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O BISCOITO MOLHADO
Edição 4983 Data: 11 de novembro de 2014
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CARTAS DOS LEITORES
-Bem lembrado pelo redator. O Zbigniew
é aquele que, no exame de motorista, quando o oculista pediu para ler as letras
da última linha: V-Z-Y-S-K, DISSE: Ler as letras??!! Eu conheço esse cara!
Dieckmann.
BM: - Bem lembrado pelo redator?... Desde o tempo do
Departamento de Marinha Mercante, e já se vão 12 anos, que não recebo um elogio
do Dieckmann. Dirão alguns leitores que não chega a ser um elogio. Bem, não sou
tão exigente assim; não necessito de uma ducha de confetes para me sentir
satisfeito.
O que foi bem lembrado por mim? Eu me recordei do Conselheiro de Segurança
dos Estados Unidos do governo do presidente Jimmy Carter, Zbigniew
Brzekinski. Na ocasião, Sérgio Fortes,
listando os acontecimentos do dia 2 de novembro, recebeu fartos elogios do
titular do programa Rádio Memória, Jonas Vieira, ao exibir a sua acurácia no
idioma polonês.
Ele pronunciou Zbigniew Brzekinski sem
sentir cãibra na língua?... Não, leitor que deveria ouvir o Rádio Memória para
não fazer perguntas desnecessárias. Sérgio Fortes pronunciou apenas o nome da
terra natal de Chopin, quando ele partiu para Varsóvia no dia 2 de novembro de
1830: Zelazowa Wola. Em outra carta do Dieckmann, que não transcreveremos aqui,
para não falarem em favorecimento, ele escreveu que Zelazowa Wola é pronunciada
como se escreve “tcelatçovavola”, empatanto o número de consoantes com as
vogais, 6 a 6, ao contrário do que ocorre comumente, quando as consoantes
vencem as vogais de goleada na escrita polonesa.
Mas não pensem que o Dieckmann, na tal
carta, desancou o seu amigo e colega de redação da revista “Radiador”. Eis o
que ele escreveu “O distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO conhece o economista
Sérgio Fortes e sabe que ele é pouco chegado à Aritmética simples, preferindo
as equações laplacianas com mais incógnitas do que as consoantes da Polônia e
República Checa somadas”.
Por pouco, Sérgio Fortes não foi
comparado a Mario Henrique Simonsen que, na sua hora do almoço, resolvia
intricados problemas de Cálculo Integral, no seu escritório para matar o tempo.
Com esse excelente estado de espírito,
Dieckmann concluiu com uma inspirada piada. Se eu soubesse, como ele, que as
últimas letras no exame de motorista fossem V-Z-Y-S-K, eu não seria reprovado
na renovação da minha carteira para dirigir. Eu disse, na ocasião, outro nome
polonês e, é evidente, sem a pronúncia modelar do Sérgio Fortes.
-“Normal e mais barato o que é feito
com o esgoto da Califórnia, pois, no esgoto, 98% é água tratada. Em Santa
Catarina, no período da seca, a Cia de Água local “fica louca” para dar
possibilidade à água, pois o nível do rio baixa e como são milhões de frangos e
porcos no Estado (porco produz oito vezes mais dejetos que o ser humano) isso
tudo no fim vai para o rio mesmo, seria mais barato e fácil tratar o esgoto
doméstico.” Carlos Alberto Torres
BM: Num Biscoito Molhado de semanas atrás, nós aludimos, nessa questão do
tratamento da água, a um dos condados mais ricos do estado americano citado,
onde o esgoto passa por muitos processos, entre eles uma microfiltração que
tira as partículas sólidas e uma luz ultravioleta que mata todas as impurezas,
vírus e bactérias. E a água fica pronta para o consumo humano.
Carlos Alberto Torres tece comentários
sobre a sujeira produzida por milhões de frangos e porcos, em Santa Catariana,
que entram nos lençóis freáticos que irão para as bicas.
Eu li ou ouvi muitos anos atrás, que o
porco não é tão porco como se diz. Acreditei, pois eu era leitor dos Três
Porquinhos, não tão ardoroso quanto o Dieckmann com a leitura do Mickey, pois,
além de colecionador das revistas, todos os sábados ou domingos ele as posta no
Facebook. Mas eu conhecia de cor o nome deles, Prático, Heitor e Cícero. Apesar da minha simpatia pelo Lobão, não
queria que o seu sopro de Dizzy Gillespie derrubasse a casa dos três
Porquinhos, que, além do mais, eram amigos do seu filho, Lobinho.
Não conheci, no correr da vida, um
Heitor ou um Cícero que me dessem a impressão de não tomar banho todos os dias;
Prático, não conheci um só até hoje. Meu prato predileto durante muitos anos
foi Carré à Mineira, e sempre o comi sem imaginar por onde o porco, que iria
para o meu estômago, estivera antes.
Aprendo agora com a carta do Carlos
Alberto Torres que eu me iludira todos esses anos, que o porco é porco, que
produz oito vezes mais dejetos do que nós, seres humanos.
Fica, então, o dilema: beber água como
os catarinenses ou como os californianos?...
Menino, quando eu recusava uma comida,
minha mãe dizia que, na guerra se come até rato, e eu devolvia com petulância:
“Não estamos na guerra”. Agora, nessa questão da água, o mais precioso dos
líquidos, vivemos uma situação delicada.
Beber
água como os catarinenses ou como os californianos?... Bem, qualquer coisa é
melhor do que morrer de sede.
-“Outro exemplo são os copos de
plástico descartáveis... ecologistas dizem que polui, etc... mas já está
provado que é muito pior gastar em torno de 1,5/2 litros de água tratada para
lavar um copo de vidro e ainda jogar detergente no meio ambiente.
Veja como a maioria das pessoas lava um
copo de vidro... Elas abrem a torneira, molham o copo, colocam detergente na
esponja ou dentro do copo, lavam o copo, enxaguam e só aí fecham a torneira.
Idem escovando os dentes, raros são os
que fecham a torneira enquanto escovam...” Carlos Alberto Torres
BM: Mais uma carta que retrata a sua preocupação com o
problema da água. O nosso amigo está certo, pois podemos viver sem petróleo,
mas não sem água.
Temos de nos ilustrar sobre esse tema.
Qual não foi o meu susto, quando aprendi, meses atrás, que um pedacinho de fio
dental que retirava os resíduos alimentares dos meus dentes, escoando pela pia
do banheiro, provocava danos ao meio ambiente.
Jogo-o agora no saco de lixo.
Na Suécia, as crianças aprendem na
escola a não tomar banho demorado, a não dar descarga sempre que vão ao
banheiro e a não jogar produtos químicos na pia porque a água que vai para o
esgoto tem de ser reutilizada.
Atualmente, as pessoas recorrem a um
eufemismo aritmético para designar os atos usuais em banheiros: um seria o nº
2, e o outro o nº 1. Creio que é mais
aconselhável, recorrermos à descarga apenas no nº 2. Sou, porém, meio cético
com uma publicação que dizia que são gastos 30 litros para cada descarga dada.
Não seria um exagero?... Isso é água para cocô de elefante. (*)
(*) É de
elefante sim. As caixas acopladas de uso humano possuem marcações de 5 a 6
litros.
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