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quarta-feira, 12 de novembro de 2014

2733 - economia de água


           

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O BISCOITO MOLHADO

Edição 4983                                 Data: 11  de  novembro de 2014

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CARTAS DOS LEITORES

 

-Bem lembrado pelo redator. O Zbigniew é aquele que, no exame de motorista, quando o oculista pediu para ler as letras da última linha: V-Z-Y-S-K, DISSE: Ler as letras??!! Eu conheço esse cara! Dieckmann.

BM: - Bem lembrado pelo redator?... Desde o tempo do Departamento de Marinha Mercante, e já se vão 12 anos, que não recebo um elogio do Dieckmann. Dirão alguns leitores que não chega a ser um elogio. Bem, não sou tão exigente assim; não necessito de uma ducha de confetes para me sentir satisfeito.

O que foi bem lembrado por mim?  Eu me recordei do Conselheiro de Segurança dos Estados Unidos do governo do presidente Jimmy Carter, Zbigniew Brzekinski.  Na ocasião, Sérgio Fortes, listando os acontecimentos do dia 2 de novembro, recebeu fartos elogios do titular do programa Rádio Memória, Jonas Vieira, ao exibir a sua acurácia no idioma polonês.

Ele pronunciou Zbigniew Brzekinski sem sentir cãibra na língua?... Não, leitor que deveria ouvir o Rádio Memória para não fazer perguntas desnecessárias. Sérgio Fortes pronunciou apenas o nome da terra natal de Chopin, quando ele partiu para Varsóvia no dia 2 de novembro de 1830: Zelazowa Wola. Em outra carta do Dieckmann, que não transcreveremos aqui, para não falarem em favorecimento, ele escreveu que Zelazowa Wola é pronunciada como se escreve “tcelatçovavola”, empatanto o número de consoantes com as vogais, 6 a 6, ao contrário do que ocorre comumente, quando as consoantes vencem as vogais de goleada na escrita polonesa.

Mas não pensem que o Dieckmann, na tal carta, desancou o seu amigo e colega de redação da revista “Radiador”. Eis o que ele escreveu “O distribuidor do seu O BISCOITO MOLHADO conhece o economista Sérgio Fortes e sabe que ele é pouco chegado à Aritmética simples, preferindo as equações laplacianas com mais incógnitas do que as consoantes da Polônia e República Checa somadas”.

Por pouco, Sérgio Fortes não foi comparado a Mario Henrique Simonsen que, na sua hora do almoço, resolvia intricados problemas de Cálculo Integral, no seu escritório para matar o tempo.

Com esse excelente estado de espírito, Dieckmann concluiu com uma inspirada piada. Se eu soubesse, como ele, que as últimas letras no exame de motorista fossem V-Z-Y-S-K, eu não seria reprovado na renovação da minha carteira para dirigir. Eu disse, na ocasião, outro nome polonês e, é evidente, sem a pronúncia modelar do Sérgio Fortes.

 

-“Normal e mais barato o que é feito com o esgoto da Califórnia, pois, no esgoto, 98% é água tratada. Em Santa Catarina, no período da seca, a Cia de Água local “fica louca” para dar possibilidade à água, pois o nível do rio baixa e como são milhões de frangos e porcos no Estado (porco produz oito vezes mais dejetos que o ser humano) isso tudo no fim vai para o rio mesmo, seria mais barato e fácil tratar o esgoto doméstico.” Carlos Alberto Torres

BM: Num Biscoito Molhado de semanas atrás, nós aludimos, nessa questão do tratamento da água, a um dos condados mais ricos do estado americano citado, onde o esgoto passa por muitos processos, entre eles uma microfiltração que tira as partículas sólidas e uma luz ultravioleta que mata todas as impurezas, vírus e bactérias. E a água fica pronta para o consumo humano.

Carlos Alberto Torres tece comentários sobre a sujeira produzida por milhões de frangos e porcos, em Santa Catariana, que entram nos lençóis freáticos que irão para as bicas.

Eu li ou ouvi muitos anos atrás, que o porco não é tão porco como se diz. Acreditei, pois eu era leitor dos Três Porquinhos, não tão ardoroso quanto o Dieckmann com a leitura do Mickey, pois, além de colecionador das revistas, todos os sábados ou domingos ele as posta no Facebook. Mas eu conhecia de cor o nome deles, Prático, Heitor e Cícero.  Apesar da minha simpatia pelo Lobão, não queria que o seu sopro de Dizzy Gillespie derrubasse a casa dos três Porquinhos, que, além do mais, eram amigos do seu filho, Lobinho.

Não conheci, no correr da vida, um Heitor ou um Cícero que me dessem a impressão de não tomar banho todos os dias; Prático, não conheci um só até hoje. Meu prato predileto durante muitos anos foi Carré à Mineira, e sempre o comi sem imaginar por onde o porco, que iria para o meu estômago, estivera antes.

Aprendo agora com a carta do Carlos Alberto Torres que eu me iludira todos esses anos, que o porco é porco, que produz oito vezes mais dejetos do que nós, seres humanos.

Fica, então, o dilema: beber água como os catarinenses ou como os californianos?...

Menino, quando eu recusava uma comida, minha mãe dizia que, na guerra se come até rato, e eu devolvia com petulância: “Não estamos na guerra”. Agora, nessa questão da água, o mais precioso dos líquidos, vivemos uma situação delicada.

 Beber água como os catarinenses ou como os californianos?... Bem, qualquer coisa é melhor do que morrer de sede.

 

-“Outro exemplo são os copos de plástico descartáveis... ecologistas dizem que polui, etc... mas já está provado que é muito pior gastar em torno de 1,5/2 litros de água tratada para lavar um copo de vidro e ainda jogar detergente no meio ambiente.

Veja como a maioria das pessoas lava um copo de vidro... Elas abrem a torneira, molham o copo, colocam detergente na esponja ou dentro do copo, lavam o copo, enxaguam e só aí fecham a torneira.

Idem escovando os dentes, raros são os que fecham a torneira enquanto escovam...” Carlos Alberto Torres

BM: Mais uma carta que retrata a sua preocupação com o problema da água. O nosso amigo está certo, pois podemos viver sem petróleo, mas não sem água.

Temos de nos ilustrar sobre esse tema. Qual não foi o meu susto, quando aprendi, meses atrás, que um pedacinho de fio dental que retirava os resíduos alimentares dos meus dentes, escoando pela pia do banheiro, provocava danos ao meio ambiente.  Jogo-o agora no saco de lixo.

Na Suécia, as crianças aprendem na escola a não tomar banho demorado, a não dar descarga sempre que vão ao banheiro e a não jogar produtos químicos na pia porque a água que vai para o esgoto tem de ser reutilizada.  

Atualmente, as pessoas recorrem a um eufemismo aritmético para designar os atos usuais em banheiros: um seria o nº 2, e o outro o nº 1.  Creio que é mais aconselhável, recorrermos à descarga apenas no nº 2. Sou, porém, meio cético com uma publicação que dizia que são gastos 30 litros para cada descarga dada. Não seria um exagero?... Isso é água para cocô de elefante. (*)

 

(*) É de elefante sim. As caixas acopladas de uso humano possuem marcações de 5 a 6 litros.

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