCOITO MOLHADO
Edição 5036 Data: 01 de fevereiro de
2014
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RÁDIO MEMÓRIA INICIANDO O MÊS
-Vamos ao calendário, Sérgio?
-E o homem-calendário arregaçou as
mangas.
-Primeiro de fevereiro de 772, é eleito
o Papa Adriano I. Jonas, Adriano não era imperador?
-Sérgio, houve o Adriano imperador,
mais conhecido pelas muralhas; e o Adriano jogador, mais conhecido pelas
cachaças.
-Em 1793, a França Revolucionária
declara guerra ao Reino da Grã-Bretanha e às Províncias Unidas, que viriam a
ser a Holanda.
-Era a época da Revolução Francesa,
Sérgio.
-Depois, veio Napoleão Bonaparte e
declarou guerra a todo mundo. Mas vamos em frente.
-Em 1885, foi assinado o Tratado de
Simulambuco que constitui a Cabinda como território sob protetorado português.
Você já esteve em Simulambuco, Jonas?
-Não, o máximo a que cheguei foi
Pernambuco.
-Quase todos assinam tratados em Paris,
esses foram assinar em Simulambuco...
-Vamos, Sérgio.
-Em 1887, o Couraçado Vasco da Gama é
incorporado à Marinha Portuguesa.
-Segundo os flamenguistas, Sérgio,
chegou em segundo lugar na hora da incorporação.
-Prosseguindo com Portugal; em 1890,
foi executado pela primeira vez em público, num sarau lisboeta, “A Portuguesa”,
que se tornaria o hino nacional português em 1911.
Não seria um fado que, depois de 21 anos,
recebeu um ritmo marcial?
-Olha essas duas notícias, Jonas;
primeira: em 1908, o Rei de Portugal Carlos I e o seu filho mais velho, Luís
Felipe, Duque de Bragança, são assassinados no Terreiro do Paço, em Lisboa, por
dois membros da Carbonária; segunda: em 1808, Manuel II de Portugal ascende ao
trono.
-Rei morto, rei posto. - citou o Jonas
Vieira o brocardo popular.
-O Rei Manuel I foi conhecido como o
Venturoso, assim me ensinaram no Santo Inácio. Seria Manuel II o Desventurado
porque foi o último monarca lusitano?
-Chiquinha Gonzaga andou por lá, nessa
época, com o filho-marido português, lutando pela proclamação da República. Os
dois foram expulsos; um dia eu conto essa história, Sérgio.
-Em 1952, é inaugurado o Aeroporto
Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão. Pensei que fosse mais antigo.
-Foi chamado de Galinhão pelo Sérgio
Porto.
-Se na época do Sérgio Porto já
precisava de melhorias, imagine agora.
-Jonas, um fato que me surpreendeu: em
1969, foi editado o AI 6 no Brasil. Eu pensava que terminou no AI 5.
-Nada, Sérgio; foram necessários mais
17.
-Em 1974, uma data terrível: incêndio
no Edifício Joelma, em São Paulo, mata 179 e fere 300. Estava lá um grande
amigo meu que trabalhava no Banco Crefisul. Ele me relatou como foi a história.
É de arrepiar.
-Em 1979, ocorre a Revolução Iraniana
com o regresso do Ayatollah Khomeini ao Irã.
-Sem comentários, Sérgio.
-É melhor, Jonas; não vamos correr o
risco de o estúdio da Roquette Pinto se transformar na redação daquele jornal
francês.
-E todo o mundo dizer: “Je suis Simon”.
Simon Khoury se achava presente.
-Em 1987, é instalada a Assembleia
Nacional Constituinte pelo deputado federal Ulysses Guimarães.
-2003, outra data ruim: o Ônibus
Espacial Columbia se desintegrou sobre o estado do Texas, no retorno à Terra;
os sete astronautas morreram.
Em 2006, José Rodrigues Zapatero visita
os enclaves espanhóis de Ceuta e Mellila, em Marrocos, sendo a primeira vez de
um chefe de governo espanhol em 26 anos.
-Você soube como ele e o Lula se
conheceram, Sérgio?
-Não.
-”Primeiro-ministro da Espanha,
Zapatero”. “Prazer, presidente do Brasil, metalúrgico.”
-Passemos, agora, para os eventos
culturais.
-Jonas, uma grande notícia para os
loucos líricos, como o Artur da Távola designava os aficionados pela ópera: em
1893, estreia no Teatro Regio, em Turim, a ópera Manon Lescaul de Puccini; sua
terceira ópera e seu primeiro triunfo que perdura até hoje.
-Puxa!
-Outra grande data do mundo artístico:
em 1894, estreia no Teatro Regio, em Turim, a ópera La Boheme de Puccini.
-Mesmo dia e mês, mesmo teatro... O
Puccini era muito supersticioso. - concluiu o Jonas Vieira.
