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O BISCOITO MOLHADO
Edição 5181 Data: 03 de
setembro de 2015
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CARTAS DOS LEITORES
-Achei interessante que, no
Minidicionário Autobiográfico, o redator tenha dito que estudou inglês lendo
“Summer of ‘42”, que redundou no filme “Houve Uma Vez Um Verão”. Interessante
porque quase todo o mundo diz que melhorou seu vocabulário lendo Agatha
Christie no original, e a pronúncia, ouvindo os discos do Frank Sinatra. Quanto
a mim, li o livro, vi o filme e gostei mais dos dois, embora, na leitura do
livro, não se ouvisse a música de Michel Legrand. Você sabia que a história é verdadeira, que o
escritor, adolescente em 1942, viveu um caso de amor com mulher que acabara de
receber a notícia da morte do marido na guerra? Newton
BM: Meu caro, Newton, soube, poucos dias atrás, que o
escritor e roteirista, Herman Hautcher (Hermie) manteve todos os nomes
verdadeiros, inclusive o da mulher amada, Dorothy, que, depois de aceita-lo por
umas horas de amor, sumiu da sua vida. Quando a história se tornou pública, ele
recebeu um contêiner de cartas de mulheres que se diziam a sua Dorothy do verão
de 1942. Uma dessas cartas, porém, pela riqueza de detalhes, que só os dois
conheciam, não deixou dúvida alguma: era ela. Dorothy disse, então, que se
casou outra vez, que era avó e muito feliz. Depois desse contato, ela sumiu
como no verão de 1942. Ficaram uma história e uma música, a de Michel Legrand,
que fez todos chorarem na filmagem da cena de amor entre Hermie e Dorothy.
-Quando li sobre o exame de madureza nas
páginas deste periódico, fui conduzido à minha prova de matemática no supletivo
de 1974. Nela havia uma questão de que nunca me esqueci: uma pessoa fuma um
cigarro em um dia, outro no segundo dia, um terceiro no dia subsequente e, assim,
sucessivamente, até o centésimo dia. A pergunta era esta: quantos cigarros ele
fumou nesse período. Deus de céu! Eu esqueci a fórmula do somatório da
progressão aritmética e tive de somar tudo, um por um, perdendo meia-hora nessa
questão, mas o meu esforço foi recompensado: acertei. Carlos Frederico (*)
BM: Caro leitor, no distante ano de 1785, uma turma de
alunos bagunceiros, com menos de 10 anos, irritou tanto o professor que ele,
para mantê-los sossegados, ordenou que somassem todos os números de 1 a 100.
Qual não foi sua surpresa quando um aluno lhe apresentou, rapidamente, a
resposta certa: 5.050. Tratava-se de Carl Friedrich Gauss, que se tornaria o
Príncipe da Matemática. Ele descobriu as fórmulas das progressões. No seu caso,
igual ao dele, quando garoto, o somatório é Sn= (1+100)/2 x 100, ou seja, a
soma do primeiro termo com o último,
dividido por dois multiplicado pelo número de termos da progressão aritmética,
ou seja, um cigarro mais 100 divididos por dois; total 5 050 cigarros foram
fumados nesse tempo.
Há outras fórmulas mais
complicadas de uma Progressão Aritmética, como a que calcula um determinado
valor, que não é a soma, mas isso fica para outro exame de Matemática.
-Acompanho com interesse o
Minidicionário Autobiográfico, sei, portanto, que o memorialista do Biscoito
Molhado revelou que, na prova de admissão no Colégio Militar do Rio de Janeiro,
em 1960, respondeu que o aumento de incêndio “incendiadez” e que, na prova de
geografia no supletivo, errou a questão de geografia que tratava da costa
ocidental da Amazônia brasileira que necessita de proteção militar nas
fronteiras. No entanto, não aludiu a erro algum na prova de vestibular que lhe
provoque arrependimentos até hoje, ou ele não ocorreu? Renê
BM: Ocorreu sim, Renê.
Numa questão da língua portuguesa, depois de titubear, cravei “haja
visto” no lugar de “haja vista”.
Ainda hoje, no meu trabalho,
quando me pedem para revisar algum texto, até deixo passar alguns pequenos
erros, mas “haja visto”, nunca; eu sinto um arrepio, lembro do meu tropeço e
corrijo.
-O periodista do Biscoito
Molhado contou que 10, ou mais, dos primeiros colocados no vestibular que
prestou, obtiveram esse êxito de modo fraudulento. Ele poderia dar um exemplo? Renê
BM: Márcia, seu nome ficou na minha retentiva; era
mineira, que passou em sexto lugar e o marido, em quinto. Ela estudaria de
manhã, na minha sala, enquanto seu marido preferia as aulas noturnas.
Nas primeiras aulas,
estranhei o tratamento efusivo entre ela e o professor de matemática, que viria
a ser diretor. Com as proximidades das provas do semestre, ela me pediu para
lhe tirar umas dúvidas na matéria. Minha nossa senhora! Ela não sabia nem
número relativo, que, algumas vezes, menos vale mais, como na letra do Vinícius
de Moraes. Como ela conseguiu o diploma do 2º grau? - perguntava-me. Resultado
que obteve nessa prova: 10. Quanto à nota que obteve na prova final, não
precisa ser um Carl Friedrich Gauss para calcular.
Com o professor de Geografia
Econômica, que não era unha e carne com o casal, não quis saber de
favorecimentos. Numa aula, em que ele falava da eclusa de Tucuruí, a Márcia
interveio para falar das “compotas”. E o professor confirmou, disse-lhe, que lá
não havia comportas e sim, compotas, onde os peixes se fartavam de tanto comer
doces.
Cala a boca, Márcia!
-Vocês regavam o “horto da
Dona Rosa”? - Evaristo
BM: Dona Rosa?!... Ah, sim: o amigo se refere à minha
professora de Ciências do tempo do ginasial do Visconde de Cairu. Sim, nós regávamos, pois ele tinha de
deslumbrar os visitantes da Feira de Ciências, que eram muitos, pois os pais
dos alunos eram presença obrigatória.
O que eu plantei no “horto
da Dona Rosa”? Não me recordo... Pensei em sementes de laranja, limão, goiaba,
abiu, mas minhas colegas não deixaram, argumentando que aquilo era um horto,
não um pomar. Plantar nabo, podia. Bons tempos de garoto, quando ríamos de
qualquer besteira.
(*) Carlos
Frederico transmitiu uma coisa ao redator e este escreveu outra aqui no seu O
BISCOITO MOLHADO. Quem fuma um cigarro por dia, terá fumado 101 cigarros no
centésimo dia. Já quem fuma um no primeiro dia, dois no segundo dia e assim por
diante, terá morrido antes de completar o 5050º cigarro. Aritmética simples no
primeiro caso e medicina, no segundo caso.
A questão do Carlos Frederico foi formulada equivocadamente. Segue a errata:
ResponderExcluir"Nela havia uma questão de que nunca me esqueci: uma pessoa fuma um cigarro em um dia, dois no segundo dia, três no terceiro no dia e, assim, sucessivamente, até o centésimo dia. A pergunta era esta: quantos cigarros ele fumou nesse período?"
Segunda errata: falotou a multiplicação por 100. Eis o correto:
ResponderExcluir"....ou seja, 1 cigarro mais 100 divididos por dois, VEZES 100; total 5 050 cigarros foram fumados nesse tempo.