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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

2786 - Duelo que vem, duelo que vai


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O BISCOITO MOLHADO

Edição 5036                               Data: 01 de  fevereiro de 2014

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RÁDIO MEMÓRIA INICIANDO O MÊS

 

-Vamos ao calendário, Sérgio?

-E o homem-calendário arregaçou as mangas.

-Primeiro de fevereiro de 772, é eleito o Papa Adriano I. Jonas, Adriano não era imperador?

-Sérgio, houve o Adriano imperador, mais conhecido pelas muralhas; e o Adriano jogador, mais conhecido pelas cachaças.

-Em 1793, a França Revolucionária declara guerra ao Reino da Grã-Bretanha e às Províncias Unidas, que viriam a ser a Holanda.

-Era a época da Revolução Francesa, Sérgio.

-Depois, veio Napoleão Bonaparte e declarou guerra a todo mundo. Mas vamos em frente.

-Em 1885, foi assinado o Tratado de Simulambuco que constitui a Cabinda como território sob protetorado português. Você já esteve em Simulambuco, Jonas?

-Não, o máximo a que cheguei foi Pernambuco.

-Quase todos assinam tratados em Paris, esses foram assinar em Simulambuco...

-Vamos, Sérgio.

-Em 1887, o Couraçado Vasco da Gama é incorporado à Marinha Portuguesa.

-Segundo os flamenguistas, Sérgio, chegou em segundo lugar na hora da incorporação.

-Prosseguindo com Portugal; em 1890, foi executado pela primeira vez em público, num sarau lisboeta, “A Portuguesa”, que se tornaria o hino nacional português em 1911.

Não seria um fado que, depois de 21 anos, recebeu um ritmo marcial?

-Olha essas duas notícias, Jonas; primeira: em 1908, o Rei de Portugal Carlos I e o seu filho mais velho, Luís Felipe, Duque de Bragança, são assassinados no Terreiro do Paço, em Lisboa, por dois membros da Carbonária; segunda: em 1808, Manuel II de Portugal ascende ao trono.

-Rei morto, rei posto. - citou o Jonas Vieira o brocardo popular.

-O Rei Manuel I foi conhecido como o Venturoso, assim me ensinaram no Santo Inácio. Seria Manuel II o Desventurado porque foi o último monarca lusitano?

-Chiquinha Gonzaga andou por lá, nessa época, com o filho-marido português, lutando pela proclamação da República. Os dois foram expulsos; um dia eu conto essa história, Sérgio.

-Em 1952, é inaugurado o Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Galeão. Pensei que fosse mais antigo.

-Foi chamado de Galinhão pelo Sérgio Porto.

-Se na época do Sérgio Porto já precisava de melhorias, imagine agora.

-Jonas, um fato que me surpreendeu: em 1969, foi editado o AI 6 no Brasil. Eu pensava que terminou no AI 5.

-Nada, Sérgio; foram necessários mais 17.

-Em 1974, uma data terrível: incêndio no Edifício Joelma, em São Paulo, mata 179 e fere 300. Estava lá um grande amigo meu que trabalhava no Banco Crefisul. Ele me relatou como foi a história. É de arrepiar.

-Em 1979, ocorre a Revolução Iraniana com o regresso do Ayatollah Khomeini ao Irã.

-Sem comentários, Sérgio.

-É melhor, Jonas; não vamos correr o risco de o estúdio da Roquette Pinto se transformar na redação daquele jornal francês.

-E todo o mundo dizer: “Je suis Simon”.

Simon Khoury se achava presente.

-Em 1987, é instalada a Assembleia Nacional Constituinte pelo deputado federal Ulysses Guimarães. 

-2003, outra data ruim: o Ônibus Espacial Columbia se desintegrou sobre o estado do Texas, no retorno à Terra; os sete astronautas morreram.

Em 2006, José Rodrigues Zapatero visita os enclaves espanhóis de Ceuta e Mellila, em Marrocos, sendo a primeira vez de um chefe de governo espanhol em 26 anos.

-Você soube como ele e o Lula se conheceram, Sérgio?

-Não.

-”Primeiro-ministro da Espanha, Zapatero”. “Prazer, presidente do Brasil, metalúrgico.”

-Passemos, agora, para os eventos culturais.

-Jonas, uma grande notícia para os loucos líricos, como o Artur da Távola designava os aficionados pela ópera: em 1893, estreia no Teatro Regio, em Turim, a ópera Manon Lescaul de Puccini; sua terceira ópera e seu primeiro triunfo que perdura até hoje.

-Puxa!

-Outra grande data do mundo artístico: em 1894, estreia no Teatro Regio, em Turim, a ópera La Boheme de Puccini.

-Mesmo dia e mês, mesmo teatro... O Puccini era muito supersticioso. - concluiu o Jonas Vieira.