-Puccini fazia as estreias das suas
obras nesse teatro. - esclareceu o Sérgio e prosseguiu:
-O regente da estreia de “La Boheme”
foi Arturo Toscanini.
-E eu não estava lá. - lamentou o Jonas
Vieira.
-Idade tinha para isso. - manifestou-se
o Simon Khoury.
Enquanto o Jonas Vieira procurava
reagir à altura, interveio o Sérgio Fortes.
-Da Série “Maldades de Domingo”...
-Nascimentos. - impostou a voz o
homem-calendário,
-Em 1874, Hugo von Hofmannsthal; o nome
já impõe respeito.
Fosse jogador de futebol e viesse jogar
num time brasileiro, logo seria chamado de Huguinho.
-Hugo von Hofmannsthal, escritor austríaco, era
absolutamente genial, que escreveu os libretos das óperas de Richard Strauss,
“Cavaleiro da Rosa”, “Arabela”, Electra.- enfatizou o Sérgio Fortes.
-Em 1894, John Ford, cineasta
estadunidense.
-Esse foi gênio. O Orson Welles revelou
que, antes de dirigir “O Cidadão Kane”, via e revia os filmes de John Ford.
-Sei... sei... sei... O Dieckmann é fanático por aquele filme “O
Homem Que Matou o Facínora”.
Depois dessa lembrança, foi à frente
com o calendário.
-Em 1901, Clark Gable, ator americano.
O grande galã do cinema, não é Jonas?
-Os produtores de Hollywood pensaram
que ele não faria sucesso algum porque era orelhudo, mas veja como estavam
enganados, Sérgio.
Talvez, ele não fosse só orelhudo.
-Este foi excelente; em 1907, Mozart
Camargo Guarnieri, maestro e compositor clássico brasileiro.
-O nome Mozart já trouxe bons fluidos.
-Em 1915, Stanley Matthews. Um teste:
sabem quem foi? Ponta-direita da seleção inglesa. Jogou até os 150 anos.
-Como ele corria! - exclamou o Jonas.
Que
fôlego!...Ele já iniciava o treinamento correndo da casa dele até o estádio do
Stoke City, eram alguns quilômetros de distância.
-Stanley Matthews faria 100 anos,
Jonas.
-Falando nisso, vamos festejar o
centenário do Orlando Silva neste ano,
-Em 1931, Boris Iéltsin, presidente da
Rússia. Seria um bom companheiro de copo lá na General Glicério.
-Não; porque ele só bebia vodca.
-Em 1942, Terry Jones, ator, realizador
e escritor britânico, ex-membro do Monty Python. Jonas, se alguém estiver
deprimido, deve assistir aos filmes do grupo Monty Python.
-Ou, então, ouvir as histórias do Simon
Khoury. - completou o Jonas Vieira.
-Em 1949, Zé Mário, jogador brasileiro.
-Jogou no Flamengo, Sérgio.
-Jogou no Fluminense, Jonas.
-Em 1965, nascia a Princesa Stéphanie
de Mônaco.
-Prefiro a mãe.
-Mas a mãe já morreu, Jonas.
-Prefiro a mãe quando a Princesa Stephanie
nasceu.
-Em 1973, nascia Luísa Parente,
ex-ginasta brasileira.
O Parente dela não deveria ser
importante, senão, seria chamada para um cargo público com alta remuneração.
-Falecimentos. - avolumou a voz.
-Em 1851, Mary Shelley, escritora
britânica.
-Autora do Frankenstein.
-Em 1908, Carlos I, penúltimo Rei de
Portugal.
-Essa data você já falou, Sérgio.
-Mas eu não disse que ele foi o
penúltimo.
-Em 1920, Adolf Albin, enxadrista
romeno. Ele era bom, Jonas?
-Era do quinto time.
-Esse era gênio do cinema; em 1966,
Buster Keaton, ator e realizador do cinema estadunidense.
-Eu indico o duo dele com Charles
Chaplin em “Luzes da Ribalta”; ele, no piano, e Carlitos, no violino. O máximo.
-Esse eu tenho de citar para treinar a
minha pronúncia polonesa. Em 2012, Wislawa Szymborska.
-Era homem ou mulher?
-Será que, pela minha pronúncia, não
deu nem para diferenciar o sexo?... Mulher, Jonas, recebeu o Nobel de
Literatura em 1996.
-O Brasil até hoje nada... Houvesse um
Nobel de Corrupção...
-Jonas, hoje é o Dia do Publicitário.
-São tantas as propagandas enganosas
que eu não me entusiasmo.
-E os santos, Sérgio?
-Santa Brígida de Ulster, padroeira da
Irlanda e protetora do Simon Khoury.
-Simon Khoury foi a Europa, agora, só
para reverenciá-la. - alfinetou o Jonas.
Era o primeiro duelo de 2015, no Rádio
Memória, travado entre o Jonas Vieira e o Simon Khoury.
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