O BISCOITO MOLHADO
Edição 5352 FM
Data: 15 de fevereiro de 2018
FUNDADOR: CARLOS EDUARDO
NASCIMENTO - ANO: XXXV
NOVO MUNDO
O mundo de
amanhã já está chegando, faltam apenas alguns milhares de anos para que a Terra
seja “descoberta” pelos extraterrestres e que os terráqueos do futuro se
aventurem pelo espaço, se façam conhecer e sejam novidades lá para os de outra galáxias. Por enquanto, só há,
mesmo, especulações e pretensões científicas.
Convém lembrar que há pouco foi lançado ao espaço um carro vermelho para
ser encontrado daqui a, quem sabe, um milhão de anos, pouco tempo, mesmo
traduzindo-se esse tempo em anos-luz mas, de lá para cá, atravessar a escuridão do Universo, isso
seja café pequeno para os extraterrestres, que poderão encontrar esse Tesla
Roadster perdido no espaço, levando uma placa metálica onde está escrita
mensagem de efeito: “Feito na Terra pelos humanos.” Pela pretensão expostas, os
de cima deverão estar aprendido em outras línguas, principalmente o inglês. Em
outra mensagem, extraída de livro de ficção científica “O mochileiro das
galáxias”, uma expressão de paz: ”Não entre em pânico.” O mochileiro “fake” sideral sentado ao volante do belo carro vermelho,
vestido como um astronauta, chama-se Starman, tem o dom de escutar uma canção
de David Bowie que diz poeticamente que “Há
um homem das estrelas esperando no espaço.”
Tudo muito bem
bolado. Eles, os extraterrestres, deverão reunir linguistas, matemáticos,
argutos interpretes conhecedores de semiologia e poderão passar alguns séculos
para compreender as mensagens dos também argutos terrestres e ficar satisfeitos
de encontrarem por aqui um verdadeiro paraíso, ambiente de povos fraternos
unidos, sem guerra, sem armamentos nucleares de arrepiar, sem poluição,
verdadeiros irmãos em pensamentos, palavras e obras, sem ladrões, sem corruptos
de alto nível governamental nem na raia miúda, sem assaltantes chinfrins, sem
facções criminosas que dominam o ambiente com drogas e propinas, para ter o
direito de agir livremente, com segurança total, e muito mais - hospitais sem
filas, gente sadia, sem doenças modernas ou as já esquecidas, que estão
voltando e matando “De vagar, de vagarinho”, como diz a música
do lá da Vila.
Por
enquanto, tudo é escuridão lá por cima. Mas, daqui a uns milhões de anos, quem
sabe! Quando tudo estiver nos eixos por aqui, o que for encontrado deverá encantar
os extraterrestres ou, tudo depende, estarrecidos com coisas tão
insignificantes como as que estão
sendo enviadas para o espaço, até
agora, como o grande feito da Nasa, em 1972, ao despachar duas naves, Pioneer
10 e 11, com mensagens escritas em placas metálicas para serem traduzidas e
entendidas por outras civilizações. Cinco anos depois outras duas naves subiram
sem destino, a não ser a possibilidade de um encontro sensacional, ao serem
ouvidos ou lidos o que consta do pequeno mas evoluído conteúdo em disco de ouro
com informações e mensagens dos seres humanos de elevado conhecimento
científico, um desenho de um homem e uma mulher nus, com indicações matemáticas
de onde teriam partido, levados pelas Voyager I e II, nesta com o casal já
vestido, para não causar espanto aos pundonorosos extraterrestres. Outro disco
(que terá de ser descoberto como poderá ser ouvido), há sons da natureza e a canção “Johnny Goodie”, cantada pelo
roqueiro Chuck Berry. Tudo bem elaborado e arquitetado, se os extraterrestres, em vez de “siderados” com o distinto
casal e encantados com a música
resolvam descer à Terra para mostrar o que terão feito enquanto eram por
aqui apenas imaginação dos felizes terráqueos com seus carros e música de
roque, vão provocar, no mínimo, um choque de civilizações. Podem desembarcar de
suas naves trazendo veículos ultramodernos, de causar espanto, e bandas de
música de entontecer os modestos ouvintes do nosso planeta. Por enquanto, o carro vermelho enviado pelo empresário
sul-africano Elon Musk como mostra de alta tecnologia de transporte, não
passará de inútil propaganda e um gesto fútil de quem tem grana para gastar à toa.
Mas, questão de gosto não se discute. O que for encontrado por aqui, será
decepcionante, coisa que considerarão do “arco da velha”, e, se tiverem
paciência e disposição, vão ter muito o que ensinar.
Enquanto toda essa alta tecnologia se desenvolve acabei de saber que a Ilha do Governador foi inundada e que a minha casa, fechada, pois estou em Icaraí, Niterói, na casa da minha filha, foi vítima de enchente, como há cinquenta anos. Nada mudou, pelo contrário, piorou, pois a comunidade a beira mar joga entulho nas saídas das águas pluviais da minha rua.
ResponderExcluirFaço fé na matemática, física e mecânica quânticas, fendas e universos paralelos, mas para que encontrar ou ser encontrado por outros seres e correr o risco de disseminar nossa cultura tão corrompida com coisas tão do "arco da velha" tais como espoliação, serviço escravo, corrupção, discriminação, enriquecimento ilícito,
guerras e holocaustos?
Um mundo só nos basta, Fernando!
Desculpe a falta de fé mas não sei nem o que me espera quando voltar para casa.
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirRetificando:
ResponderExcluirà beira mar ...