-Puccini fazia as estreias das suas obras nesse teatro. - esclareceu o Sérgio e prosseguiu:

-O regente da estreia de “La Boheme” foi Arturo Toscanini.

-E eu não estava lá. - lamentou o Jonas Vieira.

-Idade tinha para isso. - manifestou-se o Simon Khoury.

Enquanto o Jonas Vieira procurava reagir à altura, interveio o Sérgio Fortes.

-Da Série “Maldades de Domingo”...

-Nascimentos. - impostou a voz o homem-calendário,

-Em 1874, Hugo von Hofmannsthal; o nome já impõe respeito.

Fosse jogador de futebol e viesse jogar num time brasileiro, logo seria chamado de Huguinho.

-Hugo von  Hofmannsthal, escritor austríaco, era absolutamente genial, que escreveu os libretos das óperas de Richard Strauss, “Cavaleiro da Rosa”, “Arabela”, Electra.- enfatizou o Sérgio Fortes.

-Em 1894, John Ford, cineasta estadunidense.

-Esse foi gênio. O Orson Welles revelou que, antes de dirigir “O Cidadão Kane”, via e revia os filmes de John Ford.

-Sei... sei... sei...  O Dieckmann é fanático por aquele filme “O Homem Que Matou o Facínora”.

Depois dessa lembrança, foi à frente com o calendário.

-Em 1901, Clark Gable, ator americano. O grande galã do cinema, não é Jonas?

-Os produtores de Hollywood pensaram que ele não faria sucesso algum porque era orelhudo, mas veja como estavam enganados, Sérgio.

Talvez, ele não fosse só orelhudo.

-Este foi excelente; em 1907, Mozart Camargo Guarnieri, maestro e compositor clássico brasileiro.

-O nome Mozart já trouxe bons fluidos.

-Em 1915, Stanley Matthews. Um teste: sabem quem foi? Ponta-direita da seleção inglesa. Jogou até os 150 anos.

-Como ele corria! - exclamou o Jonas.

 Que fôlego!...Ele já iniciava o treinamento correndo da casa dele até o estádio do Stoke City, eram alguns quilômetros de distância.

-Stanley Matthews faria 100 anos, Jonas.

-Falando nisso, vamos festejar o centenário do Orlando Silva neste ano,

-Em 1931, Boris Iéltsin, presidente da Rússia. Seria um bom companheiro de copo lá na General Glicério.

-Não; porque ele só bebia vodca.

-Em 1942, Terry Jones, ator, realizador e escritor britânico, ex-membro do Monty Python. Jonas, se alguém estiver deprimido, deve assistir aos filmes do grupo Monty Python.

-Ou, então, ouvir as histórias do Simon Khoury. - completou o Jonas Vieira.

-Em 1949, Zé Mário, jogador brasileiro.

-Jogou no Flamengo, Sérgio.

-Jogou no Fluminense, Jonas.

-Em 1965, nascia a Princesa Stéphanie de Mônaco.

-Prefiro a mãe.

-Mas a mãe já morreu, Jonas.

-Prefiro a mãe quando a Princesa Stephanie nasceu.

-Em 1973, nascia Luísa Parente, ex-ginasta brasileira.

O Parente dela não deveria ser importante, senão, seria chamada para um cargo público com alta remuneração.

-Falecimentos. - avolumou a voz.

-Em 1851, Mary Shelley, escritora britânica.

-Autora do Frankenstein.

-Em 1908, Carlos I, penúltimo Rei de Portugal.

-Essa data você já falou, Sérgio.

-Mas eu não disse que ele foi o penúltimo.

-Em 1920, Adolf Albin, enxadrista romeno. Ele era bom, Jonas?

-Era do quinto time.

-Esse era gênio do cinema; em 1966, Buster Keaton, ator e realizador do cinema estadunidense.

-Eu indico o duo dele com Charles Chaplin em “Luzes da Ribalta”; ele, no piano, e Carlitos, no violino. O máximo.

-Esse eu tenho de citar para treinar a minha pronúncia polonesa. Em 2012, Wislawa Szymborska.

-Era homem ou mulher?

-Será que, pela minha pronúncia, não deu nem para diferenciar o sexo?... Mulher, Jonas, recebeu o Nobel de Literatura em 1996.

-O Brasil até hoje nada... Houvesse um Nobel de Corrupção...

-Jonas, hoje é o Dia do Publicitário.

-São tantas as propagandas enganosas que eu não me entusiasmo.

-E os santos, Sérgio?

-Santa Brígida de Ulster, padroeira da Irlanda e protetora do Simon Khoury.

-Simon Khoury foi a Europa, agora, só para reverenciá-la. - alfinetou o Jonas.

Era o primeiro duelo de 2015, no Rádio Memória, travado entre o Jonas Vieira e o Simon Khoury.

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